sábado, 6 de outubro de 2012

A Defesa Antiaérea de uma Força-Tarefa Naval 048


As tarefas básicas do poder naval são a de negar o uso do mar ao inimigo, efetuar o controle de áreas marítimas e projetar o poder naval sobre terra. Basicamente as forças navais são compostas por navios de escolta, cuja função é garantir a segurança dos navios capitais, estes os encarregados de cumprirem a missão principal da força-tarefa.

As escoltas também podem ser os navios capitais da força naval, quando a missão for a negação do uso do mar, por exemplo. Escoltas navais geralmente são navios multifunção, dotadas de sistemas antissubmarino, antissuperfície e antiaéreos. Em alguns modelos é dada ênfase a uma das funções, sendo os sistemas destinados às outras menos expressivos, em outros este balanceamento de capacidades é equilibrado. Estes navios, dependendo do seu nível de sofisticação podem ainda abrigar outros sistemas como por exemplo mísseis de cruzeiro e canhões navais, que lhes permite projetar poder sobre terra.



Algumas poucas marinhas do mundo possuem navios porta-aeronaves (porta-aviões), naves estas dotadas de grande poder ofensivo devido a ala aérea que transportam, capazes de cumprir um grande número de missões ofensivas, tanto sobre o mar como sobre a terra, assim como exercer o controle sobre o espaço aéreo adjacente, se dotados de aeronaves capazes de desempenhar missões de superioridade aérea. Estas belonaves constituem-se, pelo seu próprio poder alvos prioritários da aviação inimiga e devem ser cuidadosamente defendidas, pois geralmente as missões de combate são centradas nelas.

Nas forças- tarefas, cuja missão é projetar poder sobre terra, comumente temos como navios capitais um grupamento de navios de guerra anfíbios, que transportam e são capazes de lançar grupamentos de infantaria naval em missões anfíbias. Temos ainda em todas as forças tarefas os imprescindíveis navios de apoio logístico, suportes operacionais de toda a frota, e sem os quais as operações navais ficam limitadas em alcance e ressuprimento de munição e outros insumos.

A aviação, cada vez mais tem se tornado a principal arma da todas as campanhas, sejam elas de cunho naval ou terrestre, e a ameaça que representa não pode ser negligenciada. Sistemas antiaéreos eficientes são cada vez mais necessários a manutenção da integridade de uma força naval, pois mesmo que disponha de aviação orgânica para defesa da frota, ainda assim, não se pode preterir dos cada vez mais necessários mísseis para defesa de área e de ponto, e canhões de tiro rápido, pois além das aeronaves de ataque existem os cada vez mais ameaçadores mísseis antinavio, alguns com capacidade supersônica e que exigem pronta resposta dos sistemas defensivos.



A perda de uma escolta enfraquece o moral dos marinheiros e a força como um todo, diminuindo sua capacidade de fazer frente às ameaças, porém a perda dos navios capitais pode inviabilizar todas a missão da força-tarefa. Uma força naval tem em suas navios capitais o núcleo operativo de sua missão, e estes devem ser defendidos a todo custo, mesmo que para tal seja necessário colocar em risco as escoltas da força, afinal é para isto que elas existem e estão ali. Porta-aviões, porta-helicópteros, cruzadores, navios de guerra anfíbia, navios de transporte, navios tanque e outros de apoio logístico possuem alto valor operacional e são os alvos prioritários da aviação de ataque inimiga, bem como das foras submarinas.
O espaço aéreo de interesse de uma força naval é segmentado em camadas de proteção, promovendo uma forma de defesa escalonada e amplamente aceita na atualidade. A camada mais externa é chamada de Área de Defesa Expandida e seus limites são àqueles que estão mais distantes de todos, estendendo-se a até 120 milhas náuticas do núcleo da força-tarefa, sendo que a esta distância some caças de defesa da frota, baseados em navios porta-aeronaves ou em terra se as distâncias assim o permitirem, podem atuar.


Uma segunda camada, chamada de Área de Defesa Estendida ou Externa, prolongando-se a até 60 milhas náuticas do núcleo é coberta por mísseis antiaéreos de defesa de área (longo alcance), geralmente disponíveis apenas em navios especializados em guerra antiaérea. Sào utilizados mísseis como o Aster 30 e o Standard.

Sukhoi Su-34 Russian Fighter Bomber Aircraft


A terceira camada, chamada de Área de Defesa Interna ou Curta, prolonga-se a até 25 milhas naúticas do núcleo, e é atendida por mísseis de curto alcance como os Aster 15 e Aspide, entre outros.
A quarta e última camada denominada Ponto, é reservada para aqueles que conseguiram vencer as anteriores e última chance para a frota impedir um impacto que pode ser mortal ao seu alvo, e é atendida pelos mísseis de defesa de ponto como o Mistral-Simbad e Sea Wolf, entre outros, e pelo canhões de tiro rápido como os Phalanx, goalkeeper e trinity, com calibres de 20 a 40 mm e munição com espoleta de proximidade.

Uma tática de ataque antinavio muito eficiente e difícil de enfrentar é o ataque de saturação, onde vários bombardeios dotados de mísseis antinavio que podem ser supersônicos, disparam seus engenhos mortais ao mesmo tempo, procurando saturar a capacidade de defesa de uma frota. Uma vez dado o alerta todos os sistema antinavio, interligados por data-link e sob comando único, disparam suas armas dentro de seus resspectivos alcances, procurando neutralizar a ameaça o maior longe possível. Quantos mais mísseis forem disparados simultaneamente, mais difícil fica para os sistemas diretores alocarem suas armas nos alvos, que por serem muitos, impedem a concentração das armas e reduzem a possibilidade de interceptação. Neste caso um número maior de escoltas garante uma defesa mais eficiente.

Veja: A defesa contra mísseis antinavio

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