terça-feira, 15 de maio de 2018

Movimento Tático de Infantaria #148



A infantaria se movimenta no terreno usando formações táticas, quando em condição de provável contato com o inimigo, de forma a minimizar as chances de ser surpreendida e sofrer baixas, além de poder responder ao fogo de forma eficiente se o engajamento for estabelecido. O movimento tático antecede a manobra, e cessa com o inicio desta, que se dá com o estabelecimento do contato. Movimentar-se de forma disciplinada e usando a técnica adequada faz a diferença entre a vida e a morte.

Formações Táticas

São utilizadas 7 formações pré-definidas, cada uma empregada de acordo com a situação tática do momento, onde se leva em consideração as necessidades de velocidade de avanço e fluidez de deslocamento, necessidade de fazer fogo a frente ou para os lados de forma mais eficaz, probabilidade de contato imediato e provável quadrante de contato, entre outras. Ao deslocar-se a infantaria deve manter a coesão do grupo, permitir a comunicação entre seus membros, manter o ímpeto do movimento e alcançar máxima proteção mútua entre seus membros e outros grupos adjacentes. A formação também deve permitir que uma vez estabelecido o contato o grupo possa migrar para uma situação defensiva de forma natural e sem grandes contratempos.

Cada membro do grupo ocupa uma posição padrão na formação de forma que todos possam estar em contato permanente com seu lider imediato e este seu lider superior, além é claro de poder cumprir sua função. As formações não devem ser rígidas, mas sim flexíveis de forma a poder variar se necessário, ao comando de um gesto do líder. As formações em linha, em coluna e em escalão são as menos flexíveis.

As formações são escolhidas de acordo com os fatores largura e profundidade requeridos, sendo que a vantagem de um dos fatores representa desvantagem do outro. Uma coluna de infantaria pode se dispor em coluna, em linha, em V, em cunha, em diamante , em caixa ou em escalão. As formações podem contar com um elemento guia ou com mais de um. A primeira torna o controle mais fácil, porém reduz a superioridade de fogo a frente e vice-versa.

A formação em linha consiste em todos os elementos postados lado a lado, dispondo o grupo com máxima largura e mínima profundidade. Todos podem, de forma otimizada, observar e fazer fogo a frente, com prejuízo dos flancos. O caminho percorrido por um indivíduo ainda não o foi por outro, podendo por exemplo haver uma mina ali, requerendo cautela e esforço de limpeza de itinerário. O movimento deve se dar tendo como base o movimento do líder ou ao seu comando, sendo o controle difícil e é usada quando o contato é iminente. Esta formação implica em baixa velocidade e é inviável em terreno restrito, dificulta a manobra escalonada, favorece a dispersão e alta assinatura. O comando para esta formação é dado quando o líder estica ambos os braços.

A formação em coluna é o oposto da anterior. Os elementos postam-se em fila e assim se deslocam, sendo o terreno relativamente seguro depois da passagem do elemento à frente. Um elemento é destacado para ir um pouco a frente do grupo oferecendo segurança aos demais. Possui poder de fogo máximo nos flancos a mínimo a frente, bem como a observação. É a formação mais fácil de controlar, desde que o elemento a frente não se distancie em muito do líder, e que oferece maior fluidez, mesmo em terrenos mais restritos.  É vulnerável a ataques aéreos e ao fogo de metralhadoras se pouco dispersa. É empregada quando se tem a velocidade como prioridade e o contato com o inimigo é pouco provável, pois a capacidade de manobra fica restrita. O comando para esta formação é um giro de 360 graus com o braço estendido, partindo do alto.

O terceiro tipo á a formação é a em V ou cunha invertida. É similar a formação em coluna, porém oferece mais flexibilidade de manobra pois coloca 2 elementos a frente em vez de 1 só. Possui maior capacidade de fogo e observação à frente, porém mantém a segurança dos flancos em bom nível e oferece boa dispersão. É utilizada quando se quer priorizar a velocidade, porém o contato com o inimigo é mais provável. O controle é similar a formação em coluna, mas um pouco mais complicado. O comando para esta formação são os braços erguidos acima do ombro.

A formação em caixa dispões seus elementos tal qual o formação em cunha invertida na frente e repete esta disposição nos elementos de retaguarda. Possui as mesmas características desta. É uma formação que maximiza a segurança do grupo.

A formação de cunha pode ter 2 variações: cunha a direita ou a esquerda tendo um elemento a frente, dois de um lado de forma escalonada e outro do lado oposto. É usada em situações indefinidas com um elemento a frente. Proporciona alta grau de controle e bom poder de fogo, relativa facilidade em terreno restrito e facilidade de transição para formações de linha ou coluna. Em terrenos muito restritos requer frequente transição para formação em coluna. O comando para esta formação são os dois braços abaixados em 45 graus.

A formação em diamante tem as mesma características da formação em cunha com o quarto elemento disposto à retaguarda do elemento que se desloca a frente.

A sétima formação usada é a formação em escalão, que como a formação em cunha pode ser a direita ou a esquerda. Consiste em escalonar os elementos de forma diagonal a sentido do deslocamento para um dos lados, aquele de onde vem a ameaça. Permite fogo e observação ótima para o lado escalonado e para frente, com segurança debilitada para o lado oposto. É usado quando se tem segurança que a ameaça virá só de uma lado, como na composição de formações maiores com outros grupos que proporcionam segurança mútua, sendo de difícil controle. O comando para esta formação é um braço acima e outros abaixo, sempre no sentido do escalonamento.

Dentro do grupo, os infantes compõem uma equipe de fogo, que nada mais é do que uma atribuição de responsabilidades de cada um de vigiar um quadrante específico, de forma a proporcionar segurança a todo o grupo. casa elemento deverá ter conhecimento de seu quadrante e dos quadrantes de seus companheiros, conhecimento este que concatenado com a formação usada evita que se atire na direção dos parceiros evitando fratricídio. As equipes de fogo guardam um distância de segurança (dispersão) de seus parceiros até o limite do controle, distância esta que é ditada pela situação tática do momento.

A cunha é a formação básica da equipe de fogo, com seus integrantes mantendo um espaço de cerca de 10 metros, variando de acordo com as condições do terreno. Os integrantes da equipe agem de acordo com as ações do líder sem necessidade de ordens explícitas, sendo fundamental que todos tenham sempre o líder em seu visual. Em terrenos seriamente restritos como dentro de edificações e em condições de visibilidade muito limitada se usa a coluna em formação cerrada, pois a cunha é impraticável.

O Itinerário a ser usado

Estabelecer contato no momento e local escolhidos pelo inimigo será sempre desastroso, de forma que entender as peculiaridades do terreno em que se irá operar e selecionar as rotas mais adequadas é vital. Também é importante se deslocar no tempo certo, com a disposição adequadas das armas disponíveis e com o grupo disposto na formação adequada, de forma a chegar ao local escolhido no momento desejado em condições de integridade do grupo e com total potencial de combate.

Quando o movimento não tem por objetivo o engajamento em combate, como aquele praticado por grupos isolados atrás de linha inimigas procurando um reposicionamento, busca-se a máxima segurança e o controle, praticando o contato apenas quando inevitável, movendo-se por rotas ocultas e cobertas que ofereçam poucas possibilidades de emboscadas. Deve-se ainda lançar mão de todos os recursos de camuflagem e disciplina de ruído, manter vigilância em todas as direções e valer-se de recursos como ocultação por fumaça e aplicação de fogos diretos e indiretos quando necessário.

As formações táticas da infantaria determinam o espaçamento entre os membros do grupo, seus setores de fogo e as responsabilidades de cada um. Dentro da formação as técnicas de movimento definem o nível de segurança que um soldado oferece a outro, a posição dos GCs uns em relação aos outros, quem faz fogo e quem se desloca.

Tão importante quanto as outras tarefas do líder, é a habilidade de planejar e selecionar uma rota de deslocamento. Deslocar-se por um itinerário que seja o mais seguro possível, demandem o menor esforço e atinjam o objetivo do deslocamento no tempo adequado é importante. Um deslocamento eficiente começa com uma seleção de rotas bem selecionadas que exige um análise pormenorizada do terreno e termina com uma capacidade de navegação competente. Planejamento e preparação são inúteis se não se consegue encontrar o caminho para o objetivo.

Terrenos perigosos devem ser evitados. Expor-se a observação ou ao fogo, ou ambos também. O planejamento da rota deve levar este fator em consideração e se for inevitável atravessar estas áreas deve-se fazê-lo o mais rapidamente possível e com cautela máxima. 

3 comentários:

  1. Em um assalto (seja de cavalaria ou infantaria) o uso dessas técnicas permanece? Há situações em que o assalto é feito usando-se dessas técnicas? e há vezes que simplismente se corre contra as posições inimigas? Se ambas as formas podem ser utilizadas, existem situações que uma se sobresai sobre a outra?

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    1. "O movimento tático antecede a manobra, e cessa com o inicio desta, que se dá com o estabelecimento do contato."

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  2. Sempre são usadas estas formações na movimentação tática. Em nível índividual pode-se variar conforme a situação, mas a formação inicial é uma destas. Num assalto propriamente dito movimenta-se conforme a situação permitir, porém sempre entro da técnico de avanço e cobertura, ou seja, enquanto uma seção faz fogo a outra se movimenta.

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