sexta-feira, 2 de maio de 2014

Comando e Controle (C2) - Parte 1 #093



O combate é uma atividade complexa e perigosa, onde decisões erradas e inoportunas podem significar o fracasso de uma operação e a vida daqueles que dela participam. É obrigação de todo comandante militar buscar o sucesso das missões que lhes são confiadas, zelando no maior nível possível pela integridade de seus comandados e seguindo a premissa básica da guerra que é a economia de meios, que poderão fazer falta mais adiante.

Um comandante precisa manter-se informado de todos os detalhes variáveis ou não da área de operações onde atua, bem como daqueles que ali estão, sejam amigos, inimigos ou neutros. Precisa ainda tomar decisões, transmitir ordens, assegurar-se que elas serão cumpridas e readequar seus planos de acordo com a evolução da situação tática.

Os meios modernos de combate impõem uma dinâmica nunca antes experimentada aos campos de batalha, com aeronaves e mísseis deslocando-se a grandes velocidades, sensores captando toda e qualquer atividade pondo em xeque as intenções de se desenvolver ações sigilosas, carros de combate proporcionando alta flexibilidade ás ações terrestres, mísseis balísticos praticamente impossíveis de interceptar sendo lançados de submarinos que surgem do “nada” ou de plataformas terrestres altamente móveis, forças leves dotadas de grande mobilidade proporcionada pelos flexíveis vetores de asas rotativas que podem colocá-las em praticamente qualquer lugar, além de outros meios de combate que tornam a necessidade de se tomar decisões rápidas e precisas cada vez mais freqüente.



Meios de comunicações, eletrônicos e de informática, dotados de “softwares” adequados são fundamentais para que estas decisões possam ser transformadas em ordens efetivamente postas em ação, necessitando de sistemas de comando e controle (C2) e comunicações (C3) bem estruturados e dotados de tecnologia de ponta, além de serem altamente resistentes a interferência por parte do inimigo. Estes sistemas podem ainda ser designados pelo acréscimo do componente informações (C3I) que é a base para a tomada de toda e qualquer decisão.

O Comando é o exercício da autoridade sobre as forças subordinadas e o controle é o conjunto de ações que visa fazer valer as intenções do comando, sendo que este deve sempre atuar em proveito daquele e nunca o contrário. Cabe ao comandante o exercício do comando e aos seus estados-maiores o exercício do controle.

Assim uma força de incursão aérea deve poder deslocar-se por um corredor previamente definido sem correr o risco da artilharia antiaérea amiga confundi-la com forças inimigas, um submarino de ataque deve ter certeza que seu alvo não faz parte de suas próprias forças, uma tropa de infantaria deve saber o momento de efetuar uma retração para poder liberar uma área alvo para sua artilharia de apoio, um desembarque anfíbio deve se dar em uma praia segura e na ordem correta, de forma que o combate que ali se desenrolar possa contar com os meios previstos, bem como o constate fluxo de meios provindos do mar não provoque um engarrafamento monumental nas cabeças de praia.

Uma ordem de operações começa quando uma informação importante chega ao posto do comando, é avaliada e processada, e depois exposta ao comandante, já refinada e contextualizada. Este a avalia, toma sua decisão e espera que suas ordens sejam prontamente transmitidas as unidades que as executarão, sempre em tempo hábil, sob o risco de todo o processo ter sido em vão e as conseqüências graves. Devido ao estado da tecnologia atual, grande parte das ordens são totalmente automatizadas, liberando os comandos para voltarem sua atenção a análises mais importantes e específicas.




Os meios eletrônicos modernos, baseados em computadores podem filtrar uma única informação e fazê-la chegar a diferentes escalões de forma distintas, fazendo com que cada um receba apenas a parte que lhes interessas. Assim por exemplo, ao alimentar-se uma ordem de ataque aéreo no sistema, os pilotos a recebem e podem planejar sua missão, os mecânicos também a recebem e podem começar a preparar as aeronaves antes mesmo de qualquer contato com os pilotos ou destes emitirem suas orientações, o pessoal dos suprimentos podem começar a abastecer as aeronaves designadas com o combustível necessário e as armas de que fará uso, que em última instância serão designadas pelo pilotos, o controle de tráfego aéreo poderá liberar os corredores para a incursão, alertando a antiaérea e a aviação de caça amiga seja para evitar fratricídio, seja para proporcionar escolta as forças atacantes.



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