Baseado no MC EB20-MC-10.206
O apoio de fogo é um elemento essencial em qualquer empreitada de combate, aplicando-se mais especificamente às manobras terrestres e anfíbias. É através dos fogos que coloca-se o inimigo numa situação de saturação operacional, privando-lhe de seus meios e capacidade de manobra, seja pela destruição ou indisponibilidade temporária. Os fogos podem ser disponibilizados por elementos aéreos, navais ou terrestres e aplicados em conjunto com a manobra, através de adequado elemento de comando e controle (C2), constituindo estes o tripé fundamental de qualquer força em combate. Fogos e manobra são inseparáveis na dinâmica de uma operação militar, atuam de forma mutuamente complementar e visam alcançar a superioridade tática sobre o inimigo e a proteção mútua entre as unidades. Um cria a condição para que o outro possa efetivamente ser aplicado no ambiente operativo, sendo os fogos os donos da palavra final, pois atuam diretamente como elemento incapacitante definitivo das possibilidades físicas do inimigo, reduzindo sua vontade de combater.
O apoio de fogo é um elemento essencial em qualquer empreitada de combate, aplicando-se mais especificamente às manobras terrestres e anfíbias. É através dos fogos que coloca-se o inimigo numa situação de saturação operacional, privando-lhe de seus meios e capacidade de manobra, seja pela destruição ou indisponibilidade temporária. Os fogos podem ser disponibilizados por elementos aéreos, navais ou terrestres e aplicados em conjunto com a manobra, através de adequado elemento de comando e controle (C2), constituindo estes o tripé fundamental de qualquer força em combate. Fogos e manobra são inseparáveis na dinâmica de uma operação militar, atuam de forma mutuamente complementar e visam alcançar a superioridade tática sobre o inimigo e a proteção mútua entre as unidades. Um cria a condição para que o outro possa efetivamente ser aplicado no ambiente operativo, sendo os fogos os donos da palavra final, pois atuam diretamente como elemento incapacitante definitivo das possibilidades físicas do inimigo, reduzindo sua vontade de combater.
A aplicação do binômio fogo-manobra requer um ambiente
onde as forças amigas sejam capazes de manter a superioridade aérea. Fogos
podem destruir, suprimir, degradar, retardar, negar, separar ou neutralizar
forças, sistemas de combate e instalações, bem como em conjunto com unidades de
engenharia barrar ou desviar a manobra inimiga, bloquear áreas, fixar tropas e
retardar reforços, potencializando o valor do terreno e do espaço de batalha.
Os fogos podem ser orgânicos ou não, sempre desencadeados
a pedido do elemento apoiado, e requerem minuciosa coordenação e planejamento
de forma contínua e detalhada em todos os escalões, visando atender aos
modernos teatros não lineares e altamente exigentes, evitando o desperdício de
munição escassa, em alvos não interessantes, reduzindo as possibilidades de
fratricídio e efeitos colaterais em civis, além de evitar sobrecarregar a estrutura de apoio
logístico.
Fogos eficazes requerem a capacidade de adquirir,
discriminar e engajar alvos. A capacidade de aquisição consiste na detecção e
localização de alvos com precisão suficiente ao emprego dos sistemas de fogo; a
discriminação é a capacidade de priorizar os alvos mais importantes em meio a
muitos presentes, e o engajamento é o processo de aplicar o efeito desejado ao
alvo, seja por ação letal ou desejada.
Os fogos podem ser superfície-superfície, ar-superfície,
superfície-ar, podendo ainda incluir-se neste conceito ações de ataque
eletrônico e cibernético. Podem ser cinéticos através do lançamento de
artefatos (projéteis de vários tipos) e com finalidade tática, ou não cinéticos
como aqueles usando meios eletrônicos e cibernéticos com finalidade de
incapacitação dos meios inimigos congêneres.
Os fogos devem ser planejados e coordenados, estando
todos os meios terrestres, aéreos e navais atuando sob um mesmo sistema de
forma que o meio mais adequado seja designado para bater determinado alvo da
forma mais eficiente e dentro de uma escala de prioridade, evitando a duplicação
de esforços e desperdício de munição; executados com sincronização, rapidez e
precisão, sempre procurando a preservação da segurança das tropas amigas.
Fogos navais são lançados a partir navios de guerra e
conduzidos por observadores de tiro navais. Fogos aéreos partem de plataformas
aéreas (bombardeiros, helicópteros e RPVs) e são conduzidos por controladoresaéreos avançados (FAC), e os terrestres pela artilharia de campanha (morteiros,obuseiros e MLRSs), dentro de suas possibilidades.
Fogos são desencadeados no nível estratégico a fim de
desorganizar a atividade industrial-militar por exemplo, contribuir para a proteção
estratégica e causar efeito psicológico; e no nível tático-operacional para
contribuir com a manobra e impedir a do inimigo. Podem ser de apoio a pedido da
unidade apoiada e conduzidos de forma a integrar sua manobra, devidamente
observados e em ligação com esta; e de proteção, visando atuar sobre a manobra
inimiga e segundo as necessidades dos escalões mais altos; podem ser ainda
diretos ou indiretos de acordo com sua característica balística.
É vital a coordenação entre os meios de apoio de fogo de
superfície e meios de controle de espaço aéreo, proporcionando máxima segurança
a todos os atores, e sincronizados no tempo e no espaço com os demais sistemas
de combate, a fim de contribuir com a manobra e contar com a segurança
proporcionada pelas demais unidades.
Os fogos atuam sob coordenação do sistema operacional de
comando e controle, que coaduna a arte de comandar à ciência de controlar. Este
sistema é uma organização de pessoal, inteligência de rede, comunicações e
sistemas de automação que atuam em apoio ao comandante e seu Estado Maior (EM).
Devem apoiar este esforço os sistemas de inteligência fornecendo informações de
combate e apoiando a sua compreensão, sistemas de proteção como a artilharia
antiaérea e outras unidades de combate (carros de combate por exemplo),os fogos
de contra-bateria e o sistema de apoio logístico que supre os sistemas de apoio
de fogo e ao mesmo tempo são protegidos por estes. Estes permitem aos fogos
manterem-se atirando (durarem na ação), suprem-nos com serviços diversos e
garantem o suporte médico e sanitário adequado, cabendo-lhes antecipar as
necessidades dos artilheiros e aviadores.
Os fogos podem ser estratégicos, operacionais ou táticos
de acordo com a importância que seu efeito causará na operações, se será
decisivo ou facilitador. Podem ser de aprofundamento (operacionais) que visam
áreas de retaguarda como as logísticas e industriais por exemplo, de interdição
e contra instalações de C2; de apoio (táticos) em proveito da manobra da tropa
amiga e de contrabateria (proteção).
Quanto a finalidade podem ser de preparação, que são
fogos intensos e previstos desencadeados em horários estipulados a fim de
apoiar um ataque ou desorganizar defesas e seus meios de apoio, ou ainda
interromper comunicações. De intensificação que são fogos planejados de grande
escalão em apoio aos fogos do escalão inferior, e de contra-preparação que visa
desorganizar uma mobilização inimiga.
Quanto a forma podem ser de concentração que consiste em
um volume significativo de fogo sobre um determinado alvo, de barragem que
visam a proteção impedindo a passagem do inimigo e disparados sucessivamente em
linhas escalonadas, e por peça que visa atingir alvos específicos.
Podem ainda ser previstos (parte de um planejamento) ou
não (alvos de oportunidade), observados ou não (este último não permite
avaliação de danos, como os fogos de inquietação por exemplo),
Quanto aos efeitos desejados podem ser de neutralização, que
visa degradar a capacidade do inimigo, de destruição para colocar alvos
definitivamente fora de combate, de interdição que visam impedir o inimigo de
usar temporariamente uma área ou meio como os tiros de barragem, de inquietação
que visam minar a moral do inimigo através de bombardeios contínuos e baixa
intensidade privando-lhes de sono por exemplo, e de efeitos especiais como os
de iluminação de campo de batalha, de balizamento com granadas fumígenas e IR,
propaganda e outros.
Podem ser disparados a pedido ou com horário
pré-determinado (tiros hora no alvo – HNA), com detonação instantânea e efeito
imediato (HE por exemplo), com detonação instantânea e efeito persistente
(fogos fumígenos por exemplo) e de detonação retardada (bombas cluster).
Os fogos são os senhores do campo de batalha e para
aplicá-los que as unidades de combate são treinadas e equipadas, visando a
supremacia tática-estratégica-operacional. Os fogos terrestres caracterizam-se
pela grande disponibilidade por estarem as unidades em permanência no campo,
independência aos fatores meteorológicos, pronta resposta e alta flexibilidade,
sendo sua maior deficiência seu alcance menor. Os fogos lançados do ar são mais
poderosos mas nem sempre estão disponíveis, sofrem limitação das condições
meteorológicas e são de coordenação mais complexa, porém dispõem do alcance
muito superior dos vetores aéreos. Os fogos de origem naval são limitados a
áreas próximas ao litoral, normalmente atuam em proveito de operações anfíbias
e não tem a precisão dos fogos terrestres. Suas plataformas também são mais
facilmente identificáveis. Fogos de longo alcance como aqueles implementados
por mísseis de cruzeiro e balísticos podem adentrar em muito o meio terrestre,
mesmo lançados do ambiente naval.
Os meios de apoio de fogo são na força terrestre os
morteiros das armas-base geralmente de 60 e 81 mm, nada impedindo que elas usem
modelos mais pesados. O comandante de infantaria e cavalaria dispões destes
meios como artilharia orgânica e disponível em todos os momentos. A artilharia
de campanha usa os morteiros de 120 mm em suas unidades de maior mobilidade
estratégica como as forças aerotransportadas e de selva, e obuseiros de 105 e
155 mm, sejam rebocados ou autopropulsados, como unidades padrão. Forças russas
e chinesas possuem modelos similares. Estes sistemas são um conjunto de
pessoas, meios e processos que atuam de forma integrada através de subsistemas
de busca de alvos, C2, logística e baterias de tiro. Da mesma forma as unidades de lançadores
múltiplos (MLRS) atuam em proveito dos escalões mais elevados, e constituem,
por si só, valioso meio de projeção no campo de batalha e alvo dos sistemas de
proteção inimigos.
Outros sistemas de fogo da força terrestre são as
unidades de artilharia antiaérea com unidades dotadas de mísseis e canhões
endereçados por computador, e as aeronaves da aviação do exército. Cabe àquela a proteção contra a ameaça aérea
em complemento aos interceptadores da defesa aérea, seja contra bombardeiros ou
mísseis inimigos, sendo que suas armas automáticas também podem ser usadas,
secundariamente contra alvos de superfície. Além destas, armas de tiro direto
como carros de combate e mísseis de infantaria compõem a dotação de bocas de
fogo desta força.
A força aérea dispõem de aeronaves de bombardeio que são
imbatíveis em alcance e poder de fogo, e podem operar em proveito da manobra
terrestre e naval. E por último as forças navais podem usar seu também
considerável poder antinaval de mísseis e torpedos, e canhões para apoio de
fogo terrestre próximo ao litoral, como nas manobras de desembarque anfíbio. O
apoio de fogo aéreo é especialmente aplicado por sua elevada flexibilidade de
emprego, capacidade de ataque a alvos localizados em profundidade e grande poder
de fogo. Por essa razão, quando disponível, é considerado um meio nobre,
devendo ser planejado com antecedência e critério. Mísseis balísticos e de
cruzeiro podem equipar todas as forças e são um formidável meio de bombardeio.
Planejamento e Coordenação
Os sistemas de fogos devem estar coordenados por um
comando único, podendo atuar em proveito de suas unidades orgânicas, serem
prontamente empregados em proveitos do escalão superior quando este os
solicitar, e após retornarem ao seu comando usual. Este sistema é uma reserva
fácil, segura e de rápida aplicação que possibilita ao escalão superior
intervir rapidamente no combate. Deve ser empregado com oportunidade e de forma
contínua, atuando prontamente sempre onde se mostrar necessário, o que demanda
a capacidade de atirar imediatamente e concluir a missão de tiro em tempo
mínimo, de forma a estar sempre disponível para a próxima. A superioridade de
fogos deve ser buscada, sendo que uma das primeiras missões em campanha é
procurar e neutralizar os pontos mais fracos dos sistemas de fogos do inimigo,
pondo-os inoperantes.
O sistemas de apoio de fogo deverão estar em condições de
atirar desde o primeiro momento, antes mesmo do contato, com fogos de
profundidade, bem como manter a pressão sobre o inimigo, frustrando a operação
de seus sistemas. A aviação e a os MLRS são os meios mais adequados ao início
do assédio às fileiras inimigas antes do contato, sendo que todos podem
fazê-los, de forma que as forças em avanço encontrem uma resistência debilitada.
Os fogos mais eficazes se dá quando as unidades inimigas estão concentradas, ou
seja antes do início do combate.
Os fogos são planejados a partir do levantamento de
necessidades, considerando aquisição, análise e seleção de alvos, emissão de
pedidos de apoio e autorizados seguindo uma ordem de
prioridade/disponibilidade, sempre partindo do escalão de emprego e
consolidados nos escalões superiores. Devem levar em conta fogos diretos,
morteiros, artilharia de campanha, artilharia antiaérea e de costa, aéreo e
naval, assim como os meios de guerra cibernética e eletrônica. A priorização
dos fogos parte do escalão que o necessita, e se este não puder efetivá-los, a
solicitação segue para o escalão superior. Todos os escalões manterão
planilhas, de preferência integradas eletronicamente, de suas necessidades e
prioridade de fogos.
O planejamento deverá prever a possibilidade de
concentrar fogos de mais de uma unidade sobre um mesmo alvo numa mesma missão
de tiro ou desencadear fogos simultâneos sobre mais de um alvo por uma mesma
unidade. Para tanto este planejamento deverá ser simultâneo, com todos os
escalões o executando ao mesmo tempo, concorrente com os fogos não possíveis
repassados ao escalão superior, coordenado e unificado entre os diversos
escalões, contínuo com a adição de novos alvos constantemente e alteração da
situação tática, levando em consideração o tempo disponível e os meios em
disponibilidade, além de outras variáveis. Os alvos elencáveis obedecerão a
diretrizes previamente definidas. Serviços de informações listarão os alvos
possíveis que virão a compor o planejamento inicial de grande escalão, cada um
com indicação de importância, mobilidade e situação tática.
Iniciada a missão, os comandantes deverão manter reuniões
freqüentes com vistas a corrigirem seus rumos e atualizar suas prioridades de
fogo.
A coordenação do apoio de fogo é o ato ou efeito de
dispor o planejamento e a execução do fogo de tal sorte que os alvos sejam
atacados, com oportunidade, pelos meios ou armas disponíveis, mais apropriados
e eficazes, realizando a integração dos fogos com a manobra. O apoio de fogo
solicitado deve ser executado pelo menor escalão que disponha dos meios
necessários, com a rapidez e segurança necessárias.
Os planos terão demarcações que viabilizam o controle de
fogos com zonas de responsabilidade e seus limites, linha de alcance mínimo
para dos diversos sistemas de fogos (LSAA), áreas de fogos livres, restritos e
proibidos, entre outras. Os fogos devem ainda seguir uma matriz de
sincronização para evitar que sejam lançados onde estão as tropas amigas em
determinado momento, e surtirem seus efeitos no momento desejado.
O sistema de apoio de fogo é composto primeiramente pelo
sub-sistema de inteligência e busca de alvos, que envolve detecção,
identificação e localização de alvos. Os resultados deste trabalho resultam em
um mapeamento do campo de batalha, dando ao comando um mapa bidimensional que
permite-lhe usá-lo tanto para orientar a manobra como para aplicação do poder
de fogo pelos meios cinéticos e não cinéticos (guerra eletrônica). Aqueles
alvos selecionados para aplicação do poder de fogo deverão apresentar detalhes
que permitam batê-los com precisão e oportunidade. Quanto mais próximo do
combate, mais sumária será esta análise, priorizando-se a produção de
resultados em tempo real.
Os meios consistirão de radares de campo e localizadores
sonoros, reconhecimento aéreo, observadores avançados, imagens de satélites,
tropas de todos os tipos, etc... Depois de obtido o alvo, torna-se necessária a
sua identificação e a confirmação de sua existência para, então, selecionar o
meio apropriado de batê-lo. O resultado desse trabalho será o conhecimento da
natureza, composição, localização e dimensões do alvo a ser engajado. Alvos
móveis requerem atenção especial pela sua fugacidade e dificuldade de adquirir.
Após a designação de um alvo virá e sua análise que
consiste na avaliação da importância militar, determinação da oportunidade de
ataque, seleção do meio, e definição do método para a aplicação dos fogos. A
importância é definida pela influência dele com a missão, que pode variar com a
mudança da situação tática. A oportunidade leva em consideração a mobilidade, a
recuperabilidade e a limitação do alvo. Nem sempre se ataca primeiro um alvo de
maior prioridade e nem sempre é melhor atacar um alvo logo após a sua
localização. O meio usado será o de menor escalão capaz de produzir o efeito
desejado, sendo indicado, em ordem de prioridade, o morteiro, a artilharia, o
fogo naval e o fogo aéreo. São observadas as características do alvo, o efeito
desejado, as influências do terreno e das condições meteorológicas, além das
características, possibilidades e limitações dos meios disponíveis. A precisão
do sistema também influencia, o emprego do fogo naval e os MLRSs, por exemplo,
quando empregados em áreas próximas às tropas amigas, que são menos indicados
em razão de sua precisão menos apurada, dispersão ou necessidade de ajustagem.
Alvos de fogo aéreo próximos às linhas amigas devem estar sinalizados,
bombardeiros devem conhecer a localização das tropas, sempre orientados por um FAC.
O método de aplicação procuram maximizar sua eficácia, batendo alvos com
densidade e intensidade adequadas, valorizando a surpresa e prevendo as medidas
de proteção.
Os fogos de contrabateria são uma das mais importantes
missões da artilharia de campanha e da aviação tática para a proteção da tropa. Devem ser executados com
prioridade, oportunidade e eficiência, pois representam uma decisiva ação de
proteção aos meios que apoiam à manobra. A expressão contrabateria se refere
aos procedimentos necessários para localizar, identificar e atacar posições de
artilharia de todos os tipos que ofereçam ameaça. Os modernos sistemas
constituem um desafio para a atividade de contrabateria, em virtude de que sua
capacidade de entrar em posição, realizar o fogo e sair da área em tempo
mínimo, tornando-os praticamente imunes à as estes fogos. Estes fogos dependem de radares que localizam a origem dos disparos através da análise da trajetória dos projéteis. Também podem ser desencadeados a pedido dos observadores, que poder estar em aeronaves, mas esta possibilidade é mais remota visto que depende destes saberem onde as baterias estão, geralmente além de seu campo de observação.
Cabe ao comandante que ordenou o fogo providenciar para
que os resultados sejam avaliados a fim de verificar se os efeitos alcançaram o
objetivo, ou se será necessário repetir o fogo. É uma atividade difícil e seus
resultados têm uma exatidão variável, devendo-se empregar todos os meios que
foram usados na busca de alvos. Os resultados obtidos nesta avaliação são
função do tipo de meios de informação; da experiência do pessoal; da distância;
do grau de conhecimento sobre o objetivo; da visibilidade; da capacidade de
detecção do inimigo; e do prazo de tempo imposto disponível.
A aplicação de fogos é a mais clássica forma de um
comandante intervir no combate. A moderna doutrina preconiza as operações como
uma seqüência de ações de cunho ofensivo e initerruptas, onde a manobra em
ações simultâneas em toda a profundidade do espaço de batalha deve ser
empregada, com atividade diuturna sob quaisquer condições meteorológicas,
sempre buscando a iniciativa e a surpresa. A artilharia de campanha atuará
neste contexto de forma contínua, devendo ter a mobilidade das forças apoiadas para
que seus fogos estejam sempre onde o comando os desejar. Os fogos visam anular
ou diminuir a capacidade de combate do inimigo; facilitar o movimento amigo;
diminuir, impedir ou dificultar os fogos do inimigo; e impedir ou dificultar a
atuação de suas reservas.
O fogo aéreo deve complementar o terrestre, atuando tanto
no combate aproximado em proveito da tropa como em fogos mais longos a
retaguarda das frentes inimigas, As principais missões destes são determinadas
pelo seu grande alcance, sua variedade de armas, sua precisão e velocidade de
resposta, efetuando fogos contra objetivos em movimento ou não, determinados
com precisão; distantes ou que não podem ser observados; com forte proteção e a
instalações industriais e logísticas. Helicópteros armados são um sistema móvel
e flexível que podem ser empregados para apoio das unidades no combate
aproximado, como contra objetivos situados em profundidade, fundamentalmente no
apoio às ações aeromóveis e de desembarque aéreo, assim como contra objetivos
em movimento, principalmente meios blindados ou mecanizados.
O fogo naval pode ser usado nas operações próximas à
costa, que contribui de forma semelhante ao apoio dos meios terrestres, devendo
ser integrado com o restante do apoio de fogo disponível. Pode bater alvos de
dimensões reduzidas e com forte proteção.