FRASE

"Quem escolhe a desonra a fim de evitar o confronto, a conseguirá de pronto, e terá o confronto na sequência."

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Áreas Estratégicas #085




Uma campanha militar se baseia em 2 pilares estratégicos: Debilitar a capacidade de resposta do inimigo, seja por ação militar direta contra suas forças ou pela frustração de sua logística, atuando junto a fornecedores, unidades, e rotas; e pela ocupação e domínio de suas áreas estratégicas, privando-lhe de estruturas vitais como usinas de energia e fornecimento de combustíveis, por exemplo. Ocupar um terreno, por exemplo por onde passa uma estrada importante ao seu suprimento pode inviabilizar a manobra das unidades que estão do outro lado.

A contra ofensiva das Ardenas em 1944 visava privar as forças aliadas do porto de Antuérpia, importante para dar fôlego ao avanço das forças de Eisenhower, assim como o desembarque na Normandia tinha como seu objetivo imediato conquistar o porto de Cherbourg. Identificar estas áreas é de vital importância a estratégia militar. Sejam áreas próprias que devem ser defendidas, ou inimigas que devem ser conquistadas. A conquista de uma área importante pode abreviar uma campanha, evitar a perda de muitas vidas e economizar recursos valiosos.

Áreas estratégicas, na conotação militar, são àqueles espaços que demonstram maior importância para a atividade militar, e cuja perda ou privação de seu domínio trás enormes prejuízos a esta atividade. Toda campanha militar visa o domínio destas áreas, que podem estar em território nacional e tem que ser preservadas, ou em território além-fronteiras que devem ser conquistados ou cedidos ao uso, que em última análise é a razão de ser da campanha. Cabe às forças engajadas de cada lado manterem o domínio nestas áreas, se não for possível na totalidade do território, pois é a partir delas que qualquer reação a uma ocupação deverá se iniciar.

Assim temos, só para tomar como exemplo, os canais do Panamá e Suez por onde passa grande parte do comércio mundial; Os estreitos de Gibraltar e Ormuz, este último importante rota de petroleiros; os cabos Horn e da Boa Esperança, também passagens importante de navios; Os terminais portuários de Roterdã para a Europa, Santos para o Brasil e de Xangai para a China. Em um nível mais pontual temos as elevações que abrigam estações de radar e se prestam a observação, os túneis que atravessam grandes elevações, os aeroportos e troncos ferroviários, áreas industriais de base e interesse militar, entre outras.


Outras áreas são estratégicas por constituírem grandes obstáculos, como a grande depressão de Qattara na Líbia que afunilou a manobra durante a II Guerra, o deserto do Saara, o gelo polar ártico que impede o uso de bases navais russas no norte, a floresta amazônica de estradas escassas que condiciona sua transposição ao uso de vias fluviais, as grandes cordilheiras e outros, que não necessitam serem defendidos pois já os fazem por seus próprios meios.

Também podemos considerar áreas estratégicas espaço não físicos, como a pré-disposição de um país fornecedor de armas em continuar a fazê-lo, a capacidade de acesso a informações vitais, por exemplo.

O planejamento militar de uma nação visa a preservar estas áreas, priorizando sua defesa em detrimento de outras, pois sua interdição pode significar o derrota. Os tempos modernos atribuem grande importância aos centros urbanos, onde estão a principais indústrias e centros de comando e comunicações.

Áreas Estratégicas de Interesse Militar

São consideradas áreas estratégicas de interesse militar:
* Regiões de fronteiras, por onde possam entrar e sair drogas, armas e outros materiais      não autorizados;
*   Pontos de acesso a área de operações e de interesse;
* Aquartelamentos e bases militares, principalmente aqueles de maior importância a proficiência operacional das forças-armadas;
* Centros de comando, controle e comunicações que servem às forças-armadas;
* Centros de pesquisa e tecnologia de interesse militar;
* Centros industriais, tanto de importância militar como de industria de base;
* Capitais e centros de governo, estruturas e instalações de comando e controle de forças militares;
* Estradas, nós rodoviários e ferroviários, portos e aeroportos, e outros terminais que possibilitem mobilidade ás forças operativas;
* Centros de produção e distribuição de energia e de tratamento de água;
* Refinarias, plataformas petrolíferas e centros de distribuição de combustível;
* Grandes aglomerações urbanas;
* Gargantas, istmos, canais, elevações, túneis, viadutos e pontes, rios e deltas, áreas oceânicas e outros acidentes geográficos que possam ser úteis e necessários a operação das forças-armadas.
* Outras áreas que se revelem importantes a operação de forças militares de acordo com o contexto de cada situação.

Basicamente, todas as operações militares se dão na defesa ou conquista destas áreas estratégicas, ou ainda sobre algum fator localizado dentro delas. Cabe aos planejadores das forças-armadas sua identificação e formulação de suas hipóteses de emprego em ações dentro destas áreas.



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