A IMPORTÂNCIA DA OBSERVAÇÃO DO TIRO DE ARTILHARIA E DE MORTEIRO PESADO POR COMBATENTE DE QUALQUER ARMA
Augusto Ravanello Duque
Na execução do apoio de fogo em qualquer situação a Artilharia deve proporcionar volume e potência de fogo, nos locais e nos momentos necessários ao combate. Para seu funcionamento, vale-se da execução e da integração de seus subsistemas, os quais são: linha de fogo, topografia, central de tiro, observação, meteorologia, busca de alvos e comunicações. Nessa integração, cabe ao subsistema observação conduzir e ajustar tiros sobre alvos de interesse para o cumprimento da missão das tropas apoiadas. Para executar seu propósito, este subsistema utiliza os Observadores Avançados (OA), que tem como incumbência servir como elementos responsáveis por levantar alvos e informações sobre o inimigo, acompanhar o combate junto aos comandantes de subunidade, serem os elementos mais próximos à linha de contato com o inimigo, formar uma rede de informações e servir como elemento de ligação da artilharia com a tropa apoiada.
Os OA de artilharia são fornecidos pela unidade de artilharia orgânica daquela Grande Unidade, sendo que cada SU recebe um OA. No caso dos OA de Morteiro Pesado 120mm (Mrt P) cabe a própria tropa apoiada fornecê-los. Dessa forma, serão militares oriundos das armas de Infantaria e Cavalaria, e terão as mesmas atividades e responsabilidades dos OA de artilharia.
Durante o desenrolar das operações, existem uma infinidade de situações que influenciam no trabalho dos OA, tais como: postos de observação que não possuem grande amplitude de observação, limitação das comunicações ou baixas na equipe de observação. Dessa maneira, é imprescindível que existam militares em contato visual com os alvos e que estejam aptos a conduzir o tiro e, para isso, os mesmos devem saber os procedimentos e técnicas mínimos para a correta condução do tiro, pois devem analisar os alvos, corrigir os disparos e avaliar os danos.
O desconhecimento da técnica de observação pelos militares de primeiro escalão, durante o combate, impossibilita um Ap F preciso, oportuno e eficaz em proveito da arma-base, além de dificultar o controle de danos.
No caso particular do Pelotão de Exploradores cresce de importância que todos os militares estejam aptos a conduzir os tiros. Apesar de não ter por missão precípua se engajar decisivamente com o inimigo, deve reconhecer, explorar e esclarecer, monitorando sempre a atividade inimiga no terreno. Além disso, opera em uma área mais à frente de sua Unidade em até 2 km e nessa situação não haverá OAs em condições de conduzir os fogos, pois os mesmos estarão acompanhando a manobra da subunidade em apoio que está mais a retaguarda. Nesse contexto, pode em algum momento necessitar do Apoio de Fogo, o que torna necessário a existência de militares com conhecimento técnico da condução.
Durante a instrução dos Pelotões de Exploradores de infantaria, os militares integrantes da fração realizam exercícios de condução de fogos em ambiente simulado, abrangendo diversos contextos táticos, para que tomem conhecimento das ligações existentes e para se adestrarem nos procedimentos da condução.
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