As operações ofensivas são aquelas desencadeadas a fim de se
obter resultados decisivos, como conquistar objetivos no terreno, destruir e capturar tropas e formações, frustrar e debilitar a logística inimiga, obter informações quanto ao poder de reação das forças atritadas e empreender ações diversionárias. Caracterizadas principalmente pelo princípio da
iniciativa, cabe a estas operações a função de assediar os defensores a fim de
que eles reajam ao plano de operações dos atacantes, impedindo-os que sigam seu
planejamento e forçando-os a desorganizar-se em prejuízo de seus objetivos.
Estas operações caracterizam-se pela exposição demasiada das
forças atacantes, forçando-as a deixarem posições seguras e bem defendidas, a
fim de aplicarem seu poder de combate de forma contundente às forças defensoras,
razão pela qual os atacantes devem obter superioridade relativa de combate
quando do engajamento, de forma intensa e violenta, a fim de decidir a situação
no menor intervalo de tempo possível. Cabe ressaltar aqui a questão da violência, que deve ser aplicada na sua intensidade máxima necessária a fim de buscar o desfecho destas operações no menor espaço de tempo possível. Todo êxito obtido em operações desta natureza deve ser explorado por forças móveis a fim de evitarem a fuga das forças derrotadas, com sua consequente captura. Tropa e equipamento capturados não combatem mais e não causam problemas.
Estas operações devem ser planejadas no
tempo e no espaço de forma a prevenir qualquer tipo de desdobramento decorrente
delas que possam frustrar seu sucesso. Após alcançados os objetivo pretendidos,
as forças atacantes deverão perseguir quaisquer outros que se apresentem e
possam ser alcançados sem se expor a riscos desnecessários, tirando proveito do
êxitos obtidos e maximizando a eficácia do esforço empreendido. Todas as
fraquezas identificadas devem ser imediatamente exploradas, desde que não
resultem em prejuízo a busca dos objetivos definidos. Fraquezas exploradas com proficiência quando da desorganização momentânea das forças inimigas evitam esforços futuros.
A manobra deve evitar o assédio aos pontos mais bem
defendidos do dispositivo defensivo, procurando o rompimento de suas linhas em
pontos de menor esforço, como flancos e retaguarda. Deve-se forçar sempre que possível, os
defensores a abandonarem suas posições fortificadas e difíceis de penetrar, isolando-os de suas linhas de suprimento e comunicações, negando-lhe enlaces de comando e
capacidade receber reforços e ressuprimento, induzindo-o a reagir em direções não previstas
por eles e trazendo o combate para terreno não preparado.
Forças altamente móveis e com maior capacidade de choque e proteção ativa são as mais adequadas a este tipo de operação, pois além de serem mais resistentes ao castigo inimigo, tem maiores possibilidades de aproveitamento do êxito obtido, deslocando-se a posições profundas no dispositivo assediado, capturando tropas e equipamentos, depósitos de combustível e munição e outros recursos importantes. As brigadas mecanizadas e blindadas são as tropas mais vocacionadas a este tipo de combate, quando o terreno lhes for apropriado.
Estas operações devem ser planejadas de forma a exercer pressão contínua aos defensores, com pouca ou nenhuma pausa entre os combates, impedindo-os de se reorganizarem. Deve-se planejar cuidadosamente a substituição das unidades, de forma que todos possam dormir e descansar sempre que possível, pois estas operações podem estenderem-se por semanas a fio. Uma forma de se conseguir isto é através da alternância de funções e substituição dos escalões de ataque, empregando diferentes formas de manobra. Os elementos de comando e controle são vitais a manobra e devem ser especialmente protegidos da fadiga e falta de sono.
Operações defensivas devem ser organizadas de forma ofensiva, com ataque a dispositivos que se preparam para atacar, caracterizando contra-ataques de desorganização, busca de informações e exploradores de eventuais deficiências encontradas.
FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES OFENSIVAS
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Iniciativa e impulsão: O atacante escolhe a hora e o local do ataque, fazendo o inimigo reagir a uma situação não prevista por ele. Uma vez desencadeada a operação, procura-se chegar ao objetivo no menor prazo possível, impelindo-se rapidez a progressão. Deve-se fazer uso de reservas e empregar com abundância os meios de apoio de fogo, engenharia e guerra eletrônica a fim de multiplicar o poder de combate. Meios logísticos eficientes são fundamentais a manutenção do avanço.
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Manutenção do contato, fogo e movimento: Manter o inimigo sempre ocupado e a vista garante informações contínuas, liberdade de ação e conservação da iniciativa, evitando a surpresa. O contato com o inimigo deve ser estabelecido e mantido o mais cedo possível. Fogo e movimento (manobra) devem empregados de forma sincronizada e intensa, culminando com o assalto violento à área decisiva. Mesmo em ações defensivas a manutenção do contato com ações ofensivas deve ser continuamente buscada a fim manter o comando atualizado quanto às capacidades e intenções do inimigo, prevenindo surpresas.
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Informações e Oportunidade: A manutenção do contato permite determinar as característica ainda não conhecidas do inimigo, como dispositivo e composição entre outras, identificando deficiências e correções a serem implementadas. Oportunidades aí identificadas devem ser exploradas, dividindo as forças defensoras, privando-as de apoio e suprimento, buscando-se sempre atacar flancos e retaguarda, sempre menos defendidos.
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Controle de acidentes capitais: O controle de pontos capitais como armas estrategicamente posicionadas, pontes, entroncamentos rodoviários, passagens, elevações e outros podem ser de vital importância ao êxito da operação e devem ser dominados, se assim identificados, o quanto antes, seja pelo avanço ou por tropas especialmente lançadas, como forças aeromóveis e aeroterrestres, anfíbias ou de infiltração. Este controle serve também para bloquear a chegada de reforços.
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Neutralização dos multiplicadores de combate dos defensores: Devem ser lançadas operações a fim de neutralizar ou enfraquecer os potencializadores de combate do inimigo, como o desencadeamento de fogos de contra-bateria, a inviabilização das comunicações por bombardeio e guerra eletrônica, a cobertura aérea impedindo a aviação inimiga de operar, a ação de operações especiais a fim de destruir ou neutralizar outros meios importantes, a caça e neutralização de seus meios de observação, entre outros. Atividades de contra-informação e dissimulação e guerra psicológica devem ser implementadas.
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Concentração do poder de combate: Aplicação do poder de combate de forma massiva, no local e no momento decisivos, deve ser implementada. Todas as formas de subjugar o defensor disponíveis devem ser empregadas de forma simultânea e sincronizada, de forma que o efeito resultante seja maior que a soma dos efeitos individuais de cada meio.
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Aproveitamento do êxito: Ataques violentos e decisivos, praticados por forças superiores e incisivas devem ser explorados agressivamente, e todas as situações e oportunidades que surgirem devem ser convenientemente aproveitadas e potencializadas a fim de capturar ou destruir o maior número de meios inimigos possível.
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