FRASE

"Quem escolhe a desonra a fim de evitar o confronto, a conseguirá de pronto, e terá o confronto na sequência."

sábado, 27 de abril de 2013

Táticas de Ataque ao Solo #083




Adaptação do C-44-1 do EB

As aeronaves de ataque ao solo utilizam-se, no cumprimento de suas missões de bombardeio, de diversas táticas e procedimentos para se aproximar de seus alvos e desferir seu golpe mortal. Estes procedimentos visam alcançar o máximo de eficiência tática no sentido de surpreender as defesas, obter o máximo de segurança para a aeronave e sua tripulação aos mesmo tempo que se procura inflingir os danos planejados ao inimigo.

No estudo da tática de ataque que adotarão, entre outros fatores, os pilotos devem:
  • estudar com detalhes a localização de seu aeródromo em relação ao alvo,
  • a altitude de penetração que proporcione maior segurança e surpresa e ao mesmo tempo atenda os requisitos técnicos do voo,
  • a formação que devem adotar
  • os tipos de aeronaves que comporão a força de ataque,
  • a existência e características das baterias antiaéreas,
  • a presença de aeronaves AEW e caças de defesa aérea,
  • os pontos de reabastecimento em voo,
  • os aeródromos alternativos para pousos de emergência
  • as características do terreno que proporcionem cobertura e representem perigo de colisão,
  • as táticas e procedimentos adotados pelo inimigo;


AERONAVES DE ASA FIXA


As aeronaves de asa voam suas missões de acordo com os objetivos a atingir, o seu desempenho em combate, o número possível de surtidas diárias, seus sistemas de armas e o sistema de defesa do inimigo. Além disso, combinam ainda o uso de CHAFF e FLARES, dispositivos passivos com o intuito de defender as aeronaves atacantes do acompanhamento de radares e do engajamento de mísseis guiados por infravermelho.

Os horários mais utilizados para as missões de ataque são o nascer e o pôr do sol, nas rotas leste-oeste, com o sol nas costas da aeronave atacante. Tal medida visa dificultar a observação visual, podendo ser eficiente contra mísseis portáteis que necessitam de um determinado ângulo de tiro em relação ao sol para disparar. Além disso, ao amanhecer os pilotos inimigos estão mais descansados e suas Aeronaves reparadas, com tanques plenos e totalmente armadas.

O número de aeronaves atacantes varia de acordo com a capacidade das Aeronaves e a missão a cumprir. Atualmente, a unidade tática básica, isto é, aquele número mínimo de Aeronaves capazes de cumprir uma determinada missão, é a esquadrilha, composta por 4 (quatro) Aeronaves. Há estudos para a diminuição deste número à medida que os novos projetos se refinam tecnologicamente. Um exemplo disto é o F - 117 NIGHTHAWK, que realiza seus ataques sozinho. Contudo, em relação a Aeronaves convencionais, dificilmente haverá uma atacante.





O ataque a baixa altura é um tipo de incursão executada praticamente por todas as forças  aéreas. Nela, as aeronaves voam muito baixo, chegando a voar a 50 m de altura, junto a copa das árvores, aproveitando-se das dobras do terreno, como vales e ravinas, para se furtar à detecção e aos caças inimigos, obtendo, deste modo, o máximo de surpresa possível numa situação de equilíbrio aéreo. A navegação é feita até um ponto nítido no terreno, conhecido como ponto inicial (Pl), situado entre 3 (três) e 5 (cinco) min de vôo (cerca de 45 a 75 km) do objetivo. A partir do Pl, as aeronaves atacantes aproam diretamente para a área do alvo.





O ataque a média altura é de privilégio de poucas forças aéreas, pois são necessárias duas condições básicas para sua execução.

  • A primeira delas é de ordem tática: a certeza da obtenção e manutenção da superioridade aérea, não mais contando o inimigo com seus esquadrões de interceptação ou artilharia antiaérea de média altura.
  • A segunda diz respeito ao grau tecnológico das aeronaves atacantes que necessitam de computadores de bordo aptos a realizarem os cálculos de tiro continuamente (função CCIP -” CALCULED CONTINUOUS IMPACT POINT) e aparelhos de pontaria adequados. Normalmente, os ataques a média altura têm sua eficácia aumentada pelo uso de bombas inteligentes. Em média, o mergulho é iniciado a uma altura de 4.500 m (podendo estar a alturas maiores), ficando a recuperação a, no mínimo, 3.000 m, com o intuito de fugir do envelope de emprego da artilharia antiaérea de baixa altura. Esta tática de ataque foi utilizada com sucesso nos ataques aéreos a BAGDÁ na Guerra do GOLFO.



O ataque “STAND - OFF” é uma tática de ataque que está se tornando objeto de aperfeiçoamento constante por diversas forças aéreas. Nesta situação, a aeronave atacante realiza o lançamento de seu armamento fora do envelope de emprego da artilharia antiaérea, como forma de minimizar o engajamento de suas aeronaves, evitando assim perda de pilotos e conseqüente influência negativa na opinião pública de seus países.



Porém, este tipo de ataque requer aviônicos sofisticados para navegação, localização dos alvos e direcionamento dos sistemas de armas. 



Estes, constituem-se de mísseis superfície-ar, de alcance cada vez maior, e bombas guiadas que são lançadas cada vez mais longe e de qualquer posição que a aeronave se encontre, não necessariamente em ângulo de mergulho, após uma penetração a baixa altura. Isto permite uma exposição mínima dos atacantes e melhor aproveitamento do terreno para sua evasão.


Os ataques com defasagem entre aeronaves no momento do ataque é utilizada com o intuito de evitar que uma determinada aeronave adentre o envelope de fragmentação das bombas lançadas pela aeronave antecessora.

Deste modo, a defasagem pode acontecer de três maneiras:

  • Defasagem lateral: Nesta situação, as aeronaves atacantes estarão dispostas lateralmente, numa distância variável, de acordo com o envelope de fragmentação das bombas utilizada.
  • Defasagem em altura: Tal qual a anterior, a defasagem aqui é feita por uma diferença de altura entre as aeronaves atacantes, onde a primeira ataca na altura mais baixa possível.
  • Defasagem temporal: Nesta modalidade, as aeronaves estão atacando vindas de uma mesma direção, havendo uma diferença de 25 a 30 segundos entre duas aeronaves subsequentes.

Ataques a qualquer tempo e durante a noite são utilizados procurando se furtar cada vez mais ao engajamento por meios aéreos e antiaéreos. As aeronaves atacantes passaram a buscar a escuridão da noite e as condições meteorológicas adversas para aumentar sua amplitude de atuação. Já na década de 60, durante a Guerra do VIETNÃ, as aeronaves norte-americanas A6 “lntruder” realizavam missões de ataque ao solo desta maneira. Contudo, a atuação sob estas condições depende da sofisticação dos aviônicos de bordo e de acurado adestramento das equipagens de combate.


No ataque a qualquer tempo ou em condições meteorológicas adversas, uma aeronave atacante terá que, primeiramente, navegar praticamente por instrumentos. Isto inclui o uso de sistemas que se complementam tais como de navegação inercial, GPS, radar-altímetro (que permite a obtenção constante da altura de vôo), radar topográfico (que permite a realização do mapeamento do terreno) e o uso de cartas digitalizadas que permitam a introdução de missões pré-planejadas nos computadores de bordo. Além disso há a questão da localização e pontaria para o alvo, que poderão ser feitas por um radar de bordo de alta resolução, sensores infravermelho e laser.

O ataque noturno requer, além das condicionantes anteriormente expostas, o uso intensivo de sensores infravermelho que gerem uma imagem térmica do alvo, como é o caso do FLIR (Forward Looking lnfra-Red), permitido assim, que o piloto “veja” sua rota de navegação e o alvo a atacar com um grau de nitidez considerável.



A supressão de Defesas Antiaéreas é uma das modalidades de ataque ao solo. As defesas antiaéreas constituem-se um alvo de grande valor para a aviação. Num objetivo defendido por artilharia antiaérea, a missão de supressão certamente antecederá o ataque propriamente dito. Para a execução deste tipo de missão, o inimigo aéreo utilizará, em primeiro lugar, mísseis antiradiação contra os radares antiaéreos. Para este ataque, podem ser utilizadas bombas incendiárias e de feixe, valendo-se da surpresa proporcionada pelas primeiras e do tamanho da área atingida, proporcionada pelas segundas. Muitas forças aéreas possuem esquadrões especializados neste tipo de missão.

O ataque de diferentes direções visa confundir as defesas antiaéreas, inclusive com a utilização de fintas. As Aeronaves atacantes podem vir de diferentes direções simultaneamente e, de acordo o objetivo, utilizar-se de armamento diferenciado com suas respectivas técnicas de ataque. Tomemos como exemplo uma ação contra uma base aérea, onde existem pontos-chave como pista, pátio de estacionamento, hangares e estação de radar, batidos por diferentes formações.


AERONAVES DE ASA ROTATIVA

Os helicópteros são vetores de combate extremamente versáteis, presentes em qualquer conflito moderno. Fruto disto, seguem-se algumas de suas táticas:

Influência do terreno: Geralmente, o terreno não se constitui num problema para o helicóptero. Quando do planejamento de uma missão, o terreno será explorado em todos os seus aspectos que provejam cobertura e surpresa para aproximação do alvo. Elevações, vales, ravinas, vegetação e outras dobras naturais constituem-se em cobertura ideal. Linhas de transmissão de alta tensão ou outros tipos de cabos suspensos constituem-se em sério obstáculo. Obstáculos naturais ou artificiais influenciam nas técnicas e táticas a serem utilizadas, além do ângulo e distâncias ideais para a utilização do armamento. Por exemplo, se o terreno obriga o helicópteros a se expor por um determinado período, sua tripulação terá de adotar procedimentos específicos, enquanto estiver descoberto.

Perfis de voo: Estes utilizam-se do terreno, vegetação e outros objetos para minimizar ao máximo a detecção, melhorando a probabilidade de sobrevivência do helicóptero. São divididos da seguinte maneira:


O voo a baixa altura é realizado numa altura pré-selecionada que minimize a chance de detecção ou observação entre o ponto de partida até o ponto de destino da aeronave. O padrão de voo obedece a uma velocidade e altura constantes de 30 a 150 m, podendo ser sempre empregadas em missões e em ambientes de grande ameaça.

O voo de contorno é executado a baixa altura com o helicóptero seguindo o contorno do terreno, muito próximo ao mesmo. É caracterizado pela variação de velocidade e altura, determinadas pela topografia natural, vegetação e obstáculos.

    O voo de combate também conhecido como “NOE (Nap of the Earth) flight”, é executado tão próximo do solo quanto permitido pela vegetação e obstáculos, geralmente seguindo o contorno do terreno. O piloto utiliza-se de rotas irregulares e desenfiadas, dentro de um corredor pré-planejado, tirando o máximo proveito da cobertura do terreno.

    No voo desenfiado o helicóptero de ataque permanece oculto por elevações ou vegetação, num determinado ponto, à espera de veículos que se desloquem por um eixo previamente conhecido. No momento de sua passagem, eles realizam o engajamento, obtendo a máxima surpresa possível, ao elevar-se de sua posição.

    Nenhum comentário:

    Postar um comentário