A guerra moderna trouxe, ao contrário daqueles conflitos anteriores ao século XX, uma ameaça aérea em níveis cada vez mais acentuados às forças, bases e instalações na superfície. Os meios aéreos demonstram rapidez e amplo campo de tiro, devido a permeabilidade do espaço em que atuam e às altitudes que podem atingir, fazendo-os os atores mais temidos e mortais de qualquer campo de batalha.
Esta ameaça sobre as forças navais evoluiu de simples ataques de bombardeiros para um complexo desafio que inclui mísseis antinavio supersônicos, drones e mísseis de cruzeiro que voam muito baixo (os "sea-skimmers"). A defesa contra essas ameaças exige sistemas integrados e multicamadas. Mísseis Antinavio são a maior ameaça atual, especialmente os modelos que voam a altitudes muito baixas (<20m) para evitar a detecção precoce pelo radar do navio. Os Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs/Drones) são utilizados para vigilância, reconhecimento e, cada vez mais, como plataformas de ataque ou iscas, complicando a defesa. As Aeronaves de Caça e bombardeio continuam a ser uma ameaça significativa, capazes de lançar mísseis de longo alcance ou realizar ataques diretos. Os Mísseis de Cruzeiro são armas de longo alcance que podem ser lançadas de plataformas aéreas, navais ou terrestres e seguir rotas complexas para atingir seus alvos.
Historicamente, a defesa naval evoluiu de armas de fogo convencionais para sistemas sofisticados de mísseis e eletrônicos. Atualmente, a defesa antiaérea naval é baseada em uma abordagem em camadas. O primeiro agente desta modalidade de guerra são as atividades de detecção e rastreamento, que em atividade constante em qualquer cenário, seja de paz, baixa ou alta ameaça, monitora tudo aquilo que acontece no espaço aéreo e naval em um entorno da frota. Este entorno considera todos os meios conhecidos ou não que se apresentem nos sensores que possam constituir algum tipo de ameaça. Se lança mão de radares avançados, meios de EW e sensores diversos para identificar e rastrear ameaças o mais cedo possível. Também constituindo este sistema de detecção e rastreamento existe uma anel defensivo de navios de superfície e submarinos em torno do núcleo da frota, além de meios aéreos próprios que ampliam o perímetro que pode ser rastreado pela combinação de todos os sensores, ampliando seu alcance.
A defesa de área ou de longo alcance dispõem de mísseis superfície-ar de grande alcance (SAMs), frequentemente lançados de navios-escolta, para interceptar ameaças longe da frota. Estes meios são caros e complexos e estão disponíveis apenas às marinhas mais abastadas. Nas marinhas que dispõem de navios-aeródromo existe ainda, além do alcance dos SAMs de “Perna longa” um nível defensivo composto por aeronaves de caça quem ampliam em muito o anel defensivo. A Área de Defesa Expandida tem seus limites externos, estendendo-se a até 110 km do núcleo da força-tarefa, limite este ditado pelo alcance dos radares de vigilância e mísseis SAM disponíveis. Esta distância pode ser estendida pela presença de aeronaves de caça e interceptação, baseadas em navios-aeródromo ou em terra se houverem bases aéreas para que possam atuar, ou ainda o apoio de reabastecimento aéreo capazes de estender os tempos de patrulha. Para contrapor àqueles meios hostis que transpassem a defesa externa, os navios de superfície dispõem de Defesa de Ponto ou curto alcance que são sistemas de armas de reação rápida, como mísseis de curto alcance, mísseis de curtíssimo alcance e sistemas de artilharia de tiro rápido (CIWS) com calibres de 20 a 40 mm e munição com espoleta de proximidade, para engajar alvos que penetraram a defesa de área.
A chamada área de defesa Interna, prolonga-se a até 48 km do núcleo. Este é o horizonte naval médio dos radares baseados na superfície para detecção de alvos muito próximos á superfície, pois é uma limitação imposta pela curvatura da terra. Além deste horizonte os meios navais necessitam do apoio de meios aéreos, orgânicos ou não. Complementando estes sistemas o meios navais atuam de forma passiva através de Guerra Eletrônica (EW) e Contramedidas com o uso de chaffs, flares e sistemas de interferência eletrônica para confundir os sistemas de guiagem dos mísseis inimigos.
A eficácia contra essas ameaças depende da integração de todos esses sistemas em uma arquitetura de defesa robusta, dispostas em níveis como por exemplo o sistema de defesa antimísseis Aegis da US Navy.
Uma tática de ataque muito eficiente e difícil de enfrentar, com capacidade de provocar estragos significativos tanto aos meios de escolta como ao núcleo é o ataque de saturação com mísseis antinavio, que podem ser supersônicos. Consiste em várias aeronaves lançando vários deste mísseis ao mesmo tempo, saturando às defesas. Quando detectados, os sistema antinavio de todos os meios que atuam interligados por data-link e sob comando central, liberam suas armas dentro de seus setores de responsabilidade, procurando neutralizar as ameaças o maior longe possível de seus potenciais alvos. Um grande número de mísseis liberados ao mesmo sobrecarrega os diretores de tiro, de forma que quanto mais escoltas existirem, mais diretores de tiro poderão atuar setorizados garantindo uma defesa mais eficiente.
A perda de qualquer um dos meios de uma força naval contribui para a debilidade desta força, como não poderia deixar de ser, mas a perda de uma escolta força uma redistribuição dos meios no espaço de defesa sem comprometer a missão principal. A perda dos navios capitais é mais problemática, pois pode inviabilizar a própria missão da força-tarefa. Estas unidade podem ser um grupo anfíbio, cuja perda de um dos navios pode desmantelar todo um plano de desembarque; pode ser um núcleo de navios-aeródromo que impede a força de lançar ataques aéreos em proveito de forças em terra ou controle de área marítima, se esta for a finalidade, ou pode ser ainda um núcleo de comboio logístico levando suprimentos vitais a quem os necessita.
Defender estes núcleos é a própria finalidade da força naval como um todo, que além da ameaça aérea tem que ser defendida da ameaça submarina, muito mais difícil de detectar e rastrear. Colocar as escoltas em risco é sempre necessário para que o núcleo permaneça em segurança, até porque esta é a missão delas. No conflitos das Falklands/Malvinas o HMS Sheffield estava em uma missão de piquete de radar avançado (ou patrulha de piquete antiaéreo) quando foi atingido por um míssil antinavio, lançado por um bombardeiro argentino. O ataque foi realizado por um avião de caça naval argentino Super Étendard, que lançou um míssil antinavio Exocet AM39, que atingiu o navio, resultando em um incêndio incontrolável que levou ao seu abandono e, posteriormente, ao seu afundamento. O destroier Tipo 42 era um dos 3 navios (junto com o HMS Glasgow e o HMS Coventry) posicionados ao sul e a oeste da principal força-tarefa britânica para fornecer cobertura de radar de longo alcance e alerta antecipado contra ataques aéreos argentinos. Em 4 de maio de 1982, o Sheffield estava operando a cerca de 29 a 48 km de distância da força principal quando foi detectado e subsequentemente atacado pelas aeronaves. A missão do piquete de radar era, ironicamente, a de ser a primeira linha de defesa da frota, mas devido a uma combinação de fatores técnicos e falhas de procedimento, o navio não conseguiu detectar a aproximação dos mísseis a tempo.
A Defesa Antiaérea dos Grupos de Batalha de Porta-Aviões
O míssil lançado do ar representa a principal ameaça à qualquer força de superfície, especialmente àquelas nucleadas por navios-aeródromo. A proteção de porta-aviões contra ataques de mísseis torna-se tanto mais eficaz quando o número de escoltas e outros navios aumenta. Na maior parte das situações, os porta-aviões e seus respectivos grupos de ataque operam individualmente, e é nessas situações que se tornam mais vulneráveis. O poder de fogo antiaéreo desses grupos de ataque é fundamental.
Em certas áreas do mundo, os grupos navais em operação enfrentam uma ameaça substancial de ataques coordenados com mísseis. Até recentemente, a US Navy, principal força naval do mundo, não deu a essa ameaça a consideração que ela merece. Isso se refletiu nos programas de construção naval; no desenvolvimento e aquisição de sistemas de armas defensivas adequados em quantidades suficientes; e até mesmo na composição dos grupos de ataque em operação. Mesmo assim, uma defesa em profundidade altamente eficaz contra mísseis guiados de precisão pode ser prontamente obtida equipando os navios desta marinha com o número necessário de armas defensivas e dispositivos de contramedidas eletrônicas.
Os mísseis russos e chineses podem ser divididos em ameaças de curto e longo alcance. Os de curto alcance podem ser disparados de até cerca de 40 km. A arma é guiada contra alvos adquiridos por seus próprios sensores — radar, sensores eletrônicos, ópticos, laser ou infravermelho — e normalmente contra alvos identificados positivamente pelo navio, submarino ou aeronave lançadora. Para ameaças de longo alcance, como navios ou aeronaves inimigas que não estão em contato visual, a localização e identificação do alvo exigem sensores externos, uma aeronave, navio ou satélite para fornecer informações à plataforma de lançamento e, em alguns casos, também para fornecer orientação de meio curso aos mísseis.
A ameaça de curto alcance é, sem dúvida, a mais perigosa, exceto por possíveis ataques aéreos coordenados de longo alcance, massivos ou contínuos, que poderiam saturar as defesas. Um ataque de curto alcance, amplo e coordenado, só poderia ocorrer a partir de um ataque preventivo total da Marinha russa ou chinesa. Este é o tipo de ataque contra o qual a US Navy é atualmente menos capaz de se defender.
As aeronaves dos grupos de porta-aviões possuem ampla capacidade de reação ofensiva a um ataque antecipado, desde que haja porta-aviões suficientes operando em conjunto. Os porta-aviões precisam ser capazes de fornecer aeronaves de caça, ataque e guerra antissubmarino (ASW) em número suficiente para neutralizar todas as ameaças potenciais, de modo que sua capacidade de lançamento de armas seja reduzida ao mínimo. Esta capacidade consiste do número de canhões de médio e pequeno calibre com capacidade antiaérea, mísseis SAM de médio e curto alcance, e do número de mísseis antinavio. Submarinos de ataque patrulhando as bordas externas do núcleo da força-tarefa podem evitar que plataformas lançadores de mísseis antinavio se posicionem ao alcance de lança-los. É desejável, portanto, que as escoltas disponham de mísseis antinavio em todas as unidades em operação, e também a disponibilidade de projéteis guiados para seus canhões.
Tendo abordado a resposta ofensiva a um ataque preventivo de curto alcance, vejamos as capacidades defensivas. Para começar, os próprios porta-aviões devem dispor de armas de autodefesa, na maioria dos casos consistindo de mísseis manpads ou canhoes CIWS. Os navios de superfície da escolta interior ou próxima do núcleo devem possuir canhões de calibre maior, além dos CIWS e mísseis SAM de curto alcance, pelo menos. Escoltas mais especializadas que se posicionam a meia distância já devem dispor de mísseis SAM de alcance superior, formando a primeira linha de defesa do núcleo depois da aviação de caça.
Cada navio de combate de superfície e auxiliar precisa de seu próprio sistema de defesa de ponto para uso contra mísseis antinavio e alvos de lançamento surpresa de curto alcance que não podem ser detectados a uma distância suficiente para a defesa de área. Os sistemas de defesa de ponto também servem para mísseis que ultrapassam as defesas de área. Mísseis como os RIM-116, Sea Sparrow, Sea Viper e Sea Ceptor são exemplos de sistemas de defesa de curto alcance. Cada bateria de Sea Sparrow da US Navy por exemplo, inclui um lançador com 8 mísseis e 2 sistemas de controle de tiro por radar. Uma bateria é capaz de suportar apenas 2 mísseis por vez. Tanto para porta-aviões quanto para seus navios de escolta, não há dúvida de que são necessárias mais baterias destes sistemas do que as atualmente a bordo destes navios.
Para combater alvos que penetrem as defesas Manpads, muitas marinhas usam os sistemas CIWS dedicados e os canhões de uso geral que tem capacidade antiaérea. A Royal Navy possui em seus navios os sistemas Sea Viper (alcance médio) e Sea Ceptor (curto alcance) em substituição aos Sea Dart e Sea Wolf usados anteriormente. desenvolveu e está instalando o sistema antimíssil de defesa aproximada Sea Wolf em seus navios. O Sea Ceptor utiliza modos de rastreamento por radar e data-link e é altamente manobrável. Os britânicos o consideram, naturalmente, o melhor dos sistemas de defesa aproximada disponíveis, especialmente contra alvos manobráveis e de baixa altitude (aviões rasantes). O Sea Ceptor tem demonstrado repetidamente capacidade de abater mísseis supersônicos de teste de alto desempenho e projéteis de canhão em ambientes com forte interferência, com mais alta capacidade de sucesso no engajamento.
Os sistemas de defesa de ponto destas marinhas da OTAN demonstram resultados impressionantes em testes de lançamento. A aquisição prioritária destes sistemas deve ser realizada pelas forças navais dos EUA e de seus aliados para instalações rápidas em todos os navios de combate de superfície e auxiliares, em números e combinações que proporcionem a cada embarcação uma defesa antimíssil eficaz de curto alcance.
O RIM-116 (capaz de suportar força G superior a 20 Gs) é um sistema "dispare e esqueça", permitindo o lançamento sucessivo de mísseis dos mesmos lançadores contra alvos diferentes sem demora. A US Navy está instalando estes mísseis em cada um dos lançadores Sea Sparrow. A marinha alemã instalou lançadores com capacidade para 21 mísseis cada. Este programa altamente promissor merece desenvolvimento e aquisição prioritários. Os projéteis guiados para canhões de 5 polegadas também melhorarão significativamente as capacidades da força-tarefa, especialmente contra ataques preventivos com mísseis. Os 2 modos de guiamento (infravermelho e laser) proporcionarão uma grande melhoria para sistemas de canhões com essa capacidade contra todos os tipos de alvos.
O RIM-116 é um sistema conjunto EUA-Alemanha projetado para fornecer uma defesa de reação rápida contra ataques de mísseis antinavio altamente coordenados. Este sistema complementa os sistemas de canhões Phalanx e o míssil Sea Sparrow na função de defesa de curto alcance. O míssil é baseado no AIM-9 Sidewinder e no míssil Stinger (Manpads), utilizando um sistema de guiamento de modo duplo (radar passivo e infravermelho) para garantir capacidade em todas as condições climáticas. Ele será projetado especialmente para combater mísseis de ataque de baixa altitude que fornecem muito pouco aviso prévio.
Para suplementar estas defesas antimísseis e antiaéreas, existem os sistemas de defesa passiva. Após o afundamento do destróier Eilat em 1967, a Marinha Israelense (ao contrário da Força Aérea Israelense) aprendeu a lição e instalou em todos os seus navios o equipamento adequado de contramedidas eletrônicas (ECM). Como resultado, durante a Guerra do Kippur em 1973, embora mais de 50 mísseis Styx tenham sido disparados contra navios israelenses, seus dispositivos ECM foram 100% eficazes em interferir ou enganar os sistemas de orientação por radar ativo dos Styx, de modo que nenhum navio de guerra foi atingido. Em contraste, o míssil antinavio Gabriel de Israel foi altamente eficaz contra navios de guerra sírios que não possuíam proteção ECM.
Todas as marinhas modernas possuem sistemas passivos de ECM acionado automaticamente para neutralizar a ameaça de mísseis atacantes. A maioria dos mísseis antinavio usa guiamento terminal por radar ativo, com capacidade de guiamento mesmo com interferência e/ou um buscador de entrada terminal. Além disso, mísseis mais modernos estão sendo desenvolvidos com guiamento passivo antirradiação, guiamento por laser e guiamento por enlace de comando eletro-óptico, o que exigirá contramedidas ainda mais modernas. Outros sistemas ECM muito usados são as nuvens de chaff, iscas infravermelhas ou uma combinação de chaff e cartuchos infravermelhos, além do reposicionamento do navio a fim de oferecer um alvo menor.
Após o primeiro dia de uma hipotética hostilidade entre as forças navais americanas e russas, a ameaça de mísseis antinavio de curto alcance terá sido substancialmente reduzida. Poderá haver um submarino ocasional ou — ainda menos provável — um grupo de aeronaves táticas, que poderão penetrar as defesas externas do grupo de ataque e empregar mísseis de curto alcance.
A principal ameaça nesse momento viria dos mísseis ar-superfície de longo alcance carregados pelos grandes bombardeiros navais russos — os "Badgers" e os "Backfires". A maneira mais segura de neutralizar essa ameaça o mais rápido possível seria atacar as bases de bombardeiros dentro da Rússia. No entanto, para isso, seria necessário um armamento de longo alcance de alta precisão, como o míssil Tomahawk convencional. Somente um armamento desse tipo evitaria a necessidade de aeronaves táticas americanas tentarem penetrar as defesas russas e possivelmente sofrerem baixas.
A versão de ataque terrestre de alta precisão do Tomahawk, com alcance de 2.400 km e ogiva convencional, segundo relatos, com capacidade de destruição próxima à de uma pequena ogiva nuclear. Portanto, qualquer atraso no desenvolvimento, aquisição e implantação dessa arma pode ser visto com alarme (especialmente por quem se preocupa com a defesa de grupos navais contra ataques maciços de bombardeiros).
Na luta da US Navy contra os bombardeiros russos com seus mísseis ar-superfície de longo alcance, ela receberá ajuda de fontes externas. Por exemplo, o sistema NADGE (Air Defense Ground Environment da OTAN), que se estende da Noruega à Turquia, deverá fornecer ao comandante do grupo de tarefas da Marinha um alerta antecipado de ataques de bombardeiros e, em alguns casos, poderá tentar interceptar os bombardeiros. Uma lacuna nesse sistema, que permitia que bombardeiros voando em baixa altitude contornassem o norte da Noruega e adentrassem o Atlântico Norte sem serem detectados, foi preenchida com a designação de uma aeronave AWACS (Sistema de Alerta e Controle Aerotransportado) para patrulhar a região entre a Groenlândia, a Islândia e o Reino Unido. Aeronaves baseadas no norte do Reino Unido, estarão disponíveis para auxiliar na interceptação de voos de bombardeiros que tentem penetrar a região entre a Islândia e o Reino Unido.
No Mediterrâneo Central e Oriental, estudos demonstram que 3 porta-aviões são necessários para garantir o combate à ameaça naval e aérea russa em momentos de tensão, mas um terceiro porta-aviões pode não estar disponível devido a tarefas de maior prioridade. O estacionamento de uma ala aérea do Corpo de Fuzileiros Navais em Sigonella, na Sicília, ou em uma base em Creta, melhoraria significativamente as chances da Sexta Frota de obter o controle marítimo e aéreo dessas áreas vitais. Essa ala aérea estaria então em posição para auxiliar a Sexta Frota em qualquer projeção de poder do Corpo de Fuzileiros Navais em terra no flanco sul da OTAN.
No noroeste do Pacífico, o alerta antecipado de ataques de bombardeiros viria de radares terrestres japoneses, reforçados por aeronaves de alerta antecipado E-2C. A possível interceptação dos voos russos por caças da Força Aérea japonesa ou americana, durante a passagem pelo Japão, ajudaria a reduzir os problemas de defesa aérea da frota nessa área.
A principal defesa contra os bombardeiros navais continua sendo composta pelos aviões de alerta aéreo antecipado E-2D e pelos caças F-18E/F dos EUA, armados com mísseis AIM-9x, AIM-120D e AIM-174B . Os russos, no entanto, possuem uma doutrina nacional de guerra eletrônica integrada e é provável que lancem uma campanha para atingir os principais centros de detecção, comando e controle do grupo de trabalho da US Navy para a defesa da força-tarefa — os E-2D. Eles podem tentar bloquear o radar da aeronave, interferir em seu enlace de dados e canais de comunicação e /ou atacar o próprio E-2D, seja com mísseis ar-ar ou aeronaves de caça de longo alcance. A US Navy e a USAF desenvolvem continuamente programas nessa área, o que minimiza a ameaça de interferência no enlace de dados e nas comunicações . Se houver canais de dados e/ou comunicação não interferíveis disponíveis , o E -2D terá seu próprio grupo de caças F-18 para repelir qualquer tentativa de ataque ao próprio E-2d. Além disso, o rastreamento de mísseis antirradiação de longo alcance pelos sinais de radar do E-2D é um problema difícil, pois o comprimento de onda da antena UHF a torna um alvo difícil para uma arma antirradiação. No entanto, por prudência , o E-2D é equipado com um sistema de autodefesa contra interferência, chaffs e flares.
O F-18, que compõe a defesa da US Navy contra ataques de bombardeiros e mísseis antinavio , também é extremamente adequado para a tarefa. Seu radar de alta potência é capaz de superar a maioria das interferências e detectar alvos com confiabilidade a até 200 km de distância usando radar e IRST. Possui um sistema de disparo automático capaz de lançar simultaneamente múltiplos mísseis.
Com uma aeronave de alerta aéreo antecipado E-2D orbitando a 370 km da força na direção da ameaça e o caça de patrulha aérea de combate F-18 orbitando nas proximidades, qualquer formação de bombardeiros que se aproximasse da força-tarefa seria interceptada pelos mísseis a mais de 500 km da força, muito provavelmente antes do lançamento dos mísseis. O desgaste causado por 10 a 16 F-18 de cada um dos 2 ou 3 porta-aviões operando como um grupo-tarefa seria considerável contra praticamente qualquer força de bombardeiros que os russos pudessem coordenar. Obviamente reconhecendo essa ameaça, a Rússia usaria uma combinação de mísseis hipersônicos avançados, como o 3M22 Zircon, o Kh-47M2 Kinzhal, e potencialmente o míssil balístico intermediário Oreshnik, para um ataque de saturação contra um grupo de porta-aviões da US Navy.
Sem dúvida, alguns bombardeiros russos serão capazes de penetrar a rede de defesa do E-2D/F-18 para alcançar o ponto de lançamento do míssil . No entanto, selecionar seus alvos e fornecer orientação de meio curso aos seus mísseis continuarão sendo problemas, já que seus radares e links de comunicação estarão sujeitos a interferências.
Aeronaves EA-18G Growler e sistemas de contramedidas eletrônicas estão embarcados para enganar os navios. Estudos sobre a eficácia de ataques com mísseis lançados do ar contra navios mostram que a capacidade de selecionar o alvo correto (o porta-aviões) e coordenar os ataques para que um número suficiente de mísseis atinja o alvo simultaneamente, saturando suas defesas de curto alcance, são 2 dos fatores mais importantes para o sucesso de um ataque. Com os EA-18G interferindo nos radares e sistemas de comunicação dos bombardeiros russos e com os F-18 abatendo-os, o alto fator de confusão tornaria um ataque coordenado eficaz extremamente improvável.
Supondo que alguns bombardeiros russos consigam penetrar as defesas externas e lançar seus mísseis, então uma parte importante da defesa recai sobre os mísseis terra-ar de médio e longo alcance do grupo de ataque.
O Aegis, com seu novo radar AN/SPY-1 e mísseis Standard, é um sistema totalmente automatizado, capaz de detectar, identificar, rastrear e engajar múltiplos alvos a longas distâncias. A melhoria mais significativa nas capacidades defensivas dos grupos de porta-aviões foi o advento do F/A-18E/F, que substituiu os aviões de ataque mais antigos a bordo dos porta-aviões. Equipados com o novo míssil ar-ar de médio alcance avançado AIM-120 e AIM-174 que aumentaram consideravelmente as capacidades defensivas de um grupo de porta-aviões.
Em resumo, o porta-aviões e seu grupo de ataque podem ser defendidos com sucesso contra a ameaça de mísseis antinavio russos, desde que a Marinha atribua a prioridade necessária ao equipamento de seus navios com os sistemas requeridos. Mais ênfase deve ser dada à garantia da sobrevivência do porta-aviões em um ambiente de alta ameaça de mísseis. O porta-aviões continua sendo o único sistema de armas que assegura a manutenção da supremacia marítima pelo Ocidente. Sua defesa deve receber uma prioridade proporcional.




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