domingo, 23 de setembro de 2012

Granadas Portáteis #045



Criadas na antiguidade pelo advento da pólvora, as granadas de mão passaram um longo período relegadas a um papel secundário ou quase inócuo, mas conquistaram seu lugar no século XX, com o advento das formas modernas de combate.

Granadas de mão são o apoio de fogo pessoal de cada combatente. Leves e fáceis de operar, podem ser levadas individualmente por cada soldado em ação, que tem sempre a sua disposição um dispositivo explosivo que não requer pontaria nem técnicas avançadas de operação, para uso contra pequenos grupos de soldados inimigos.

Basicamente uma granada de mão é constituída de um invólucro contendo material explosivo acionada por um sistema de ignição. Elas podem ser usadas para provocar efeito sonoros de efeito moral, efeitos incendiários, provocar cortinas de fumaça ou luz intensa, gerar gases letais ou de efeito irritante, provocar pressão explosiva com arrebentamento ou não de camisas metálicas e arremesso de estilhaços letais.




Os sistemas de ignição podem ser de dois tipos: de impacto ou temporizados, sendo estes últimos os mais usados em granadas industrializadas. O importante é que estes sistemas proporcionem a detonação da granada de forma segura a quem a arremessa, ou seja a uma boa distância.

Granadas de impacto são de constituição muito simples e construídas de forma improvisada, com materiais disponíveis. Um exemplo clássico é o chamado coquetel molotov, que nada mais é do que uma garrafa de vidro com material combustível (gasolina por exemplo) com um tecido embebido, no qual se ateia fogo. Ao arremessar contra uma superfície dura, a garrafa se quebra e espalha o combustível, que incendeia imediatamente a partir do tecido também incandescente que a acompanha. Dispositivos com nitroglicerina, que se incendeiam facilmente quando agitados podem ser usados. Estes dispositivos não são totalmente seguros e são usados por combatentes desprovidos de recursos e em ações improvisadas.


As Granadas temporizadas são mais seguras de serem usadas e vem com ignitores especialmente construídos, proporcionando mais segurança a seus operadores. São eficazes contra pessoal e inócuas contra veículos com alguma blindagem. O modelo mais comum é constituído por um invólucro metálico pré fragmentado (granada de fragmentação), recheado de material alto explosivo (HE). No centro do invólucro existem um espaço onde se parafusa o dispositivo ignitor. Existem modelos construídos em plástico duro onde se encaixa ou não uma camisa metálica pré-fragmentada. Pode ser usado sem a camisa para efeito moral (pequenos ferimento pelo estilhaço do plástico) ou com a camisa que dispensa estilhaços metálicos de efeito letal.

O dispositivo ignitor é constituído por um percurssor forçado contra uma espoleta por uma mola. Este percussor não golpeia a espoleta enquanto  a alavanca percussora, chamada na tropa de "capacete" e montada na parte externa da granada e ajustada ao seu corpo (da granada), estiver em seu lugar, mantida pelo pino de segurança da granada ou pela palma da mão do arremessador.





Para arremessar, o soldado segura firmemente a granada com a alavanca percussora (capacete) contra a palma de sua mão e remove o pino de segurança. Enquanto a granada não for arremessada o dispositivo percutor não entra em ação. No momento do arremesso, o arremessador alivia a pressão da palma da mão contra a alavanca percussora, a qual desprende-se da granada e libera o percussor, que forçado por sua mola, golpeia violentamente a espoleta. A espoleta provoca uma pequena faísca contra um dispositivo de retardo (estopim) que queima por aproximadamente 4 a 6 segundos, e acende um detonador que faz com que o explosivo principal seja detonado, causando os efeitos desejados, como o estilhaçamento do invólucro ou camisa.

Dependendo do tipo de granada, este efeito pode ser a liberação de gases, a queima de fósforo provocando luz intensa, os estilhaçamento do invólucro fazendo "voar" pedaços de metal, balins e outros, a mistura de químicos provocando efeito incendiários ou provocando fumaça de várias cores.




A principal desvantagem deste tipo de ignitor é que se o retardo queimar por mais tempo que o necessário e se o soldado-alvo for rápido o suficiente, ele pode arremessar a granada de volta. Estas granadas tem alcance, dependendo da força e técnica do arremessador, podendo atingir até 30 metros, e raio letal de cerca de 5 metros. Podem ainda ser usadas para a construção de armadilhas (minas) acionadas pela vítima.




A granadas de impacto industrializadas explodem assim que atingem o alvo e são lançadas por fuzil ou lançadores especialmente construídos, não sendo possíveis de serem arremessadas de volta. Seu ignitor funciona como o das bombas aéreas. Podem ser propelidas pelos gases de um cartucho de fuzil ou terem propelentes próprios. São armadas por dispositivos acionados por rotação ou pelo disparo, permanecendo inertes e seguras antes do disparo. Algumas granadas de fuzil possuem pino de segurança que deve ser removido antes do disparo. São aerodinâmicas e possuem aletas de estabilização, quando não são rotacionadas. estas granadas, ao contrário das de retardo, possuem um percurssor que é mantido afastado da espoleta por ação de molas. Quando do impacto, as molas são comprimidas por inércia e o percussor golpeia a espoleta provocando sua explosão. Pinos de segurança ou dispositivos que se armam automaticamente por lançamento ou rotação, impedem detonações acidentais. Possuem um alcance de 150 a 400 metros a raio de ação de cerca de 30 a 40 metros. Existem versões anticarro e antipessoal.




Existem ainda ignitores mais modernos operados eletronicamente, que permitem regular o tempo da explosão a vontade do granadeiro.



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