Denomina-se urânio empobrecido (DU “depleted uranium”) ao isótopo 238 do urânio, resultante do processamento ou enriquecimento deste elemento para obtenção do isótopo 235 usado em reatores a armas nucleares. Também chamado de urânio exaurido ou urânio esgotado é de difícil fissão, possuindo menos de 1/3 do urânio 235 existente no urânio natural, este tendo em sua composição cerca de 99,27% do isótopo 238.
Emite em torno de 60% da radiação emitida pelo urânio natural e devido a sua alta densidade (cerca de 19.050 kg/m3 – 67% superior ao chumbo) é muito apreciado para aplicações militares e civis. Pode ser usado como lastro de aeronaves, escudo contra a radiação, projéteis de energia cinética e blindagens, assim como em reatores e armas nucleares, porém com eficiência inferior ao seu irmão 235.
Seu uso em aplicações diversas é controverso devido a radiação que emite. Embora possua um grau de toxicidade inferior ao arsênico e o mercúrio, possui uma meia vida de bilhões de anos e não existem pesquisas conclusivas a respeito de seus malefícios, embora se saiba que causa danos neurológicos, mutagênicos e leucogênicos, sendo seus efeitos sentidos pelos veteranos da Guerra do Golfo que apresentaram defeitos congênitos em seus filhos devido a exposição nesta guerra.
Seu uso militar se deu a partir da década de 70 para fazer frente às blindagens soviéticas, devido a sua característica de dureza e relativa abundância. É mais frágil e menos denso que o carbeto de tungstênio (o tungstênio é importado da China), tendo sido usado em todos os conflitos da OTAN desde então, que possui grandes estoques, além de Israel em ataques a Gaza. A munição tipo APFSDS (flecha) é um projétil desprovido de carga explosiva e que atinge seu alvo (blindagens de carros de combate extremamente duras) a 1.150 m/s e a penetra por energia cinética através do calor proveniente do impacto que a derrete a 1800 graus Celsius, pulverizando tudo o que há lá dentro, inclusive munição e combustível. O urànio possui ainda propriedades pirofágicas;
Imerso em grande controvérsia, dado que se pulveriza ao impacto de seus projéteis e forma nuvens de partículas ligeiramente radiativas que contamina grandes áreas, verificou-se (a ONU) que a munição norte-americana contém plutônio, e provém de usinas de reprocessamento, apresentando radiatividade mais alta.
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