FRASE

"Quem escolhe a desonra a fim de evitar o confronto, a conseguirá de pronto, e terá o confronto na sequência."

domingo, 29 de julho de 2012

Operações Ofensivas - Formas #031





Operações Ofensivas - Fundamentos #

As operações ofensivas terrestres se dão de cinco formas diferentes. As primeiras duas formas são a Marcha para o combate e o Reconhecimento em força. São missões muito similares e se diferenciam a partir do contato com o inimigo. Visam manter ou restabelecer o contato com o inimigo, buscar informações sobre este e obter vantagens para operações futuras.


  • Marcha para o Combate

A marcha para o combate deve se executada de forma agressiva de forma a se apossar do objetivo antes de o inimigo possa reagir efetivamente. Deve-se lançar mão de todos os multiplicadores de combate como a aviação e tropas de reconhecimento fornecendo informações efetivas sobre o inimigo, massiva utilização de artilharia de longo alcance e aviação tática empregadas de forma a poupar as forças em avanço para que elas mantenham sua integridade a fim de serem utilizadas na consecução final dos objetivos e estarem em condições de perseguir os objetivos principais. É normalmente executada por uma força de cobertura, móvel e potente que esclarece a situação e consolida objetivos secundários a fim de evitar o retardamento do montante da tropa (grosso) que vem logo em seguida, atuando também na desorganização inicial do dispositivo inimigo instalado, já iniciada pelas forças multiplicadoras (artilharia e aviação tática). As tropas que seguem as forças de cobertura são precedidas pelas suas forças de vanguarda, potentes e móveis e altamente ofensivas e consolidam o sucesso das forças de cobertura, e protegidas em seus flanco e retaguarda, por forcas de natureza mais defensiva. A totalidade das demais forças deve ser disposta e preparada a fim atuarem prontamente com total flexibilidade se forem necessárias.





  • Reconhecimento em Força

O reconhecimento em força visa a obtenção de inteligência e deve ser conduzida por uma força relativamente potente a fim de revelar e testar o dispositivo defensivo. É mais efetiva que outras formas de reconhecimento e deve ser aplicada em pontos cuidadosamente selecionados de forma a obrigar o inimigo a reagir e mostrar seu planejamento. Deve-se empregar forças combinadas das armas-base, e como sempre, valer-se dos multiplicadores de combate como o apoio de artilharia, meios aéreos e engenharia de combate.


  • Ataque

A terceira forma é o Ataque propriamente dito, e sendo a mais potente de todas, visa destruir, derrotar ou neutralizar as forças inimigas de forma incisiva e potente, e deve ser executada com audácia e decisão. Pode ser  coordenado ou de oportunidade. Este é realizado sem preparação e quando a situação assim o favorecer, onde a rapidez e o senso de oportunidade são os fatores preponderantes. É realizado pelas forças disponíveis, onde o comando com iniciativa e audácia tira proveito de encontros inesperados ou manobras defensivas bem sucedidas, valendo-se da surpresa e desorganização momentânea do inimigo para subjugá-lo. Aquele é realizado quando se deseja cerrar sobre o inimigo a fim de subjugá-lo, dispondo para tal de tempo para se efetuar um planejamento adequado, utilizando-se de todos os multiplicadores de combate, com amplo apoio de fogo de artilharia e aviação tática.




As últimas duas formas são o Aproveitamento do êxito e a Perseguição. São, como as duas primeiras missões, bem similares e diferem pelo resultado final. O aproveitamento do êxito se dá após uma ataque bem sucedido quando os defensores tem dificuldade de manter suas posições, e as forças atacantes procuram capitalizar o sucesso com avanços contínuos, rápidos e profundos a fim maximizar as vantagens obtidas destruindo forças e dispositivos, impedindo a reorganização e capturando seus recursos.


  • Aproveitamento do Êxito

Deve ser implementado initerruptamente, podendo culminar na vitória final ou bem próximo a esta. É a operação ofensiva mais efetiva, pois a um custo muito reduzido confere resultados muito bons e causa confusão ao inimigo. Deve contar ao máximo com os multiplicadores de poder de combate e selecionar objetivos bem a retaguarda, dominando postos de comando e controle, áreas logísticas e bloqueando as rotas de fugas dos defensores, podendo até destruir significativamente as fileira inimigas. Um indicativo desta situação é a ultrapassagem de posições de artilharia e áreas logísticas importantes, além de grande quantidade de material abandonado e prisioneiros de guerra. Deve-se empregar nesta fase toda a tropa disponível, inclusive as aeromóveis e aeroterrestres a fim de bloquear retiradas e dominar pontos capitais, avançar em largas frentes, focando-se em objetivos importantes e desbordando-se de resistências de pequeno valor.



O comando deve estar alerta para impedir o fracionamento de forças resultante de esforços sem importância, principalmente se o inimigo for capaz de reagrupar-se e isolar estes contingentes. As forças mais distantes devem ser entregues a artilharia de longo alcance e aviação tática. A constituição de uma força de acompanhamento para se ocupar das forças ultrapassadas e garantir os objetivos conquistados libera as forças de vanguarda para imprimirem velocidade e profundidade a operação.


  • Perseguição


A perseguição se dá após o aproveitamento do êxito e visa cercar, capturar ou destruir as forças em retirada, senda estas os objetivos principais. As forças de vanguarda mantem uma pressão contínua sobre as forças em retirada, enquanto forças de debordamento bloqueiam sua retaguarda cortando suas rotas de fuga. Tropas aeromóveis, aeroterrestres e de infantaria naval são especialmente adequadas a este bloqueio, ocupando pontos capitais como pontes e passos.




sábado, 28 de julho de 2012

Operações Ofensivas - Fundamentos #030



As operações ofensivas são aquelas desencadeadas a fim de se obter resultados decisivos, como conquistar objetivos no terreno, destruir e capturar tropas e formações, frustrar e debilitar a logística inimiga, obter informações quanto ao poder de reação das forças atritadas e empreender ações diversionárias. Caracterizadas principalmente pelo princípio da iniciativa, cabe a estas operações a função de assediar os defensores a fim de que eles reajam ao plano de operações dos atacantes, impedindo-os que sigam seu planejamento e forçando-os a desorganizar-se em prejuízo de seus objetivos.

Estas operações caracterizam-se pela exposição demasiada das forças atacantes, forçando-as a deixarem posições seguras e bem defendidas, a fim de aplicarem seu poder de combate de forma contundente às forças defensoras, razão pela qual os atacantes devem obter superioridade relativa de combate quando do engajamento, de forma intensa e violenta, a fim de decidir a situação no menor intervalo de tempo possível. Cabe ressaltar aqui a questão da violência, que deve ser aplicada na sua intensidade máxima necessária a fim de buscar o desfecho destas operações no menor espaço de tempo possível. Todo êxito obtido em operações desta natureza deve ser explorado por forças móveis a fim de evitarem a fuga das forças derrotadas, com sua consequente captura. Tropa e equipamento capturados não combatem mais e não causam problemas.

Estas operações devem ser planejadas no tempo e no espaço de forma a prevenir qualquer tipo de desdobramento decorrente delas que possam frustrar seu sucesso. Após alcançados os objetivo pretendidos, as forças atacantes deverão perseguir quaisquer outros que se apresentem e possam ser alcançados sem se expor a riscos desnecessários, tirando proveito do êxitos obtidos e maximizando a eficácia do esforço empreendido. Todas as fraquezas identificadas devem ser imediatamente exploradas, desde que não resultem em prejuízo a busca dos objetivos definidos. Fraquezas exploradas com proficiência quando da desorganização momentânea das forças inimigas evitam esforços futuros.




A manobra deve evitar o assédio aos pontos mais bem defendidos do dispositivo defensivo, procurando o rompimento de suas linhas em pontos de menor esforço, como flancos e retaguarda. Deve-se forçar sempre que possível, os defensores a abandonarem suas posições fortificadas e difíceis de penetrar, isolando-os de suas linhas de suprimento e comunicações, negando-lhe enlaces de comando e capacidade receber reforços e ressuprimento, induzindo-o a reagir em direções não previstas por eles e trazendo o combate para terreno não preparado.

Forças altamente móveis e com maior capacidade de choque e proteção ativa são as mais adequadas a este tipo de operação, pois além de serem mais resistentes ao castigo inimigo, tem maiores possibilidades de aproveitamento do êxito obtido, deslocando-se a posições profundas no dispositivo assediado, capturando tropas e equipamentos, depósitos de combustível e munição e outros recursos importantes. As brigadas mecanizadas e blindadas são as tropas mais vocacionadas a este tipo de combate, quando o terreno lhes for apropriado.

Estas operações devem ser planejadas de forma a exercer pressão contínua aos defensores, com pouca ou nenhuma pausa entre os combates, impedindo-os de se reorganizarem. Deve-se planejar cuidadosamente a substituição das unidades, de forma que todos possam dormir e descansar sempre que possível, pois estas operações podem estenderem-se por semanas a fio. Uma forma de se conseguir isto é através da alternância de funções e substituição dos escalões de ataque, empregando diferentes formas de manobra. Os elementos de comando e controle são vitais a manobra e devem ser especialmente protegidos da fadiga e falta de sono.

Operações defensivas devem ser organizadas de forma ofensiva, com ataque a dispositivos que se preparam para atacar, caracterizando contra-ataques de desorganização, busca de informações e exploradores de eventuais deficiências encontradas. 




FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES OFENSIVAS

  • Iniciativa e impulsão: O atacante escolhe a hora  e o local do ataque, fazendo o inimigo reagir a uma situação não prevista por ele. Uma vez desencadeada a operação, procura-se chegar ao objetivo no menor prazo possível, impelindo-se rapidez a progressão. Deve-se fazer uso de reservas e empregar com abundância os meios de apoio de fogo, engenharia e guerra eletrônica a fim de multiplicar o poder de combate. Meios logísticos eficientes são fundamentais a manutenção do avanço.

  • Manutenção do contato, fogo e movimento:  Manter o inimigo sempre ocupado e a vista garante informações contínuas, liberdade de ação e conservação da iniciativa, evitando a surpresa. O contato com o inimigo deve ser estabelecido e mantido o mais cedo possível. Fogo e movimento (manobra) devem empregados de forma sincronizada e intensa, culminando com o assalto violento à área decisiva. Mesmo em ações defensivas a manutenção do contato com ações ofensivas deve ser continuamente buscada a fim manter o comando atualizado quanto às capacidades e intenções do inimigo, prevenindo surpresas.

  • Informações e Oportunidade: A manutenção do contato permite determinar as característica ainda não conhecidas do inimigo, como dispositivo e composição entre outras, identificando deficiências e correções a serem implementadas. Oportunidades aí identificadas devem ser exploradas, dividindo as forças defensoras, privando-as de apoio e suprimento, buscando-se sempre atacar flancos e retaguarda, sempre menos defendidos.

  • Controle de acidentes capitais: O controle de pontos capitais como armas estrategicamente posicionadas, pontes, entroncamentos rodoviários, passagens, elevações e outros podem ser de vital importância ao êxito da operação e devem ser dominados, se assim identificados, o quanto antes, seja pelo avanço ou por tropas especialmente lançadas, como forças aeromóveis e aeroterrestres, anfíbias ou de infiltração. Este controle serve também para bloquear a chegada de reforços.

  • Neutralização dos multiplicadores de combate dos defensores: Devem ser lançadas operações a fim de neutralizar ou enfraquecer os potencializadores de combate do inimigo, como o desencadeamento de fogos de contra-bateria, a inviabilização das comunicações por bombardeio e guerra eletrônica, a cobertura aérea impedindo a aviação inimiga de operar, a ação de operações especiais a fim de destruir ou neutralizar outros meios importantes, a caça e neutralização de seus meios de observação, entre outros. Atividades de contra-informação e dissimulação e guerra psicológica devem ser implementadas.

  • Concentração do poder de combate: Aplicação do poder de combate de forma massiva, no local e no momento decisivos, deve ser implementada. Todas as formas de subjugar o defensor disponíveis devem ser empregadas de forma simultânea e sincronizada, de forma que o efeito resultante seja maior que a soma dos efeitos individuais de cada meio.

  • Aproveitamento do êxito:  Ataques violentos e decisivos, praticados por forças superiores e incisivas devem ser explorados agressivamente, e todas as situações e oportunidades que surgirem devem ser convenientemente aproveitadas e potencializadas a fim de capturar ou destruir o maior número de meios inimigos possível.