Submarinos são os navios que tem a maior relação efetividade
x capacidade de sobrevivência das marinhas modernas. Eles operam submersos,
longe do alcance dos radares, satélites e olhos humanos; e mesmo para os
modernos sonares, podem passar desapercebidos, dependendo das condições do
oceano e da perspicácia de suas tripulações, além é claro, da qualidade de seu projeto.
Seu grande trunfo é o silêncio, e
fazer o menor ruído possível é condição fundamental a sua operação e a chave de
sua sobrevivência. Operam indiferentes às condições climáticas e com apoio
logístico reduzido, e a simples possibilidade de sua presença demanda junto ao
inimigo grande esforço de vigilância e restrição de operações. Dispensam
escolta, seja naval ou antiaérea, sendo vulneráveis apenas quando estão
atracados ou entrando e saindo de suas bases.
Foram empregados pela primeira vez em maior escala na
grande guerra mundial da década de 1910, fazendo algumas incursões também na
guerra civil norte-americana, tendo desde lá experimentado uma grande evolução
tecnológica e compondo as fileiras de todas as marinhas mais importantes.
Embora o advento da propulsão atômica nos anos 50 tenha desencadeado previsões
que os submarinos de propulsão convencional tenderiam a desaparecer, eles
continuam atuantes e presentes.
São naves extremamente limitadas em espaço físico interno
se comparadas aos navios de superfície (assista ao filme "Das boot" - "Barco - O inferno no Mar" que mostra a vida dentro de um submarino alemão da Segunda Guerra), estando seus tripulantes sujeitos e uma
rotina relativamente desconfortável, onde os espaços mais improváveis são
utilizados para acomodar a tripulação e seus objetos pessoais.
O termo “submarino” é genérico e designa naves de
diferentes tamanhos e características. O tipo mais numeroso e acessível é o
submarino de ataque de propulsão diesel-elétrica (SSK), que equipa a maioria
das marinhas do mundo, principalmente àquelas que não tem recursos para operar
naves de propulsão nuclear. São mais silenciosos que estes e utilizam energia
oriunda de motores diesel, convertidas em energia elétrica e armazenadas em
grandes baterias.
Podem deslocar-se a velocidades entre 30 e 45 km/h (15 a 25
nós) dependendo do modelo, porém a estas velocidades o sonar fica inoperante
pelo barulho produzido, ficando as velocidade de patrulha em torno de 18 km/h
(10 nós).
Quando em operação navegam com os motores diesel
desligados e propulsados por motores elétricos, extremamente silenciosos, tendo
sua autonomia condicionada a capacidade de suas baterias, que ao se esgotarem
requerem que o submarino suba a profundidade de snorkel e as recarregue com
seus motores diesel, barulhentos. Esta exposição é muito perigosa e constitui
na principal deficiência deste tipo de propulsão, pois deixa uma esteira junto
a superfície, exala fumaça e calor; além de expor o snorkel a detecção pelos
radares inimigos. Como contrapartida os submarinos modernos dispõem de
equipamento ESM que os alertam se o snorkel ou periscópio estiverem sendo
iluminados por algum radar hostil. A média é que fiquem 1/20 do tempo de
operação com o snorkel exposto, podendo esta faina durar até 5 horas. Quanto mais lento o deslocamento do SSK, maior sua autonomia, pois a resistência da água é muito grande e aumenta exponencialmente.
Seus suprimentos de água potável e oxigênio, se esgotados
quando submerso, também deverão ser repostos a custa da energia armazenada,
sendo normalmente captados durante as exposições. Prestam-se de forma mais
efetiva ao combate em águas próximas e confinadas, constituindo-se neste
ambiente grande ameaça a todos os outros tipos de naves de guerra ou civis. Os
modernos SSK tem deslocamento variados, deslocam cerca de 4.000 ton (classe
Kilo russa – designação OTAN), 2.200 ton (classe Scorpene – Marinha do Brasil),
3.300 ton (classe Collins – Royal Australian Navy) e 1.450 ton (classe
Tupi/IKL-209 – Marinha do Brasil), entre outros.
Sistemas híbridos denominados AIP permitem que os SSK que
os possuem permaneçam submersos por muito mais tempo. A US Navy denomina SSP
aos SSK dotados de sistemas AIP. Vale lembrar que o sistema propulsor dos SSN
também é um tipo de AIP.
Durante a primeira metade do século XX os submarinos
vinham a superfície para combater, submergindo para escapar ao contra-ataque.
As armas ASW eram relativamente ineficientes. A II GM dotou navios e aeronaves
de radares capazes e a submersão passou a ser mais exigida. A necessidade de
renovar sua atmosfera e recarregar suas baterias mantinham a necessidade de vir
a tona, tarefa executada no período noturno.
Para contornar este problema os
EUA lançaram na década de 1950 o USS Nautilus movido a propulsão nuclear. A naves dotadas deste tipo de propulsão e
denominadas de submarinos de ataque de propulsão nuclear (SSN) possuem um
reator nuclear que produz uma quantidade ilimitada de calor, que vaporiza uma
quantidade de água em circuito fechado e move com este vapor as turbinas que
movimentam o navio. Alguns modelos podem usar motores elétricos para maior
discrição, pois as turbinas não são tão silenciosas.
Este sistema eliminou a necessidade do submarino lançar
seu snorkel, pois o reator não necessita de ar atmosférico para funcionar. Além
do mais, a energia produzida ainda é capaz de alimentar sistemas de
dessalinização e purificação da água do mar e produção de atmosfera para a
tripulação, estando dessa forma o período de submersão limitado aos víveres e
munição em estoque e a condição psicológica da tripulação.
A propulsão nuclear proporciona velocidades
significativamente mais altas, da ordem de 55 km/h (30 nós), permitindo ás
naves patrulharem áreas muito maiores em tempo reduzido. Porém como já foi dito
velocidades altas geram ruído e só são executadas em deslocamentos a grandes
profundidades, onde a pressão atenua o ruído, ficando a patrulha restrita a
velocidades mais baixas.
Velocidades baixas de patrulha demandam mais unidades
nesta atividade. Uma vez detectado um SSK, a velocidade do SSN mostrará sua
superioridade que permite-lhe evadir-se sem ser perseguido e posicionar-se novamente
para desferir um ataque. Outra vantagem do SSN é na escolta de comboios ou
forças navais, pois os SSK não podem empreender perseguições e retornarem
rapidamente a formação.
Maiores que seus similares SSK, os SSN da classe Virginia
dos EUA deslocam cerca de 7.900 ton, a classe Trafalgar do Reino Unido 5.300
ton e a classe Yasen russa 13.800 ton. O aspecto logístico também é relevante
na operação de SSNs, que exigem instalações especializadas para as fainas de
troca do combustível do reator, além dos custos significativamente maiores.
Um terceiro tipo de submarino são os SSBNs, submarinos
dotados de propulsão nuclear e construídos para portar e lançar mísseis
balísticos (SLBMs) dotados de ogivas nucleares a partir de posições submersas,
o que o torna o mais letal e perigoso sistema de armas que existe, pelo simples
fato de permanecerem em patrulha a grandes profundidades por longos períodos,
muito difíceis de serem rastreados a capazes de lançar sua carga mortal de
posições totalmente inesperadas. Conceitualmente são SSNs com cascos alongados
para acondicionarem este arsenal extra de cerca de 16 (classe Vanguard britânica),
24 (classe Ohio dos EUA), 20 (classe Akula/Typhoon russo) SLBMs. São armas de
cunho estratégico e não compõem grupos de batalha ou atuam como “killers”,
navegando solitários e incógnitos, provocando em seus inimigos aquele
sentimento que convencionou-se chamar de “dissuasão nuclear”.
São vulneráveis quando chegam ou saem de suas bases e
talvez a maneira mais eficaz de combatê-los é posicionar SSNs para
acompanhá-los desde este momento durante toda a sua patrulha, se é que isto é
possível. Este momento também conta com a escolta de destróieres e fragatas
para proporcionar cobertura antiaérea. Bem maiores que os SSNs, deslocam 15.900
ton (classe Vanguard britânica), 18.750 ton (classe Ohio dos EUA), 33.800 ton
(classe Akula/Typhoon russo). Alguns exemplares de SSBNs foram adaptados para
vetorar mísseis de cruzeiro, e por este motivo foram redenominados SSGNs. Os
SSBNs (e SSGNs) também portam torpedos como seus congêneres SSNs, e podem atuar
como caçadores se necessário, embora esta atividade possa comprometer seu
anonimato e não seja usual. O mais comum é que se destaquem SSNs para servirem
de escolta para eles. Os SSNs e SSK também podem lançar mísseis de cruzeiro e antinavio, seja por lançadores especialmente destinados pelos tubos de torpedos se os mísseis forem compatíveis como o são os Tomahawk dos EUA.
A missão primária dos submarinos é a de atuar como
caçadores, e tanto SSKs como SSNs desempenham este papel, cada um dentro de
suas características de velocidade, logística e desempenho. Os SSNs são mais
oceânicos, e os SSK mais vocacionados a águas próximas, embora nada impeça este
de desempenhar missões mais longas e ser motivo de preocupação das marinhas
mais abastadas. Um SSK pode, por exemplo, posicionar-se no fundo do oceano
próximo a rota de uma frota mais poderosa, e numa manobra de tocaia alvejar
seus navios capitais, como ficou demonstrado quando um SSK brasileiro (S-31
Tamoio) “afundou” o porta-aviões “Príncipe de Asturias” espanhol, em um
exercício da OTAN, fortemente escoltado.
Eles podem empreender patrulhas solitárias na vastidão
oceânica em missões de ameaça a rotas comerciais e logísticas como os U-boots
nazistas o fizeram no Atlântico-Norte durante a II GM. Podem participar da
cobertura de grupos de batalha navegando a frente e a retaguarda para impedir
que outros submarinos ameacem seus navios capitais, na posição de piquetes.
Durante o conflito anglo-argentino de 1982, os SSKs argentinos eram motivo de
preocupação da frota britânica, e os SSNs britânicos forçaram a frota portenha
a permanecer em suas bases, principalmente após o HMS Conqueror torpedear o ARA
Gen Belgrano, pondo-o à pique.
As características operacionais que tornam o submarino um
sistema de armas notoriamente furtivo e muito difícil de ser rastreado, permitem-lhe agir majoritariamente
na iniciativa de suas ações, podendo operar em áreas sob controle do inimigo
sem ser percebido. A simples possibilidade de sua existência leva os defensores
a dispender grande esforço na busca e vigilância desta mortal ameaça.
Desempenham igualmente tarefas de esclarecimento e de infiltração e exfiltração
de forças especiais.
O submarino moderno opera a grandes profundidades,
estimando-se que os modelos de propulsão nuclear (SSNs e SSBNs) chegue a 600 m,
porém os valores reais são mantidos em segredo, sendo a profundidade de colapso
do casco próxima ao dobro deste número. Os modelos SSK operam a profundidades
menores, da ordem de 300 m. Estas profundidades, mesmo as menores, representam
pressões altíssimas e requerem grande resistência estrutural.
Os modelos SSK são movidos por energia elétrica
proveniente de grandes conjuntos de baterias, que por sua vez são recarregadas
por motores diesel que só podem ser ligados quando o submarino esta em
profundidade de snorkel. Os modelos SSN e SSBN são movidos por motores
elétricos (quando em movimento furtivo) com energia oriunda de baterias que são
recarregadas por turbinas a vapor sob altíssima pressão obtida através do calor
gerado pelo reator nuclear, ou diretamente destas turbinas em velocidades mais
altas. Os SSK possuem tanques de combustível que ocupam espaço e tem que ser
reabastecidos, enquanto os SSN podem navegar por anos de forma praticamente
ilimitada com o combustível existente dentro do reator.
As manobras de emersão e submersão se dão através da
alteração do deslocamento do submarino, através da variação de seu lastro com a
adição ou subtração de água do mar. Uma nave que estiver submersa e desejar
emergir, deverá injetar ar sob altíssima pressão (pressão um pouco superior a
externa, que não será pequena) para expulsar a água dos tanques de lastro e
diminuir o deslocamento (peso) e forçar a subida, tendo para tanto que contar
com esta reserva de ar comprimido, que será reposta quando em profundidade de
snorkel ou por geradores de ar atmosférico retirado da água, estes no modelos
com energia nuclear. Os tanques de lastro são posicionas a frente a atrás do
casco, e em menor volume no fundo e nas laterais. O casco conta ainda com
hidroplanos que permitem derivar a direção nas 3 dimensões, contribuindo para
as manobras, seja de variação de profundidade ou no plano horizontal.
Submarinos militares não possuem vista para o exterior,
que seriam inúteis no meio em que opera, além de que comprometeriam a rigidez
do casco de pressão. Sendo o meio aquático inviável a operação de ondas
eletromagnéticas como as utilizadas pelo radar, e tampouco a operação visual,
seja por câmeras ou IR, os olhos destes navios são a perspicácia de seus navegadores
e suas cartas náuticas, e seus sonares passivos quando os obstáculos são moveis
ou são alvos. O sonar ativo também é usado, mas em menor escala já que denuncia
a posição do navio. Determinar distâncias sem o uso do sonar ativo não é
possível, pois não se pode determinar o momento em que o som captado partiu.
Para contornar este problemas os submarinistas desenvolveram a técnica TMA,
onde através de marcações feitas ao longo do deslocamento do submarino e
utilizando-se de técnicas de triangulação feita por meios eletrônicos, estima-se
a velocidade e posição dos alvos sem denunciar sua presença. Alguns submarinos
podem operar sonares rebocados ou “towed array”, com cabos de centenas de
metros que mantém o equipamento longe do ruído do navio e facilita a detecção a
longas distâncias.
A principal arma de um submarino é o torpedo. Eles
utilizam na sua maioria os torpedos pesados de 533 mm, deixando os leves para
helicópteros e navios de superfície. Estes operam guiados por fio na primeira
parte de sua trajetória, e posteriormente assumem controle próprio tal qual um
míssil guiado a radar, com seus sistemas cibernéticos de sonar ativo/passivo
próprios. Seus alcances giram em torno dos 25/90 km ( 50 km para Mk 48 ADCAP e
e 25 km para o Whitehead A.183 m3) para disparos a baixa velocidade, e menos da
metade disso para disparos a alta velocidade. Alguns modelos já foram
anunciados com alcance de até 140 km, o que leva a considerar que mesmo que
seja possível, a solução de tiro deverá também ter este alcance. Pesam cerca de
1,5 ton com 20% representados pela cabeça
de guerra. Normalmente de 4 a 8 tubos lançadores equipam os submarinos,
podendo estar a vante e a ré. Torpedos mais antigos explodiam ao contato, porém
os modelos modernos explodem por proximidade embaixo dos cascos, partindo-os
através da onda de choque (bolha) gerada, literalmente levantando-os da
superfície.
Outro grande problema na operação destas naves é a
comunicação com suas bases e outros navios, pois as ondas de rádio não penetram
na água, e o submarino tem que expor suas antenas para estabelecer conexão.
Além de se expor, se forem efetuadas transmissões a nave abre mão de seu maior
trunfo que é o anonimato. È freqüente que operem apenas recebendo mensagens e
se mantenham em completo silêncio, sem efetuar confirmações ou questionamentos,
o que demanda que as mensagens sejam bem elaboradas para este uso, sem deixar
dúvidas ou margem de interpretação. Também é usual que as mensagens sejam
recebidas com atrasos, pois a posição de semi-submersão, vulnerável, é
praticada a intervalos regulares de tempo, é necessária a esta demanda. Existem técnicas de comunicação submarinas valendo-se dos sonares ativo/passivo.
Outra arma cujo uso vem se acentuando é a do míssil
atmosférico lançado a partir dos mesmos tubos de 533 mm dos torpedos, com a
nave submersa. Adaptações são necessárias para colocar o míssil acima da
superfície em condições de deslocar-se por seus próprios meios, pois não pode
simplesmente ser lançado de ambiente inundado.Estes mísseis possuem a função do
combate antinavio ou de míssil de cruzeiro para bombardeio terrestre. Como
exemplos temos os UGM-84 Harpoon da US Navy e o SM-39 Exocet francês. O míssil de
cruzeiro Tomahawk dos EUA também pode ser lançado deste modo e é usado tanto
para bombardeio terrestre convencional ou nuclear, como para o combate antinavio
em alcances maiores.
Existem ainda lançadores especialmente construídos para
mísseis de cruzeiro, dispostos verticalmente. O SSGN são submarinos
especialmente construídos ou adaptados para o lançamento destes mísseis como
sua arma principal. Como já citado os SSBNs utilizam-se de mísseis balísticos
(SLBMs) para vetoração de ogivas nucleares, como os Trident II UGM-133ª dos EUA
com múltiplos veículos de reentrada e alcance de 7 a 12 mil km. Foi veiculado
que os SSBNs classe Ohio teriam 2 Trident por submarino convertidos para uso de
ogivas não nucleares, com CEP de 10 m e sem explosivos, com a hipervelocidade
das ogivas causando efeitos mecânicos devastadores em áreas de 300 m2. Fica a
dúvida aos defensores se estão sendo atacados com ogivas nucleares ou não. Submarinos
podem ainda usar seus tubos de torpedos para o lançamento de minas navais.
Além de atacar outros navios um submarino tem que poder
se defender. Para tanto ele se vale de sua capacidade furtiva, já mencionada,
com baixos níveis de emissões de ruídos, disciplina de exposição a superfície,
disciplina de transmissões de rádio, disciplina no uso do sonar ativo, cascos
amagnéticos e com coberturas anecóicas, sistemas ativos de redução de ruído, e
quando sua presença é conhecida e o perigo é iminente ainda existem os engodos
para torpedos e mesmo torpedos antitorpedo.
Abandonar um submarino em dificuldades é uma
possibilidade e todos possuem alguma capacidade para isso, porém devido as
enormes pressões do ambiente subaquático, os meios orgânicos são adequados para
pequenas profundidades de até 100 m. Profundidades maiores requerem navios
especializados que operem sinos de mergulho ou pequenos submersíveis
especialmente construídos para este fim.
Desde sua introdução, o submarino tornou-se o mais temido
dos meios navais e fonte permanente de preocupação dos comandantes e
planejadores. É a arma naval por excelência e seu uso é crescente em todas as
marinhas do mundo que tem capacidade de adquiri-los e operá-los. Aqueles que
podem lançar mão dos SSNs o fazem, porém devido ao custo muitos estão limitados
aos SSKs. Outro fator que limita o uso de SSNs é político, pois quem os tem só
os vende com critério, e dominar esta tecnologia demora e custa muito dinheiro.
Outro fator relevante é que devido ao valor militar que tem, os submarinos
estão constantemente incorporando tecnologias novas e mesmo os SSKs, mais
acessíveis, estão cada vez mais capazes.