domingo, 2 de fevereiro de 2014

Fogos de Artilharia de Campanha #086



O combate terrestre é um bem orquestrado conjunto de ações, que quando desencadeado, transforma-se numa caótica disputa aparentemente desorganizada e sem qualquer coordenação. Aqueles que conhecem, pelo mínimo que seja, como os militares se comportam sabem que nada se faz sem que um plano tenha sido concebido, seja ele um plano relâmpago ou bem elaborado, procurando cercar de todas as formas os meandros de qualquer operação, antecipando suas conseqüências e reduzindo o risco, além de buscar o meio mais rápido de alcançar seus objetivos.

Um dos fatores predominantes em qualquer campo de batalha é o uso do fogo, que aliado a manobra, constituem-se no binômio onipresente em qualquer combate moderno. O fogo é usado de forma direta pelas armas-base (infantaria e cavalaria) com seus fuzis, metralhadoras e carros de combate; que o endereçam a seus alvos enquanto se movem pelo terreno, em movimentos programados quase sempre contando com a cobertura de suas forças.



Porém a arma terrestre que emprega o fogo como seu argumento final é a poderosa artilharia de campanha, capaz de desdobrá-lo em largas frentes e grandes profundidades, podendo sem mudar de posição, realocá-los a vários quilômetros de distância e em seguida buscar um novo alvo muito longe deste último.

Trabalhando em íntimo contato com as armas-base, a artilharia de campanha quase sempre executa seus fogos em proveito e a pedido destas, atirando por sobre suas cabeças e alvejando com precisão áreas imediatamente a frente das tropas amigas.

Postada quilômetros a retaguarda das linhas de contato, a artilharia tem por característica manter um constante volume de fogo para que as armas-base possam avançar por sobre uma resistência debilitada e desorganizada, facilitando sobremaneira o trabalho destas. A artilharia de campanha, sempre a retaguarda, precede com seus fogos o avanço das armas-base, para que estas possam atravessar ruínas dos dispositivos defensivos, alvejando com seu armamento os alvos que sobrarem.



Denominado apoio de fogo, a missão da artilharia de campanha conta com um bem estruturado sistema de controle e coordenação de suas missões de tiro, que devem ser sincronizadas com a manobra geral e coordenadas pelo seu sistema de observação e cálculo.

Sob os aspecto tático os fogos da artilharia de campanha, que é o nome que se atribui ao conjunto de tiros destinados a uma finalidade comum, se classificam em fogos de apoio, de contrabateria e aprofundamento do combate.


Fogos de apoio: 

São os fogos desencadeados em proveito das unidades em contato direto com o inimigo, em alvos próximos que possam ameaçar a forças amigas, e cuja finalidade é minimizar o risco e o esforço destas unidades no cumprimento de suas missões. Estas missões tem como alvos tropas inimigas, radares de campo, colunas de carros de combate em contato com forças amigas, armas anticarro, e outras.

Fogos de contrabateria: 

São os fogos que tem por alvos os sistemas de artilharia e apoio de fogo do inimigo, e devido a localização destes sistemas devem ser executados por material de maior alcance, normalmente alocados as unidade de artilharia de escalões superiores. Os alvos dos fogos de contrabateria são os morteiros, artilharia de tubo e de foguetes inimigos.

Fogos de aprofundamento: 

São os fogos efetuados bem a retaguarda do dispositivo inimigo e visam provocar desorganização nos sistemas de comando e controle, depósitos de combustível e munição e outras instalações logísticas, inviabilizar área do campo de batalha e de retaguarda ao movimento inimigo e outros alvos que não envolvam os combates junto as linhas de contato. Exigem normalmente material de grande alcance.



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