sábado, 19 de setembro de 2015

As Lições de Guerra Naval do Atlântico Sul *104


por: Wayne Hughes Jr. USN

O fato de que as Marinhas entraram numa nova era da guerra de mísseis não significa de modo algum que as outras armas tenham perdido o seu poder. Em suma, na violenta guerra entre a Argentina e o Reino Unido em disputa das Ilhas Falkland/Malvinas podemos observar não só a ascensão da ameaça dos mísseis, ao ponto de atingir a proeminência, como também algumas das velhas lições táticas sendo reaprendidas. 

Quando a guerra estava atingindo o seu clímax, alguns observadores explicaram desta maneira os combates, de uma forma não exata:
  • O afundamento do cruzador argentino General Belgrano revelou um novo poder mortal assustador dos submarinos nucleares. 
  • O afundamento do Sheffield, seguido uns poucos dias depois pelas avarias ou pela perda de outros navios de guerra de superfície britânicos, revelou a sua extraordinária vulnerabilidade a ataques aéreos. 
  • Os navios de guerra de superfície estão, portanto, obsoletos, principalmente os grandes e dispendiosos.
  • Os ataques fatais virão sem aviso.
  • Se tivessem sido utilizadas ogivas nucleares, os navios de guerra teriam sido alvos ainda mais fáceis.
  • O combate naval está se tornando mais letal para os participantes.



Conclusões mais sensatas, com base na história das guerras no mar, estão mais de acordo com as linhas abaixo:

  • O afundamento do General Belgrano, que foi construído antes da Segunda Guerra Mundial, revelou uma vez mais que é preciso ter armas modernas para travar uma guerra moderna. A Marinha britânica era superior à argentina, principalmente em termos de submarinos nucleares. Em mar aberto, normalmente uma força naval que seja até mesmo ligeiramente inferior será derrotada de maneira decisiva por um inimigo superior, ao qual infligirá poucos danos. Tendo verificado a sua inferioridade, a Marinha argentina estava totalmente certa ao retirar-se para suas águas territoriais, retirando-se efetivamente da guerra. Os submarinos são navios eficientes, capazes de atacar qualquer coisa na superfície, mas isto não é novidade. Na Segunda Guerra Mundial os submarinos americanos afundaram 1.300 navios japoneses, inclusive um encouraçado, oito navios-aeródromo e onze cruzadores. A energia nuclear só aumenta o poder dos submarinos.
  • O Sheffield e os outros três escoltas britânicos foram perdidos enquanto estavam desempenhando com êxito a sua tarefa, que era proteger os navios-aeródromo e os navios-transporte de tropas. Como os americanos não viam um combate entre forças navais desde 1945, tinham se esquecido de que é normal que um combate naval tenha um ritmo acelerado e que seja mortal e decisivo. Se podemos tirar uma nova lição da guerra, não é que os navios de guerra são vulneráveis aos mísseis, mas que aviões armados com bombas não podem competir com navios de guerra dotados de defesas modernas. No decorrer do afundamento de meia dúzia de navios britânicos, a grande Força Aérea Argentina quase foi destruída após três dias de intensos e corajosos ataques. Quatro dos seis navios de guerra foram afundados perto das Ilhas Falkland. Numa operação anfíbia como a que a Marinha inglesa estava realizando, uma força naval renuncia temporariamente à sua vantagem tática da mobilidade enquanto protege a cabeça de praia. Como o problema de esclarecimento do inimigo está solucionado, a força fica ainda mais vulnerável e precisa depender das suas defesas ativas para repelir os ataques.
  • Os Estados Unidos não podem permitir que os seus navios de guerra de superfície tornem-se obsoletos. Eles dependem do trânsito seguro dos navios mercantes no mar e do uso dos mares para protegerem os seus interesses no exterior, se necessário com desembarques anfíbios. Estas coisas não podem ser feitas sem navios de guerra de superfície. Os grandes navios protegidos, como os encouraçados, são valiosos porque podem ser atingidos e continuar combatendo. Antes do desembarque britânico na Baía de San Carlos, a mobilidade da força naval britânica permitiu que ela operasse com segurança a leste das Falkland. Sem terem qualquer apoio no mar, as forças terrestres argentinas que encontravam-se nas ilhas estavam realmente isoladas do continente, e a Força Aérea Argentina estava longe demais da cena de ação para contribuir de maneira decisiva.
  • No combate naval moderno, um esclarecimento eficaz é a chave para um lançamento eficaz das armas. Tanto as forças britânicas como as argentinas foram prejudicadas por um esclarecimento inadequado. A Força Aérea Argentina e o único submarino argentino precisavam de um melhor esclarecimento para acompanhar e, mais importante, adquirir os navios britânicos vitais. Os britânicos precisavam de um alarme tático confiável para os ataques iminentes. Embora os seus submarinos fossem úteis para dar alarmes antecipados, pelo menos dois navios de superfície foram atacados quando desempenhavam as funções de piquete radar (isto é, de esclarecimento) a uma grande distância da força principal. Um ataque com mísseis não deve ocorrer sem um alarme. Na moderna guerra naval, o resultado de um combate entre duas forças armadas com mísseis é muitas vezes decidido pela eficácia do esclarecimento e da cobertura, antes que as armas sejam lançadas.
  • Nada foi aprendido na Guerra do Atlântico Sul com relação à guerra nuclear. Acho, entretanto, que quando forem empregadas armas de destruição em massa, os alvos fixos em terra serão mais vulneráveis do que os navios no mar, que são capazes de manobrar e escapar do ataque.
  • O combate naval no mar tem sido sempre altamente letal para os participantes, mas os combates travados nas Falkland confirmam uma tendência no sentido da ocorrência de um número menor de baixas por navios postos fora de ação. A guerra moderna em terra e no mar tornou-se mais destruidora de máquinas, não de homens.

domingo, 13 de setembro de 2015

Falklands/Malvinas - A Reação Britânica #103



No dia 3 de abril, seguinte ao desembarque argentino nas ilhas, instalou-se uma crise política nos altos escalões do governo britânico. Margaret Thatcher foi acusada de ter subestimado os acontecimentos nas ilhas Geórgia do Sul e os indícios das intenções argentinas. Na verdade estes acontecimentos já vinham sendo acompanhados de perto pelos britânicos e algumas medidas já haviam sendo tomadas. Alguns políticos vestiram "saia justa" e outros perderam seus cargos

Os preparativos para uma invasão haviam sendo notados por satélites americanos e repassados ao serviço secreto de sua majestade, que acompanhava as movimentações. No dia 29 SSNs da Royal Navy receberam ordem suspenderem de suas bases rumo ao Atlântico Sul. O HMS Spartam partiu em 48 horas rumo a Gibraltar, o HMS Splendid seguiu no dia 1º e o HMS Conqueror  no dia 4. A uma velocidade média de 23 nós o Spartam só chegaria às imediações de Port Stantey no dia 12, tarde demais para frustrar a provável invasão. 




Dia 29 também iniciaram-se os estudos para composição de uma força-tarefa que rumaria ao Atlântico sul. Considerou-se que seriam necessários todos os meios disponíveis como porta-aviões e meios anfíbios. Em manobras ao largo de Gibraltar, a 1ª Flotilha com cerca de 20 navios foi considerada como sendo o núcleo de uma frota capaz de cumprir esta missão. Estes navios já acumulavam alguns dias de mar pois estavam operando, e demandavam manutenção junto a suas bases. No entanto, devido a urgência da situação, tiveram que se deslocar ao outro extremo do hemisférios para operar por mais 2 meses em condições atmosféricas desfavoráveis. O comandante da frota chegou a notificar o alto comando em Londres, alguns dias antes da capitulação argentina, que teria que abandonar a área de operações devido a precariedade das condições de muitos de seus navios, entre eles os porta-aviões, se o conflito não se resolvesse nos próximos dias.

Dia 31 iniciou-se um período frenético de preparação do HMS Hermes que estava em Portsmouth para reforma e do HMS Invencible, recém chegado de exercícios no mar. Improvisações de todos os tipos para adequar os navios a missão foram implementadas, pois o Almirante Sir Henry Leach, primeiro lorde do almirantado, prometeu ao gabinete da ministra que até o dia 5 eles estariam em condições de se lançarem ao mar. Conforme o prometido, acompanhado dos anfíbios Fearless e Intrepid, o núcleo capitânea da FT partiu de Portsmouth, sob o comando do Alte. Sir John Sandy Woodward. Foram precedidos em dias anteriores pelo navio-tanque Tidespring, o submarino diesel-elétrico Onyx e o navio de apoio logístico Sir Geraint, por inciativa do comandante da Royal Navy.



Seguiram navios logísticos de desembarque e os transatlânticos SS Camberra e Queen Elizabeth II para transporte de tropas e o SS  Uganda convertido em navio-hospital, entre outros mercantes, que embarcaram a Brigada Commando 3 dos Royal Marines e os 2º e 3º Batalhões de Paraquedistas, tropas com blindados leves e artilharia, além de equipes do SAS e SBS. Navios civis de vários tipos foram rapidamente mobiliados com pistas de pouso para helicópteros e meios de reabastecimento no mar, 48 no total. As improvisações implementadas não partiram do zero, visto que a RN já tinha planos para operar em águas distantes sem o apoio de bases navais, com a utilização de navios complementares, devido ao reduzido número que a RFA dispunha. Eles complementaram as 22 unidades de navios tanques, logísticos e navios-hospital da RFA (Royal Fleet Auxiliary). 

Somaram-se a FT os contratorpedeiros e fragatas provenientes da 1ª flotilha e outros complementares. Durante o deslocamento pelo Canal da Mancha os navios continuaram a receber suprimento por helicópteros, guarnições aéreas de Caças Sea Harrier da RN. Ao todo, mais de 38 navios de guerra acrescidos de 22 logísticos da RFA e 48 mercantes requisitados ao serviço civil seguiram para o sul do Atlântico, totalizando 114 navios num primeiro momento. Dia 12 de abril foi declarado o bloqueio aéreo e naval em torno de 200 milhas da ilhas com as chegada do primeiro SSN, e no dia 30 de abrir a frota britânica já estava em condições de começar a operar nas proximidades de Port Stanley, efetuando os primeiros contatos em 1º de maio.



Composição da British Task Force no conflito das Falklands/Malvinas 

Porta Aviões (2)
HMS Hermes
706 NAS 4 Sea Kings
800 NAS 12 Sea Harrier
809 NAS (-4) 4 Sea Harrier
826 NAS 12 Sea King
846 NAS 6 Sea King
HMS Invincicle
801 NAS 8 Sea Harrier
809 NAS (-4) 4 Sea Harrier
820 NAS 10 Sea King
Anfíbios-Doca (2)
HMS Intrepid
4 LCVP
4 LCU
HMS Fearless
4 LCVP
4 LCU
Destróieres e Fragatas (23)
HMS Bristol Type 82
HMS  Coventry Type 42
HMS Cardiff Type 42
HMS Exeter Type 42
HMS Sheffield Type 42
HMS Glagow Type 42
HMS Glamorgan County
HMS Antrim County
HMS Brilliant Type 22
HMS Broadswoord Type 22
HMS Active Type 21
HMS Antelope Type 21
HMS Ardent Type 21
HMS Ambuscade Type 21
HMS Avenger Type 21
HMS Arrow Type 21
HMS Alacrity Type 21
HMS Andromeda Leander
HMS Argonaut Leander
HMS Minerva Leander
HMS Penelope Leander
HMS Yarmouth Rothesay
HMS Plymouth Rothesay
Quebra Gelos (1)
HMS Endurance
SSN (5)
HMS Conqueror Churchill
HMS Courageous Churchill
HMS Spartam Swiftsure
HMS Splendid Swiftsure
HMS Valiant Valiant
SS (1)
HMS Onyx Oberon
Mineiros (5)
HMS Cordella
HMS Farnella
HMS Junella
HMS Junella
HMS Northella
HMS Pict
Auxiliares (5)
HMS Hecla
HMS Herald
HMS Hydra
HMS Leeds Castle
HMS Dumbarton Castle
Real Frota Auxiliar (22)
RFA Olna Tanques
RFA Olmeda Tanques
RFA Tidespring Tanques
RFA Tidepool Tanques
RFA Blue Rover Tanques
RFA Appleleaf Tanques
RFA Brambleleaf Tanques
RFA Bayleaf Tanques
RFA Plumleaf Tanques
RFA Pearleaf Tanques
RFA Sir Lancelot Transporte de desembarque
RFA Sir Geraint Transporte de desembarque
RFA Sir Percival Transporte de desembarque
RFA Sir Tristan Transporte de desembarque
RFA Sir Galahad Transporte de desembarque
RFA Sir Bedivere Transporte de desembarque
RFA Regent Suprimento
RFA Resource Suprimento
RFA Fort Austin Suprimento
RFA Fort Grabge Suprimento
RFA Stromness Suprimento
RFA Engadine Oficina 
Royal Maritime Auxiliary Services (2)
RMAS Typhoon
RMAS Goodsander
Requisitados do serviço civil (46)
SS Camberra transatlântico como transporte de tropas
SS Uganda transatlântico como hospital
RMS Queen Elizabeth transatlântico como transporte de tropas
Elk Ferry
Norland Ferry
Baltic Ferry Ferry
Europe Ferry Ferry
Nordic Ferry Ferry
Ragatira Ferry
St Edmund Ferry
Tor Caledonia Ferry
Astronomer Porta Conteiner
Atlantic Conveyor Porta Conteiner
Atlantic Causeway Porta Conteiner
Contender Besant Porta Conteiner
MV Mirmidon Porta Conteiner
Avelona Star Transporte
Geestport Transporte
Laertes Transporte
Lycaon Transporte
Saxonia Transporte
Strathewe Transporte
St. Helena Transporte
Alvega Petroleiro
Anco Charger Petroleiro
Balder Londres Petroleiro
British Avon Petroleiro
British Dart Petroleiro
British Esk Petroleiro
British Tamar Petroleiro
British Test Petroleiro
British Tay Petroleiro
British Trent Petroleiro
British Wye Petroleiro
Eburna Petroleiro
Fort Toronto Petroleiro
G.A. Walker Petroleiro
Scottish Eagle Petroleiro
Empresa Britânica III Rebocador
Iris Rebocador
Irishman Rebocador
salvegeman Rebocador
Stena Inspector Rebocador
Stena Seaspread Rebocador
Wimpey Seahorse Rebocador
Yorkshire Rebocador



domingo, 6 de setembro de 2015

Falklands/Malvinas - Começam as Hostilidades #102



Uma das maiores preocupações do Estado Maior da defesa britânica era a ameaça da aviação argentina contra a força tarefa. A medida mais óbvia para se conter tal ameaça era o bombardeio das bases aéreas continentais, o que acarretaria em inconvenientes políticos, além das barreiras logísticas praticamente intransponíveis. Chegar a estas bases demandaria um esforço de reabastecimento em voo superior ao que se viu nas operações "Blackbuck" com 19 reabastecimentos para cada bombardeiro, além dos reabastecimentos das aeronaves reabastecedoras, além de 2 reabastecedores extras de reserva para cada um. Um bombardeio eficaz demandaria 4 bombardeiros sobre cada alvo, totalizando a necessidade de cerca de 76 reabastecedores Victor. Um verdadeiro pesadelo logístico. Este número além de impraticável pela inexistência de tantas aeronaves, também não seria comportado pela base de Wideawake com espaço físico bastante limitado. Esta impraticabilidade resultou na decisão pelas operações "Blackbuck". Estas operações sugeriram que o desembarque se daria nesta área e o bombardeio continental era uma possibilidade, pois os argentinos talvez não tivesse a capacidade de concluir se esta possibilidade era factível ou não.

Bombardear a pista de Stanley, mesmo que com destruição parcial, provocaria um revés significativo no ressuprimento das tropas argentinas que dependiam da ponte aérea, pois o mar estava sob ameaça constante dos SSN de sua majestade. Em 20 de abril um primeiro Victor realizou a partir de Ascensão um reconhecimento fotorradar para confecção de cartas de navegação aos bombardeiros que operariam sem visibilidade.



Por volta de 30 de abril o gabinete da primeira-ministra emitiu instruções aos Alte Woodward concedendo-lhe um grau amplo de liberdade para tomar as decisões que fossem necessárias para o bom desempenho de sua missão. O bloqueio total de 200 milhas continuava, se bem que o aéreo não era eficaz devido a precariedade de meios. Neste mesmo dia partiu da Inglaterra mais um mercante denominado Iris requisitado a British Telecom para reforçar o esforço logístico de 39 mercantes já em apoio aos 27 vasos da Royal Navy, além de seus submarinos. O Iris foi adaptado com pista para helicópteros Sea King, além de 2 canhões para defesa, e foi empregado no abastecimento entre os demais navios. Ás 23 horas decolava de Wideawake o primeiro Vulcan que 3 minutos depois regressou com problemas de pressurização, sendo substituído imediatamente pelo seu reserva, inciando os longos raides até Stanley com apoio dos Victor, chegando lá por volta das 03:45 (07:45 HMG) do dia primeiro, hora local. 

 A cerca de 150 milhas iniciou a aproximação descendo para 300 pés para evitar detecção, e a 50 milhas subiu para 10.000 pés, fora do alcance da antiaérea, mergulhando a 30 graus liberou às 04:23 hora local 21 bombas de 450 kg cada. Atingiu um PI preciso graças aos fotoreconhecimentos preeliminares, seu sistema INS, seu computador de bordo e radar. Surpresos pela ausência de reação, a tripulação do Vulcan transmitiu um código de "missão cumprida" a sua base.



O Gen Menéndez foi acordado em Stanley pelo efeito do bombardeio ao aeroporto, não sendo possível detectar nem identificar os autores, que se aproximaram a baixa altura. Às 07:30 quando o Gen se dirigia ao seu centro de operações, um novo ataque ao aeroporto aconteceu, desta vez por 12 aeronaves Harrier da FT, atingindo pontos de impacto no limite das habitações e posições AAé que reagiram. Lá chegando recebeu uma mensagem via telefone de um ilhéu do comandante britânico convidando-o a rendição, ao que nada respondeu. Os Harrier também atacaram a base Condor em Goose Green atingindo um Pucará que tentava decolar e matando 1 piloto e 2 armeiros, danificando outros, além de 2 tanques de 4.500 litros de combustível cada e alguns veículos, agravando a já precária situação logística da ilha, e forçando os reabastecimentos manuais nesta base avançada.

Apesar dos bombardeios, a pista de Stanley continuou operacional devido a sua solidez. Edificações próximas sofreram danos, e aviões civis das ilhas foram destruídos. Os argentinos logo reparam as crateras abertas e utilizaram-se de pedras e pinturas para iludir quem observasse do alto que as bombas tiveram efeito e a pista estava inoperante. A imprensa argentina noticiou que o bombardeiro fora ineficaz e os ingleses logo repetiram o ataque. A FAA logo desdobrou uma rede de observadores em postos avançados com 3 homens e cobertura radar, porém o mar continuou a descoberto.



Ás 10:30 um novo ataque aconteceu, resultando no abate de 2 Harrier, um por míssil Roland do grupo 601 e outros pelos Oerlinkon 35 mm. Um terceiro abate por míssil Tiger foi aventado mas  não confirmado.  Às 16:30, vindos do continente, aeronaves Mirage e Dagger atacaram navios da FT avariando a fragata HMS Arrow. Caças Harrier os interceptaram e deu-se o primeiro combate aéreo do conflito, ao estilo "dog fight". Um Sea Harrier alvejou um Mirage pela sua retaguarda a cerca de 1 milha com um míssil Sidewinder L atingindo-o. Um Mirage disparou contra um Harrier sem sucesso, enquanto outro Harrier com outro Sidewinder L derrubou um segundo Mirage. Um terceiro Mirage próximo a pane seca se regressa-se ao continente tentou pousar em Stanley e foi derrubado pela AAé amiga. O piloto ejetou seus tanques e lançou o armamento que lhe restara a fim de pousar, o que foi interpretado como ataque e precipitando a reação confusa dos artilheiros.

Dia 4 os Vulcans voltaram a Stanley novamente tendo a pista como alvo, assim como os Harriers, sendo um destes proveniente do Hermes foi abatido em Goose Green. Devido a neblina constante por 3 semanas e meia, 2 Harriers chocaram-se no ar. Os Harriers continuaram seu bombardeio a alvos militares e repeliram a aproximação de um C-130 escoltado por Mirages. Fragatas aproximavam-se a noite quando a aviação argentina era inoperante e bombardeavam, fazendo com que a guarnição permanecesse em constante alerta. A situação se tornou crítica.



No dia primeiro o radar do aeroporto apresentou problemas devido às ondas de choque provocadas pelos disparos dos canhões próximos. Apenas um radar permaneceu em serviço, porém o bombardeio naval noturno o desativou. Um voo do continente trouxe peças de reposição e pro volta da meia noite os técnicos do exército o reativaram. A pequena aeronave pousou na base Calderon na ilha Bordon, e um helicóptero transportou as peças a partir dalí. As posições foram trocadas o que dificultou sua localização pelos ingleses. Dia 14 eles voltaram a sofrer assédio por mísseis antirradiação disparados pelos Vulcan. As guarnições logo aprenderam a responder aos alertas de ataque aéreo e naval e procurar seus abrigos na terra fofa e inconveniente, que por outro lado absorvia bem os impactos. Abrigos estes desconfortáveis pela umidade e pelo frio.

Dia 2 o mercante Rio Carcarana rompeu o bloqueio e chegou a Stanley. Neste mesmo dia chegaram a Freetown, Serra Leoa, os mercantes Atlantic Conveyor e Europic Ferry requisitado, transportando mais Harriers e Helicópteros.