terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Guerra de Movimento #022



Este conceito, iniciado por Napoleão e mais recentemente pelo exército alemão na II Guerra Mundial com sua "Blitzkrieg", preconiza a solução da batalha terrestre no menor espaço de tempo possível, através de ações ofensivas continuadas rápidas e profundas sobre os segmentos mais vulneráveis do inimigo, em frentes amplas e descontinuadas. 

Valendo-se dos princípios de Iniciativa e da Surpresa, visa obrigar o inimigo a reagir a nossas ações de forma desordenada e deficiente, evitando que siga seu planejamento próprio, submetendo-o a constante pressão até que seja destruído ou dominado. 



Este conceito requer das forças atacantes grande mobilidade e capacidade logística, pois visa, além de provocar a ruptura do dispositivo inimigo, disseminar-se no interior de sua área de defesa com profundidade, neutralizando no maior nível possível sua capacidade de combate, ao custo mínimo para as forças atacantes. 

A utilização do conceito de armas combinadas é fundamental, com ataques sendo precedidos por ações da artilharia e bombardeios da força aérea, pontos capitais rapidamente dominados por paraquedistas e tropas aeromóveis garantindo sua utilização pelas nossas forças ou negando-lhes ao inimigo, dispositivos defensivos rompidos por forças blindadas e rapidamente ocupados e consolidados pela infantaria, exploração da retaguarda inimiga pela desorganização de suas áreas logísticas e de C3I, além da contínua ação da unidades de guerra eletrônica e inteligência.



Os conceitos operacionais da guerra de movimento são:

  • Ação desbordante ou de flanco:
Evitar os setores densamente defendidos, procurando centralizar os esforços em setores alternativos que comprometam a integridade defensiva do inimigo, forçando-o a direcionar esforços em direções não consideradas com consequente fragilização de sua massa. Estas manobras visam principalmente paralisar suas comunicações, interromper sua vias de suprimento e bloquear suas rotas de fuga, além de obrigar o inimigo a utilizar suas reservas.
  • Iniciativa:
Com o objetivo do escalão superior sempre em mente, cada comandante tático deverá traçar sua própria linha de ação, explorando as particularidades de cada situação em proveito da própria manobra a fim de alcançar seu objetivo particular da melhor forma possível, sempre a luz do bom senso.
  • Seleção de frentes:
As unidades deverão receber setores operativos compatíveis com sua capacidade a fim de que possam concentrar seus esforços de maneiro eficaz e de forma emassada.
  • Flexibilidade:
A capacidade de modificar os planos originais em face de linhas de ação mais promissoras que forem surgindo no decorrer da manobra. Tais linhas de ação podem ser previstas em maior ou menor grau e sempre que possível devem ser elencadas como possíveis no planejamento da operação, de forma que sua implementação possa ser rapidamente efetivadada com esforço mínimo.
  • Dissimulação:
Dissimular significa fazer o inimigo acreditar naquilo que não existe ou não está acontecendo, fazendo-o reagir de forma equivocada. Manobras diversionárias, uso de fulmígenos e meios eletrônicos, camuflagem, mentiras e engodos de toda ordem, enfim tudo o que leve o inimgo a disperdiçar seus esforços.
  • Ação tridimensional:
Usar de forma ostensiva aeronaves de asa fixa e rotativa a fim de posicionar tropas por ações aeromóveis e aeroterrestres, conquistando pontos capitais à manobra em áreas profundas do dispositivo inimigo, destruir alvos da alto valor e apoiar por meio do fogo a operação das tropas amigas, além de garantir mobilidade em tempo real a pequenos grupos multiplicadores de força em proveito da manobra principal.
  • Ação em profundidade:
Aproveitamento rápido e profundo de eixos conquistados a fim de isolar o inimigo e bate-lo por partes, destruindo seu sistema logístico e apoio de fogo, comando e controle, impedindo-o de reagir e levando-o ao colapso operacional. Deve-se para tal utilizar-se de generosamente de meios de guerra eletrônica, busca de alvos para fogos de longo alcance, ação e forças especiais e de elementos de manobra altamente móveis.
  • Combate eletrônico:
Uso de meios eletrônicos a fim de obter o maior número de informações possível que revelem o poder de combate do inimigo, suas intenções e possibilidades, dispositivo, limitações e vulnerabilidades de forma contínua, mesmo antes do combate começar, e de contramedidas eletrônica ativas a fim de degradar a capacidade do inimigo de obter informações, se comunicar e praticar a vital atividade de comando e controle.
  • Risco:
O risco é inerente a guerra, que não existem sem ele. O risco porem tem que ser avaliado de forma a não comprometer a integridade da força, e em caso de insucesso existam alternativas viáveis.
  • Combate continuado:
Operações implementadas continuamente dia e noite, sem intervalos a fim de não permitir pausas para reorganização do dispositivo inimigo.
  • Combate não linear:
Combate em toda a extensão da área de operações e não apenas ao longo da linha de contato. Deve-se levar a manobra além da linha de contato, aos flancos e retaguarda, áreas de segurança e brechas apenas vigiadas, com incursões profundas e fluidas por meios altamente móveis terrestres e aéreos.
  • Letalidade:

Utilização de meios modernos e tecnologicamente avançados de pontaria e busca de alvos, a fim de não desperdiçar o poder de fogo com disparos imprecisos e não efetivos. Deve-se lançar mão ostensivamente de radares, meios de visão noturna, veículos aéreos não tripulados, satélites de observação, designadores eletrônicos e tudo o mais que contribua para a efetividade dos disparos.


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