Introdução
O combate em áreas urbanas tem se mostrado cada vez mais
freqüente nos conflitos da atualidade, sendo uma missão difícil e notoriamente
arriscada para o combatente. Tradicionalmente constituídos e adestrados para a
guerra travada nos grandes espaços rurais, os exércitos modernos tiveram que
adaptar-se a travar seus embates nos limitados espaços das concentrações
urbanas, refúgio de forças qualitativamente inferiores e repletos de
esconderijos, vielas e condições que favorecem os defensores. Combater nestes
ambientes é um dos maiores trunfos daquelas forças em inferioridade tecnológica
e que buscam a estratégia da guerra de desgaste, sendo estas empreitadas
geralmente longas e extenuantes, mesmo para forças mais abastadas. Este tipo de
cenário é o mais buscado nos conflitos de características assimétricas. O combate urbano é o combate dos inssurgentes, dos guerrilheiros, daqueles que não tem como enfrentar um exército convencional em campo aberto.
Embora se busque hoje estratégias mais modernas e menos
desgastantes como o enxameamento, que busca a debilitar os defensores antes da
tradicional “limpeza casa à casa”, não se pode fugir desta prática final, pois
sempre poderá restar uma fração do inimigo, que mesmo que não faça diferença
para o desfecho, podem continuar provocando baixas e forte pressão psicológica
sobre os combatentes, que nunca sabem o que poderá estar escondido na edificação
ao lado.
Qualquer porta ou janela poderá conter uma armadilha, os
espaços são curtos e o inimigo poderá surgir das inúmeras pilhas de escombros
ou veículos abandonados, telhados ou vias subterrâneas como galerias pluviais e
de esgoto. Nunca se sabe o que está oculto ali adiante, qualquer presunção
poderá ser a última e cada lugar em particular tem que ser observado, revisado,
limpo e descoberto, numa faina meticulosa e demorada. Ao combatente é
necessário cautela, alerta e treinamento eficaz. O grupo de combate é a unidade
básica deste tipo de empreitada, e apesar de atuar inserido como parte de uma
grande força, cada fração tem sua parte a fazer.
No combate urbano o defensor desfruta de uma posição segura e tende a conhecer na intimidade o terreno que ocupa, o que
lhe confere grande vantagem. Empregar com inteligência um treinamento de alto
nível é vital a sobrevivência do atacante, que deve saber bem avaliar quando e
por onde se deslocar, por onde entrar e sair de edifícios, quando usar
granadas, que posições de disparo são as mais adequadas, etc... É o atacante
que dita o ritmo do combate, e fazê-lo eficazmente e com velocidade é
importante a fim de não dar aos defensores tempo para reorganização.
Movimentando-se
Todo o deslocamento deve ser feito pelo interior das
edificações, sempre que possível, abrindo passagens onde elas não existirem com
explosivos ou outros meios. O deslocamento ao ar livre deve ser precedido de
cortinas de fumaça e coberto por fogo de saturação, sempre em lanços curtos,
evitando exposição demasiada. Não se deve iniciar um deslocamento se que se
saiba exatamente para onde ir e se encontrará abrigo, procurando sempre ficar
próximo às paredes e valer-se da sombra sempre que disponível, evitando
oferecer a silhueta ao inimigo. Evita-se cruzar espaço aberto diretamente,
buscando sempre o caminho mais longo se este for o mais seguro. Um atirador
inimigo terá pouco tempo para adquirir seu alvo se este for rápido e contar com
o fogo de cobertura de sua equipe. O trabalho coletivo é fundamental.
Quando o GC estiver agrupado não se deve cruzar espaços
abertos um-a-um, pois mesmo que o primeiro homem passe, um eventual atirador
terá tempo para alvejar o próximo. O movimento deve se em grupo com certa
dispersão, se possível, com cobertura de fumígenos e fogos de saturação. Becos
e vielas estreitas devem ser atravessados em fileira, com dispersão de 3 a 5
metros. Cada elemento que terminar a travessia deverá posicionar-se para cobrir
àqueles que ainda o estão fazendo, sendo importante a capacidade de usar sua
arma de forma ambidestra.
Posições de Tiro
Ao fazer fogo de uma posição coberta, não deve-se expor a
silhueta em sua parte superior, que se destacará contra o fundo e tornará o
atirador em um alvo fácil. Procura-se sempre disparar pela laterais no sentido
diagonal para oferecer exposição mínima. Cada situação definirá a maneira mais
adequada para se efetuar fogo com rapidez e precisão, usando-se sempre os
cantos de edificações, paredes baixas, buracos existentes e chaminés, por
exemplo.
Quando um atirador usa o canto de um prédio como posição
de tiro, não deve fazê-lo de pé, pois os atiradores inimigos o esperam que faça
por ser sua condição de chegada. Esta postura o expõem como um alvo grande.
Ajoelhar ou deitar-se diminui seu tamanho como alvo. Detritos e escombros são
bons abrigos, pois são irregulares e proporcionam uma dissimulação mais eficaz.
Atirar por uma janela próximo a ela também proporciona exposição, sendo o
recomendado o posicionamento da boca do fuzil a mais de 1 metro dentro do
recinto. Desta forma fica difícil para o inimigo visualizar seu interior e
identificar seu alvo. Visualizar de dentro pra fora é mais provável que o
inverso. Em orifícios feitos nas paredes por armas pesadas também vale a mesma
regra. Mesmo que se reduza o campo de tiro deve-se posicionar mais a retaguarda
dele. Posições nos telhados são excelentes, proporcionam amplos campos de tiro
e disparam de cima para baixo, deixando o inimigo em desvantagem. Chaminés
reforçam a cobertura, mas atraem o fogo inimigo, e deve-se tomar cuidado com a
silhueta. Arbustos e vegetação não detêm projéteis mas proporcionam cobertura.
Como entrar em uma edificação
Não há uma maneira completamente segura de se entrar em
um edifício. Toda edificação, em princípio deve ser ocupada e “limpa”, sob o
risco do inimigo estar escondido lá dentro, mesmo que não esteja reagindo. Até
que um prédio seja conferido deve-se assumir que está ocupado. O inimigo
deixado quieto agora pode ser perigoso mais tarde. No combate em geral quem
domina as alturas domina a situação, e nas áreas urbanas não é diferente.
Entrar pelas portas e janelas, principalmente as mais óbvias, é correr alto
risco de ser surpreendido por armadilhas. Qualquer buraco que não tenha sido
feito na hora também não merece confiança e deve ser tratado com cautela. A
melhor maneira de se adentar um edifício é de cima para baixo, evitando as
entradas do térreo e o combate com a cabeça erguida. Outro inconveniente de se
ocupar pelo térreo é encurralar o inimigo no último andar, forçando-o a lutar
desesperadamente sem ter por onde fugir, o que pode potencializar a reação
dele. Se ele puder fugir pelo térreo, além de não lutar com tanto empenho, será
alvo fácil para o fogo de cobertura. Ocupar a cobertura da edificação exige
certo esforço e pode ser feito com cordas e escadas, helicópteros ou a partir
de outro edifício já ocupado previamente, assim só a primeira ocupação é a mais
trabalhosa. A ocupação com cordas deve utilizar seções grossas que podem ter
nós a cada 30 cm, facilitando a operação. Cordas finas são mais leves, mas é
mais difícil subir por elas. Um gancho de 3 ou 4 pontas na extremidade da corda
pode ancorá-la facilmente quando jogada.
É mais fácil descer que subir, e para se entrar em um
recinto pela janela, deve-se usar o rapel em uma operação na descendente,
evitando esta entrada durante a subida. Ao subir uma edificação usando cordas,
deve-se certificar que eventuais atiradores, que possam ameaçar a subida
estejam neutralizados, bem como ter cautela se a subida tiver que transpor por
janelas que podem conter ameaças. Quando do uso do rapel, todos devem estar
cientes da manobra, a fim de se evitar o fogo amigo.
Ao se entrar em um recinto seja pela porta, janela ou um
buraco feito na hora ou já existente, e uma vez conferida a inexistência de
armadilhas, deve-se preceder a entrada com a detonação de uma granada,
reduzindo desta forma a possibilidade de fogo inimigo. Porém o uso
indiscriminado de granadas pode fazer com que seu estoque acabe logo e façam
falta mais a frente, pois os cômodos a se verificar tendem a ser em grande
número. No período da instrução básica, os soldados aprendem que o fuzil é seu
melhor amigo. No combate em localidade no entanto, quando uma casa deve ser desocupada,
a granada o substitui na ordem das afeições. Seu poder explosivo é
reforçado pelo espaço fechado dos quartos e fornece uma fonte de potência de
fogo muito mais rápida em uma situação em que o fator de velocidade é sinônimo
de segurança. Quando se vai entrar em um cômodo, não se deve usar a maçaneta da
porta; que poderá ter uma armadilha explosiva e, além disso, seu movimento
advertiria o inimigo que ocupa a sala. Em vez disso, usa-se uma forma de
estourar a porta e abri-la. Se for uma porta muito forte ou pesada,
deve-se dispara contra as dobradiças e chutar a porta. A primeira coisa
que tem que atravessar o limiar de uma porta não é o pé, mas a granada. Ao
lançar a granada, extraí-se o pino de segurança, libera-se o capacete, espera-se
2 segundos e joga-se, reduzindo desta forma o tempo de retardo e a
possibilidade de ser devolvida pelo defensor.
Sempre que possível deve-se usar lançadores de granadas,
que “a despacham” a distâncias maiores e tornam o lançamento mais seguro. Uma
vez detonada a granada, se adentra o recinto o mais rápido possível. Granadas
com detonação por impacto são as mais adequadas,assim como granadas que se
tornam inertes se as condições do lançamento não forem atendidas, como o
lançamento a menos de 6 metros. O uso de armas tipo ”lança-rojão” permite de
forma prática a abertura de brechas nas paredes, em pontos onde o inimigo não
instalou armadilhas, porém usar estas armas em ambientes restritos requer
cautela e perícia, pois o sopro de impulsão deve ser corretamente direcionado.
Movimentando-se no interior da edificação
O movimento deve ser sempre que possível por dentro das
edificações, seja para “limpá-la” ou para evoluir no terreno, pois desta forma
que fica protegido de atiradores. Ao se deslocar pela edificação, deve-se
fazê-lo através de brechas abertas na hora pelas paredes, evitando-se pontos
com armadilhas. Ao se cruzar em paralelo janelas ou outras aberturas, deve-se
evitar a exposição, buscando abaixar-se, rastejar, pular, o que for mais
conveniente para evitar ser visto. O inimigo pode estar observando do lado de
fora. Ao se entrar em uma sala deve-se empregar sempre 3 indivíduos: O primeiro
arremessa a granada, atravessa a entrada depois da detonação e posta-se de
costas para a parede fazendo fogo de saturação antes de entrar, sem procurar
fazer fogo seletivo e usando rajadas de 3 tiros consecutivas; o segundo
inspeciona o ambiente também fazendo fogo de saturação, porém com mais critério
pois já está coberto pelo primeiro indivíduo, com o terceiro indivíduo dando
cobertura a retaguarda, antes da entrada.
Corredores devem ser evitados, passando-se de uma ambiente a outro
abrindo passagens diretamente nas paredes, porém se forem usados, deve-se
posicionar-se em seus limites laterais contra as paredes, oferecendo um alvo
menor. Esquinas de corredores devem ser tratadas como se um novo fosse.
Dentro de uma edificação a granada passa a ser a arma
principal, ficando o fuzil em papel secundário. Fuzis longos são inadequados em
ambientes restritos e a submetralhadora ou os fuzis curtos como os “bullpup”
são mais adequados. Combater no interior de edificações é provavelmente a uma
das tarefas mais perigosas que um soldado enfrenta, e toda ação deve antecipar
ao inimigo que está lá, esteja ou não, não havendo espaço para deduções ou
intuições.
Toda edificação deve ser ocupada pela parte de cima.
Quando uma equipe adentra uma edificação, outra de cobertura deve permanecer no
telhado. Usando carga de demolição abrem-se as passagens pelas paredes ou
telhados. Escadas devem ser evitadas, e normalmente elas tendem a não mais
existir. Todas a entradas já inspecionadas devem ser protegidas, assim como
devem ser dada especial atenção a sótãos e porões. Todas as posições que possam
ser batidas por metralhadora devem ser saturadas, como telhados, tetos frágeis
e paredes finas. Atira-se para baixo, para cima e para os lados de forma cega,
alvejando quem estiver do outro lado, se estiver.
Pequenos cuidados podem evitar danos pessoais maiores.
Não se deve tocar em interruptores e maçanetas, coletar objetos interessantes
que podem ser o gatilho de armadilhas, pisar em locais suspeitos e utilizar
passagens obrigatórias. Devemos escolher o caminho mais difícil. Armadilhas
identificadas não devem ser desativadas a não ser por detonação. Ela deve ser
marcada e deixada para os engenheiros. Uma armadilha pode estar próxima de
outra que detonará na primeira tentativa de desativar a primeira. Deve-se
sempre informar aos demais quando o ambiente está seguro, em voz alta, sendo
cada novo movimento igualmente informado de forma que todos saibam o que fazer.
Deve-se evitar movimentos padrão, de forma que o defensor possa antecipar o que
se vai fazer.
Estar preparado para lutar em contato físico com o
inimigo a qualquer momento, sob a constante ameaça do fogo dos atiradores e
atravessando uma localidade defendida, é algo que exige paciência, determinação
e bom conhecimento das técnicas de combate. Se faz necessário operar sala por
sala, casa por casa e rua por rua para garantir o objetivo. É uma tarefa
prioritariamente da infantaria, porque em tais condições, a artilharia e os
blindados podem oferecer pouco apoio.
Reorganizando-se
Ao se concluir a “inspeção” de uma edificação, deve-se
reorganizar as forças para a próxima empreitada. Procede-se o remuniciamento do
combatentes e um pequeno “debriefing” sobre erros e acertos. Deve-se marcar o
edifício para que outros saibam que está seguro, evacuar os feridos e se for o
caso organizar uma posição defensiva, usando-a como posição de cobertura para
assalto a outros edifícios se conveniente.
Fortificando a edificação conquistada
Parapeitos em janelas, brechas fortificadas para
atiradores com armas anticarro e metralhadoras são alguns dos recursos que
devem ser instalados. Janelas devem ter sua área reduzida com pequenas
aberturas que possibilitem o fogo, usando materiais do local ou sacos de areia
ou terra. Deve-se tomar cuidado para, ao se preparar uma posição de fogo não
torná-la óbvia, cercando-a de posições falsas e evitando que tenha um traçado
geométrico e definido. Janelas devem ter seus vidros removidos para evitar
acidentes, porém as cortinas devem ser preservadas, desde que não atrapalhem a
visão. Telas metálicas evitam o lançamento de granadas. Posições de troca
evitam que o inimigo fixe sua atenção em um ponto. Plataformas como mesas podem
servir para aumentar o ângulo de fogo para baixo, se a posição estiver em um
piso superior. Brechas feitas podem proporcionar posições de tiro melhores que
as janelas, abertas onde for mais conveniente e mais difíceis de serem
percebidas. Colchões duplos de sacos de areia em pisos superiores evitam o fogo
vindo de baixo e uma mesa com sacos de areia em cima proporciona um telhado
protetor. Obstáculos externos dificultam a aproximação da posição, posições
falsas confundem e fazem o inimigo consumir munição e perder tempo.
Atiradores de precisão
Um atirador posicionado em um edifício deve prezar pela
ocultação e camuflagem. Uma boa posição permite bater alcances de 500 metros ou
mais, proporcionando campos de tiro teoricamente amplos, evidentemente limitado
pelas edificações circunvizinhas, mesmo de posições mais restritas. Aberturas
pequenas, convenientemente moldadas, permitem alcances longos, e posições
corretas e disparos disciplinados ocultam os flashes e permitem que o atirador
se mantenha incógnito por mais tempo. Atiradores bem posicionados são eficazes
e sua presença impõem forte fator psicológico ao inimigo. Saber que há um
atirador lhe esperando pode retardar em muito uma manobra individual e
coletiva.
Fogo de cobertura
Um grupo de atiradores pode e deve se possível, ser
protegido por seções anticarro, que devem levar em conta a viabilidade de
disparo nestes locais restritos, devido ao sopro destas armas. Paredes podem
ter que ser demolidas. Metralhadoras fornecem fogo a altas taxas e devem ser
protegidas por fuzileiros, e são fáceis de posicionar, preferencialmente no
nível do solo, porém requerendo aberturas de tiro maiores. Carecem também de
canais de reabastecimento seguros. Tanto metralhadoras quanto armas anticarro
exigem guarnições coletivas, devido ao seu peso e remuniciamento, e devem ser
protegidas por fuzileiros que também recebem seu apoio.
Fogo anticarro
As armas anticarro são usadas, além do combate a blindados,
contra posições nos edifícios. Posições anticarro posicionadas nos telhados
permitem alvejar veículos na parte superior, onde a blindagem é mais fraca,
além de que atirar na réplica para cima é mais difícil. Porém construir uma
posição nestes locais pode ser trabalhoso e complicado. Deve-se levar em conta
também a distância mínima para que a espoleta do rojão possa se armar. Outros
cuidados devem ser observados como a remoção de pedaços de vidro, o
umidecimento do solo a fim de evitar a ascensão de poeira, a proteção auricular
dos combatentes próximos, verificar se não há inflamáveis e explosivos nos
locais de sopro e espaço para que o sopro possa ser absorvidos com segurança.
Assaltando uma localidade
Os princípios gerais de combate convencional também podem
ser aplicados em áreas urbanizadas. A maneira de implementar essas regras
dependerá de se estar implementando a posse de uma localidade, um grupo de
casas ou uma cidade grande. O infante deve confiar apenas em seus próprios
recursos. Carros de combate e artilharia podem ser devastadoramente
eficazes em seus efeitos, mas muitas vezes é impossível posicioná-los pelas
ruas estreitas de uma área urbanizada. Na prática, cabe a infantaria fazer
o “pente fino”, quase sempre lutando em pequenas unidades, no pelotão ou no
nível da seção. A implementação de grandes operações, ao nível de
companhias e batalhões, nas ruas de uma grande cidade é sempre muito complexa.
O combate convencional e o combate nas zonas urbanas
diferem consideravelmente em alguns aspectos. Luta-se em distâncias muitos
curtas e o inimigo pode estar na casa ao lado ou na rua em frente, talvez na
próxima sala ou no outro lado de uma porta ou corredor. O combate
corpo-a-corpo é provável e as reações devem ser instantâneas, porque pode não
haver segunda chance. Em uma área construída, é sempre difícil localizar a
origem do fogo inimigo: os silvos dos projéteis de alta velocidade ecoam
nos edifícios vizinhos, sendo quase impossível determinar de onde os tiros vêm.
Outros fatores de confusão são a fumaça e a poeira resultantes dos combates e
sempre estão presentes nas ruas. Mesmo quando se localiza um alvo é
difícil passar aos parceiros, sendo o uso de traçantes a única via possível
muitas vezes.
Os setores de tiro e observação são mais restritos do que
o normal e o inimigo dispõem de maior poder de ocultação e abrigo do que em
outros cenários táticos. O atacante é forçado a se expor se quiser avançar e
isso o torna um alvo para atiradores, que são particularmente eficazes em ambientes
urbanos. Eles estão tão bem escondidos que é difícil silenciá-los com fogo
seletivo. A melhor solução é o uso de petardos contra a posição da qual se
acredita que o fogo tenha origem. Os carros blindados tendem a ser
muito eficazes em combates próximos, mas devem ser acompanhados de infantaria.
Se um carro se aventurar solitário em uma via nas mãos do inimigo, sem que a
infantaria tenha conseguido proteger as casas próximas, o inimigo pode disparar
com armas de carga oca contra seus lados ou retaguarda, que são mais
vulneráveis. A presença de civis sempre tende a dificultar ou inviabilizar as
operações.
Um plano eficaz de combate urbano deve ser simples e
progressivo, para enfrentar uma situação muito complexa. As ações devem ser
minuciosas, ponto a ponto, em um trabalho de paciência e muito critério. Os
comandantes devem estar preparados para delegar o controle até o ponto deles
ficarem por fora de cada situação em particular. Na maioria das outras
situações táticas, o oficial pode ver fisicamente grande parte de sua unidade
e, conseqüentemente, exercer controle sobre ela. Mas em uma área urbana
isso não é possível. As ações tendem a ser limitadas, independentes, ao
nível de pelotão e até mesmo ao do indivíduo. O controle geral devm permanecer
na linha da frente. Eles têm que dividir a zona tática em vários setores,
atribuindo objetivos limitados dentro deles aos pelotões e às seções. A limpeza
dos edifícios deve ser feita completamente.
Armas e meios de apoio devem ser utilizados ao
máximo. Morteiros e artilharia devem ser usados para preparar um
assalto. Blindados são eficazes em apoiar a infantaria nessas
circunstâncias, pois seu armamento principal pode abrir o acesso nas paredes,
suas metralhadoras podem apoiar o avanço da infantaria e sua armadurs podem
oferecer proteção quando se atravessa áreas expostas.
No entanto, blindados são muito vulneráveis em áreas
urbanas. A infantaria que o acompanha, portanto, limpará as casas
vizinhas, onde a ameaça para os blindados pode estar. O apoio dos sapadores
é muito importante em áreas demolidas. Escavadeiras devem ser usadas para
limpar escombros e abrir passagens para veículos, engenheiros detectarão e
desativarão minas e armadilhas explosivas nas casas que serão
assaltadas. Sapadores são especialistas em superar obstáculos,
eliminando-os e criando-os quando necessário.
A escolha do equipamento é de grande importância nas
operações de combate urbano. Existem exércitos que já não têm
lança-chamas, armas de grande valor nessas condições. Alemães e britânicos os
usaram em larga escala durante a Segunda Guerra Mundial, porque descobriram que
eram adequados para a limpeza de edifícios e casamatas. Outra arma muito
apropriada é o lançador de granadas anexado aos rifles, capaz de lançar
projéteis explosivos altos através de janelas, portas e outras
aberturas. Uma das demandas neste tipo de operação é a de abrir buracos
nas paredes. Quando blindados não estão disponíveis, armas como mísseis
anticarro ou lançadores de granadas, são muito úteis. Ambos foram projetados
para perfurar armaduras, algo muito diferente, mas ainda têm alguma eficácia
contra as paredes. Outros acessórios muito valiosos são aqueles que servem para
escalar, como escadas de corda e alumínio, e ganchos. Às vezes, é
impossível entrar em uma edificação no piso térreo e é necessário chegar
rapidamente a uma janela no primeiro andar.
Os cartuchos de 5,56 mm têm a vantagem de ser mais leves
do que 7,62 mm e mais fáceis de usar em ambientes fechados, mas a munição de
7,62 mm é mais adequada do ponto de vista balístico para o combate urbano.
Granadas devem ser transportadas em quantidade, tantas quanto se possa
transportar confortavelmente, além de um bom suprimento de munição para armas
individuais. Também são muito úteis granadas fumígenas usuais e de fósforo
branco, e munição traçante para indicar objetivos.
No combate urbano, tal qual como em toda manobra militar,
é vital a existência de comunicações eficazes. Saber que edificações estão
liberadas permite ao comando canalizar seu apoio de forma mais eficiente.
Proteção blindada permite se dispor de uma base de fogo para apoio à infantaria
que faz o trabalho pesado, além de oferecer proteção a estes do fogo inimigo,
permitindo a evacuação de feridos de forma mais segura. Coletes balísticos
comuns oferecem proteção individual contra estilhaços e projéteis de baixa
velocidade. Projéteis de alta energia como os de 7,62 mm demandam coletes mais
pesados que interferem na mobilidade, porém são necessários. Deve-se sempre que
possível, evacuar os civis das áreas de combate, pois o inimigo pode usá-los
como escudos humanos. Onde há civis existe mais cautela na execução de
bombardeios, além de que guerrilheiros podem passar desapercebidos entre eles.
Posições de tiro devem ser cuidadosamente escolhidas, e são importantes no
posicionamento de armas de precisão.
O ambiente urbano é propício a existência de armadilhas,
explosivas ou não. Desativar uma armadilha pode uma forma de se expor ao fogo,
posicionado para cobrir a armadilha. Nestes ambientes é mais difícil a
identificação do inimigo, que podem usar uniformes das forças amigas ou mesmo
roupas civis. Não identificar o inimigo corretamente pode ser a diferença entre
a vida ou a morte, ou ainda o precursor do fratricídio. Armas curtas facilitam a
maneabilidade em ambientes restritos, e as longas permitem o fogo de longa
distância, principalmente se equipadas com aparelhos de pontarias mais
apurados, estas oferecem um campo visual restrito, mas preciso a longas
distâncias, e alvos fugazes podem rapidamente se esquivas delas. Olhar
constantemente por miras telescópicas pode impedir de se ver o que está
acontecendo ao seu redor. Calibres mais leves permitem que se transporte mais
munição. A manobra é vital neste tipo de combate, como progressão de uma edificação
a outra a fim de criar zonas livres de presença inimiga, permitindo o avanço
por rotas cobertas e protegidas, sempre acompanhadas da manutenção de rotas de
fuga para a necessidade de retiradas.
Uma vez que a ocupação de uma edificação se inicia,
deve-se procurar progredir com velocidade, sem negligenciar a segurança, e
tornar o edifício seguro em tempo reduzido, permitindo que se desdobre nele um
dispositivo defensivo e impeça que o inimigo contra-ataque. O interior das
edificações poderá estar escuro e o uso de intensificadores de visão
recomendável. Indivíduos de estatura menor acabam por ter mais mobilidade
nestes ambientes, e o combate corpo-a-corpo sempre poderá acontecer. Nenhuma
pausa deverá ser concedida sob pena de passar a iniciativa ao inimigo. A cada
fração de tropa deverá ser designada um objetivo de proporções compatível, sob
pena de comprometimento da segurança. Escalões subseqüentes avançam na esteira
do escalão de vanguarda, sempre pelas rotas usadas por estes, evitando-se armadilhas,
assumindo setores de fogo e vigilância. Os escalões de assalto deverão avançar
sob a cobertura de escalões de cobertura, que manterão o defensor “ocupado”
enquanto os primeiros manobram. Assim que se invade, o fogo de cobertura deve
ser, sob coordenação, direcionado para os cômodos em ordem consonante ao
avanço, e por fim bloqueando a fuga da edificação.
O assalto
Neste tipo de combate, em localidade, a vantagem tática
natural está sempre com o defensor. Conhecimento prévio da posição e suas
particularidades, armadilhas explosivas nos edifícios e escombros, atiradores
bem posicionados, posições fortificadas e difíceis de serem identificadas,
enquanto que o atacante não tem escolha senão expor-se para cumprir sua missão
e expulsar o defensor.
Planejamento e preparação cuidadosa são vitais ao
atacante, sempre com critério máximo para reduzir os riscos e fazer da missão
um sucesso. O combatente deve preparar-se com o equipamento adequado,
carregando munição suficiente e de vários tipos, com ênfase nas granadas de
mão. Deve-se evitar acessórios volumosos como mochilas e ferramentas de
sapa, que dificultam os movimentos ao transpor brechas nas paredes, corredores
e portas. Este tipo de combate exige velocidade e rapidez de reflexos. Os
assaltantes devem levar tantas lanternas quanto possível para inspecionar os
interiores, acopladas às armas; NVGs que aumentam a luz disponível,
servirão para observar janelas e áreas sombreadas. Equipamentos
absolutamente vitais são escadas, minas e cordas. Escadas de alumínio são
melhores que as de cordas, pois podem encostar-se a uma parede e facilitar o
acesso rápido a um andar alto sem ter que entrar no andar de baixo.
A quantidade de munição que será levada em combate deve
ser abundante, seja a missão para limpar edifícios ou ruas. Nessas ações,
muita munição será gasta, e o comandante deve certificar-se que todo combatente
terá toda a que precisar, com equipes de remuniciamento prestando o apoio
necessário. Cada soldado deverá transportar granadas, seja de mão ou para
suprir os lançadores. Munição traçante também será necessária. Na confusão
que ocorre neste tipo de combate, é particularmente difícil, se não impossível,
identificar os objetivos com precisão. A maneira mais simples de fazê-lo
é, de longe, marcá-los com traçantes. Se os traçantes não estiverem
disponíveis ou estiverem esgotados, será necessário transmitir ordens de fogo
muito precisas.
Outro fator importante é a possibilidade de abrir lacunas
nas paredes dos edifícios para transpô-las. Isto é conseguido com uma arma
antitanque ou com cargas especificamente preparadas. Se blindados
estiverem disponíveis, caberá a eles esta tarefa. A assistência médica é
importante, uma vez que o número de baixas sempre se mostra alto, e um plano
eficaz de remoção de feridos sempre é necessário. Cada homem deve trazer
curativos adicionais e doses de morfina. Da mesma forma, uma quantidade
extra de água potável e macas de reserva devem ser previstas. Além dos
planos para a evacuação de soldados feridos, tem-se que prever os prisioneiros
e habitantes locais. Os civis devem ser avisados para não sair, e se
esconder em porões, de preferência longe das áreas de combat imediatas. Uma vez
que todos esses planos e preparativos estejam finalizados, pode-se começar a
limpeza das edificações. Neste tipo de luta, são estabelecidos objetivos
limitados. Um pelotão é a unidade mínima apropriada para limpar uma
habitação de tamanho normal. Os pelotões trabalhalham em consonância, por
exemplo, cobrindo a calçada oposta de uma rua.
Uma esquadrão de assalto típico pode ser organizado com
um comandante, um escalão de assalto com 2 fuzileiros assaltantes e 2
granadeiros, com um fuzileiro cobrindo a retaguarda. Um escalão de apoio com o
subcomandante do esquadrão e um ou 2 atiradores. O escalão de apoio ocupa uma
posição de tiro que domina o ponto de entrada e, se possível, bloqueia qualquer
tentativa de fuga do inimigo. Assim que o fogo da cobertura começa, os
granadeiros jogam seus petardos e os outros 2 homens entram no recinto com fogo
supressivo nos cantos e pontos de provável ocultação. Baionetas garantem
vantagem se surgirem combates próximos, mas aumentam o comprimento da arma
dificultando a maneabilidade nos espaços confinados. A ocupação deve, se
possível, começar pelo telhado, evitando-se o térreo. É aconselhável abrir
um buraco na parede para tal. Uma vez que os dois homens estão dentro,
eles garantem a segurança do cômodo de entrada. O líder do esquadrão, os
granadeiros e o fuzileiro de retaguarda entram neste momento. Os
granadeiros limpam os cômodos seguintes, sala por sala, corredor por corredor,
de cima para baixo. O fuzileiro de retaguarda garante a segurança e
permanece em contato com o escalão de apoio. Uma vez que a habitação esteja
segura, o esquadrão é reorganizado, e prepara-se para a próxima tarefa. Ao
entrar em um cômodo, se for o caso, faz-se fogo contra o telhado e o chão para
neutralizar possíveis ocultos. Escadas devem ser usadas rapidamente e com fogo
de apoio, e se possível evitadas.
O conhecimento das técnicas de combate em localidade,
seja na limpeza de edificações ou progressão pelas ruas e do combate em áreas
urbanas em geral, é fundamental para o soldado moderno. Uma parcela
significativa da população mundial mora em cidades e as áreas urbanas tendem
sempre a crescer, estando a operação nestes locais cada vez mais freqüente.
Desalojar o inimigo de dentro das edificações é uma parte de uma operação bem
mais complexa, que é a de controlar as ruas e a área urbana como um todo.
Para se chegar às edificações é necessário ter o domínio
das ruas. É delas que se parte para o interior dos edifícios, e é lá que o
inimigo está a espera dos assaltantes. Avançar por uma rua é tarefa para 2
escalões de combate, cada qual em uma das laterais proporcionando proteção
mútua. Um escalão de reserva cobrirá a retaguarda e servirá de reforço para
qualquer imprevisto. Geralmente uma rua é designada a uma companhia de
infantaria, com seus pelotões compondo cada escalão de combate e sob o comando
de um capitão. Ao chegar à primeira edificação cada pelotão escalonar-se-á em
seus grupos de combate (GCs) com cada grupo ocupando uma edificação de forma
alternada. Quando um grupo invade, os outros servem de tropa de cobertura, e
quando a edificação estiver considerada segura o GC assaltante a usará para
oferecer cobertura ao segundo GC que assaltará a próxima edificação. É
importante manter as comunicações em bom nível, sejam eletrônicas, orais ou por
sinais, de forma que todos saibam a situação atual.
Operar em prédios sucessivos tende a fragmentar as
unidades, situação que pode se agravar se o inimigo lançar contra-ataques.
Identificar e ocupar os edifícios dominantes é uma forma eficaz de proteger os
adjacentes com a colocação de atiradores. À noite a segurança destes pontos
dominantes tende a se fragilizar, quando o uso de meios de visão noturna
torna-se valioso.
Usando jargão militar moderno, uma área urbana é um
"multiplicador de força" para o defensor. Em outras palavras,
alguns homens decididamente equipados podem imobilizar uma força maior por um
longo tempo. O potencial de uma área urbana para frustrar o progresso dos
assaltantes é enorme, e quanto maior a localidade, mais complexo fica o
problema. Enquanto que numa pequena aldeia uma seção pode fazer o trabalho, a limpeza
de um local mais populoso exigirá a assistência de uma companhia completa ou um
batalhão. Cidades maiores envolverão o uso de brigadas e até divisões.
O assalto a uma pequena cidade deverá contar um com
escalão de bloqueio, colocado em posição de interditar a rota de fuga do
inimigo, empreitada esta mais difícil a medida que o tamanho da cidade aumenta.
Um escalão de apoio proporcionará cobertura de fogo às ruas principais, que
fará observação a cada edifício, eliminado os soldados inimigos possíveis antes
do assalto principal. Um escalão de assalto será aquele que procederá a limpeza
da localidade, operando casa por casa, edificação por edificação. A velocidade
deste assalto será valiosa, impedindo o inimigo de organizar-se e empurrando-o
para as áreas onde o escalão de bloqueio poderá alvejá-los.
Precauções
Difícil e exigente, este tipo de combate impõem que o
agressor tenha em mente vários aspectos específicos. O inimigo nem sempre
estará dentro dos prédios. Jardins e quintais podem fornecer cobertura, se
não melhor, pelo menos não tão óbvias. Se o inimigo souber o que
enfrentará, ele distribuirá suas forças em todos os locais que julgar
conveniente. O número de granadas que cada homem pode transportar é limitado. O
uso irrestrito de granadas antes de entrar em cada sala é desejável, porém a
realidade é que as granadas são pesadas e ocupam muito espaço no cinto do
soldado. Não se pode levar muitas, e às vezes o remuniciamento poderá ser
difícil. Se uma granada for usada em cada cômodo, logo se esgotarão, salvo um
remuniciamento ideal, talvez no momento em que mais se precise
delas. Portanto, é recomendado um dispêndio de munição mais
moderado. É uma simples questão de disciplina em combate.
Pode-se disparar através de todas as portas, tetos e
paredes de madeira antes de entrar nos cômodos, mas isso não é
suficiente. Lembre-se as entradas devem ser o mais rápido possível,
precedidas por uma granada. Cuidado com armadilhas explosivas. Se
encontrar algo em seu caminho, desvie, não mova-o, não leve souvenirs não
checados. As armadilhas explosivas são relativamente fáceis de construir e
são armas ideais para o defensor desesperado. Elas podem ser detonados ao
fechar um circuito elétrico, ao aplicar pressão sobre um artifício, ou quando a
pressão é liberada sobre ele.
Limpeza de uma rua
Uma companhia (Cia) de infantaria avança com dois
escalões, mantendo um terceiro em reserva para ocupar o terreno
conquistado. A companhia estabelecerá uma base forte comandando ambos os
lados da rua, à frente da zona ocupada pelo defensor. Um escalão ataca em
princípio com um pelotão, enquanto o resto da companhia fornece apoio fogo
e suprime todas as posições inimigas que poderiam dificultar o trabalho do
escalão que está em assalto. Com uma edificação segura, pode-se passar para a
adjacente ou cruzar a rua para dominar a edificação oposta, dependendo da
situação tática, sempre de forma coberta, utilizando-se escombros, esgotos,
valas e outras vias que ofereçam cobertura.
A medida que edificações forem sendo dominadas, os grupos
de fogo tomarão posições nos andares superiores dos quais podem cobrir toda a
rua. Novamente, apenas uma unidade da companhia se moverá a cada vez,
colocando escadas de alumínio ou subindo por cordas para alcançar o telhado do próximo
prédio e começando a limpá-lo de cima para baixo. Se as baixas forem
elevadas, a reserva se unirá ao escalão em assalto. Uma vez dominada a
edificação o escalão de assalto a consolida e entra em reserva, deixando que
outro escalão que estava em apoio ou reserva tome a iniciativa. O processo
continua casa por casa até que a rua esteja segura.
Uma vez que o comandante da companhia identificou o alvo,
ele estabelecerá seu posto de comando em uma casa da qual possa manter contato
com as duas seções principais.
Os carros podem ser muito eficazes na luta de rua, e
embora a sua mobilidade seja limitada neste cenário, são um poderoso meio de
apoio, e tem um efeito inegável sobre o inimigo. Os carros são usados sozinhos
ou em pequenos grupos, mas sempre com infantaria em apoio mútuo. A ação pode
ser diurna ou noturna, esta se estiverem disponíveis meios adequados. O assalto
deve sempre suceder a saturação pela artilharia ou os próprios meios orgânicos
de apoio da infantaria. O fogo de granadas, de mão ou lançadas por armas
dedicadas deve ser o mais intenso possível, com carros de combate, explosivos
plantados e lança-rojões abrindo brechas nas paredes, e as granadas fazendo a
vanguarda da invasão. Em locais onde não houver risco de incêndio generalizado,
pode-se usar os lança-chamas para este fim, sempre depois das granadas.
Barricadas devem ser removidas pela engenharia de combate para que os blindados
possam passar, e nas vias onde não houver barricadas, cuidado deverá tomado
pois podem ser rotas de afunilamento, levando a áreas de estrangulamento
desejados pelo inimigo, “zonas de morte”. O consumo de munição será intenso e o
ressuprimento deverá ser previsto e evidenciado. Os assaltos partirão de bases
forte e defensáveis a contra-ataques, com edifícios-chave sendo dominados
primeiramente. Saber onde o inimigo está é importante, e atiradores bem
posicionados poderão fazer um acompanhamento de inteligência contínuo,
informando estas posições aos escalões em assalto. Deve-se tomar cuidado
especial para não se colocar em posição de fogo cruzado. Bombardeios aéreos
podem ser usados, porém causam destruição excessiva e tornam a missão dos
infantes mais difícil devido aos escombros gerados, embora produzam efeitos
devastadores, sendo que formas de bombardeio mais pontuais desejadas.
Bombardeios de artilharia forçam o inimigo a deixar os andarem superiores,
facilitando o assalto a partir daí. Veículos de infantaria com seus canhões de
30 mm podem fazer fogo pela janelas com suas granadas limpando cômodo a cômodo.
Uma área considerada “limpa” deverá ser adequadamente ocupada, pois existe a
possibilidade de o inimigo infiltrar-se novamente à noite e aparecer nestas
áreas consideradas seguras, possivelmente na retaguarda imediata, usando rotas
“secretas” já conhecidas por ele.
Defendendo uma posição
Defender uma posição é evitar que o inimigo se aproxime
dela, concentrando o máximo poder de fogo contra seu avanço, e colocando
obstáculos em seu caminho. Os obstáculos irão diminuir o ímpeto, e
tornando o avanço mais difícil e perigoso, forçando o assaltante a seguir as
rotas previamente definidas pelo defensor. Obstáculos podem ser contra
tropas a pé ou contra veículos, lembrando sempre que todo obstáculo deve sempre
estar coberto por fogo.
Os obstáculos anti-pessoais mais comuns são as barricadas
leves e arame farpado, que poderão estar minados ou não. O arame farpado é
freqüentemente usado em combinação com vários tipos de dispositivos explosivos
para criar um obstáculo em profundidade. As minas são particularmente
adequadas devido à dificuldade em neutralizá-las: além de se espalharem por uma
ampla área, sua detecção e desativação é trabalhosa. Se um campo minado é
apoiado com o fogo de armas individuais e coletivas de tiro tenso, a passagem
por ele será difícil e custará ao inimigo um bom número de baixas.
O local de colocação dos obstáculos deve ser
criterioso. Um obstáculo é inútil se o inimigo puder desbordá-lo. Locais
como travessias de rua, becos e passagens estreitas devem ser escolhidos, mas
os próprios edifícios não devem ser esquecidos. Uma sala cheia de arame
farpado é um obstáculo muito difícil de superar, e devido à sua característica
física, ele resiste muito bem os efeitos das cargas de demolição explosivas. A
menos que se consiga lançar um veículo contra o arame farpado e abrir um
corredor, ele certamente terá que ser cortado a mão, uma perspectiva
impraticável quando sob fogo automático de posições dominantes. Além
disso, se dispositivos explosivos forem adicionados ao obstáculo, a tarefa é
quase impossível.
O arame farpado em espiral ou a concertina é muito fácil
de manusear e colocar. Vem compacto em rolos, e uma vez liberado se
expande formando uma espécie de barreira alta e profunda. Em vez de farpas
pontudas em forma de agulha, tem lâminas pequenas muito afiadas (como lâminas
de barbear) que podem abrir até mesmo as luvas mais grossas
instantaneamente. Diante de três ou quatro fileiras de concertina que
podem alcançar a altura da cabeça, o infante está preso. Ele não tem
escolha senão procurar outra via até o objetivo. Somente os veículos blindados
podem penetrar facilmente, mas para tal eventualidade serão colocadas minas
antitanque diante do obstáculo, onde o fogo de armas automáticas impedirá que
os sapadores se aproximem para limpeza. Bem combinadas, o arame farpado e as
minas são uma maneira muito barata de impedir o avanço do inimigo, mas
construir uma barreira efetiva leva tempo. O arame farpado também pode ser
colocado dentro de casas. Qualquer coisa que possa atrasar o inimigo é
válida. Colocar as concertinas em corredores e escadas, preenchendo o
máximo de espaço possível, também constitui obstáculo eficaz. Se não for
possível ancorá-lo ao chão ou paredes e tetos, pode-se ancorá-la a estacas de
madeira para impedir que os agressores tentem empurrá-lo com portas ou outros
escudos improvisados. Não deve-se esquecer os telhados, que devem ser
defendidos contra tropas heliportadas e soldados a pé. Nos terraços
mistura-se concertinas a cerca com estacas grossas de madeira ou metal para
evitar que os helicópteros aproximem-se. Também coloca-se em terraços para que
o inimigo não possa usá-los para se deslocar de uma casa para outra, ou para
rapel dos telhados para as janelas dos andares superiores. A concertina também
é um bom obstáculo dentro das janelas. Os defensores podem disparar
através dela, mas impede que o inimigo entre por eles. E se for
suficientemente grosso, o arame farpado impedirá a entrada de granadas de mão,
embora seja melhor reforçá-lo com malha de arame. Localizado e protegido do
jeito certo, uma vedação é um obstáculo impenetrável em túneis e adegas, ainda
mais se combinado com minas e armadilhas explosivas.
Armadilhas para carros
No entanto, a concertina não se presta a deter
veículos. Apenas obstáculos dedicados vão parar um carro: uma barricada
anticarro expressamente preparada, como os “ouriços de aço” (que consistem em
três vigas de aço de 1 a 2 metros de comprimento, soldadas e aparafusadas em
forma de tetraedro) em números suficientes para preencher uma rua inteira
ou uma pilha de detritos ou veículos cheios de detritos, tão pesados que o
carro não pode empurrá-los para um lado; combinados ou não com outros
dispositivos. Será necessário unir os obstáculos com minas anticarro e
contra-pessoal e cobri-los com fogo automático. Não é tão necessário o
fechamento da via, mas a capacidade de parar o carro para que possa ser
alvejado com um lança-rojão ou, melhor ainda, um ATGW. Uma maneira de fechar
uma rua é preencher o cruzamento com arames de tropeço acoplados a minas e
armadilhas explosivas colocadas nos escombros, que tornarão a limpeza muito
mais difícil. Outra maneira é preencher vários veículos com escombros e
entulho, levá-los aos cruzamentos e deixá-los lá em bloqueio, coberto sempre
por fogo automático. Se não se dispõem de veículos pesados, uma solução é
combinar quatro automóveis e colocá-los dispostos em forma de
quadrado. Então eles são virados de lado e seu espaço central cheio com
entulhos, criando uma massa pesada. Pode-se colocar cimento dentro e fora
deles.
Minas e armadilhas
As minas podem ser de alguns gramas de explosivos
plásticos misturados com pregos ou qualquer peça de metal, ou dispositivos
industrialmente produzidos capazes de estourar uma lagarta para um carro de 60
toneladas. Eles podem ter o tamanho de uma moeda ou ser tão grande como
uma lixeira. As minas de plástico não contêm peças de metal, de modo que
não podem ser descobertas com detectores de metal. São tão eficazes quando
cobertas pelo fogo automático, como quando o defensor coloca-as em locais que
não podem ser observados o tempo todo. Mas, como elas são ativados pelo
movimento, são tão perigosas para as tropas amigas quanto para o
inimigo. Minas e armadilhas explosivas nunca devem ser colocadas sem
balizamento e registo em um mapa de desdobramento. O modo de acionamento também
é importante. Pode ser por cabo de acionamento, por pressão ou
descompressão, ou por algum dispositivo de controle remoto ou elétrico. Quando
um edifício ou terreno é minado, deve haver sinais indicando isso, que servem para
evitar que tropas amigas avancem por ali, como para retardar inimigo e forçá-lo
a se mover mais devagar e cautelosamente, o que às vezes será suficiente para
fazê-lo cair sob o fogo do defensor. A imaginação pode ser muito importante ao
decidir quando e onde colocar esses avisos. O defensor dá a informação
certa às próprias forças e deixa o inimigo pensar como quiser. Afinal, os
cartazes são muito mais baratos do que as minas, e a mera sinalização que elas
estão ali, mesmo que falsa, poderá produz os efeitos desejados, tal qual a
suposição da presença de um submarino na guerra naval. Sempre devem ser
conhecidos e documentados os locais onde se instalaram minas, caso contrário ao
se substituir uma unidade por outra pode ser muito perigoso para o recém-chegado. Cada
unidade deve ter um oficial encarregado desse registro.
As minas e armadilhas explosivas não devem ser colocadas
de qualquer jeito. Há lugares óbvios para colocá-las, como debaixo de
escadas, no peitoril de janelas e atrás de portas, mas o arranjo deve ser
variado para forçar o inimigo a parar e procurar os explosivos. Se uma
mina consegue retardar um atacante o suficiente para o defensor disparar contra
ele, foi tão eficaz como se tivesse sido detonada. Os dispositivos explosivos
devem ser colocados em profundidade. Se um for descoberto, um segundo pode
detonar ao se desarmar o primeiro.
As minas tipo Claymore atuam exclusivamente por ação
explosiva. Pode-se agregar estilhaços em torno dela para transformá-la em
uma mina anti-pessoal de fragmentação ou usá-la para derrubar
paredes. Além disso, pode-se remover os 675 gramas de plástico explosivo
que contém e usá-los para fazer pequenas "armadilhas". Os
explosivos plásticos são bastante seguros para se manusear. Pode-se
jogá-lo, golpeá-lo com um martelo e até mesmo usá-lo como combustível quando
você não tem nada mais à mão. Para detonar uma explosão é necessário um
detonador.
Equipamento individual
O equipamento deve ser o mínimo necessário para que se
possa se mover livremente dentro da casa e através de lacunas e
janelas. Deve-se sempre carregar máscara de gás, água e toda a munição
possível. Os coletes à prova de balas com bolsos integrados são melhores que os
cintos comuns, porque neles o peso é melhor distribuído e não vai ficar viciado
quando se atravessa lugares difíceis. Um complemento vital são os protetores
auditivos. Eles devem reduzir o atrito do tiroteio, mas permitir ouvir o
comando. Protetores de joelho e cotovelos são uma proteção importante. Usa-se
sempre capacete e óculos de plástico para proteger o rosto e os olhos do pó e
fragmentos de tijolos. Curativos de campanha adicionais e morfina devem ser
carregados.
Posições de tiro
Em primeiro lugar, será necessário reconhecer o terreno
para delimitar os setores de disparo e ver como eles podem se
sobrepor. Então será decidido por onde abrir as passagens nas
paredes. A camuflagem também deve ser levada em
consideração; Aberturas podem atrair fogo inimigo. A idéia é ser
capaz de ver sem ser visto, matar sem ser morto. Quem está na defensiva
tem a vantagem de não precisar mudar constantemente de posição, e em uma cidade
há muitos lugares para se proteger. Devem ser abertas brechas que
possibilitem eficientes campos de tiro. A camuflagem é muito importante e
na camuflagem o que conta é a imaginação. A melhor camuflagem é a que
permite ver e disparar através dela e manter a posição oculta na sombra.
Quando se atira a partir de uma janela, deve-se posicionar a uma distância prudente, distante o máximo possível de onde ainda se pode ver o exterior, mas tentando não reduzir seu setor de fogo. O ideal é o atirador preparar as brechas em locais inesperados, como por baixo de uma estrutura de janela ou através das telhas de um sótão. Essas brechas podem ser aberturas retangulares simples feitas através dos tijolos e devem oferecer uma área de observação conveniente. No entanto, se um ponto específico deve ser coberto, a seteira deve ser feita de modo que sua abertura externa seja pequena, ampliando para dentro em uma forma "V" ou cone. Para evitar lesões de fragmentos de tijolos ou estilhaços, a posição de tiro deve ser protegida com sacos de areia. Quando esta seteira não estiver sendo usada, deverá ser coberta com algum material à prova de balas, para que o inimigo não possa disparar através dela e para que ele não possa ver para dentro da casa.
Defendendo uma cidade
É mais confortável defender uma cidade do que tentar
desalojar o inimigo que está instalado nela. O defensor conhece a região
muito melhor do que o atacante e pode escolher entre as defesas que têm à sua
disposição as que melhor respondem às suas necessidades; A coisa mais
importante nestes casos é que há tempo suficiente para planejar e preparar as posições.
Se as defesas urbanas estiverem preparadas minuciosamente, elas são
distribuídas às tropas da forma mais apropriada e fortificadas de maneira que o
defensor sobreviva ao impulso do atacante, para depois detê-lo e destruí-lo.
As forças disponíveis são divididas em quatro escalões
principais: escalão de alerta, de ruptura, de defesa e o de reserva.
O escalão de alerta consiste em uma série de forças de
reconhecimento cuja função é estabelecer pontos de controle no perímetro da
área a ser defendida e cobrir os acessos mais óbvios. Em particular, sua
tarefa é alertar a aproximação do inimigo, envolvê-lo e, se possível, destruir
os elementos de reconhecimento e vanguarda do oponente para finalmente forçá-lo
a implementar um ataque deliberado para penetrar na cidade . Esta força de
primeiro contato será dividida em pequenos grupos, que deverão operar e lutar
até que sua situação seja verdadeiramente insustentável. Esta missão exige
nervos de aço e grande profissionalismo. Uma vez que eles fizeram seu
trabalho, esses grupos podem se retirar para se juntar as forças de maior
poder.
O objetivo o escalão de ruptura é cobrir o terreno entre
o perímetro e as posições principais, localizado no coração da
cidade. Pertencer a este elemento de ruptura é uma excelente oportunidade
para desencadear a imaginação tática. Esta força tem como missão específica
atrasar, confundir e desorganizar o inimigo. Isso pode ser feito com
detritos, minas, veículos em obstrução, armadilhas explosivas, atiradores e
destruidores de tanques. A idéia é provocar o maior número de baixas e
atrasar o avanço do inimigo, enquanto tenta trazê-lo para as áreas escolhidas
antecipadamente, em que a maior parte das forças de defesa pode imobilizá-lo e
destruí-lo. Isso é conseguido deixando algumas ruas relativamente
desimpedidas através dos principais pontos fortes defensivos.
O escalão de defesa é a força principal, e deve ser
desdobrado em posições muito fortes no centro da cidade, com o apoio de carros
se estiver disponível. É neste local que o defensor deve resistir ao
ataque do inimigo, já parcialmente debilitado, e vencê-lo. Também é aqui
onde os pontos de retardamento serão erguidos e onde deve-se permanecer
firme. Se o trabalho for feito da maneira apropriada, o atacante não
poderá expulsar o defensor.
O escalão de reserva apoiará o escalão de defesa onde o
atacante conseguir penetrar por alguns pontos no núcleo principal das posições.
O defensor recorrerá às suas reservas para que elas compensem as brechas e
destruam qualquer infiltração que não puder ser interrompida pela força da
ruptura. Se algum ponto for penetrado é a reserva que vai contra-atacar e
recuperar o controle.
A escolha do ponto forte
A escolha do ponto forte ditará como a defesa de uma área
urbana deve ser planejada e como as forças disponíveis para ela serão
organizadas. Primeiro, um edifício conveniente deve ser escolhido. Se
for muito pequeno, o impacto de uma única arma de artilharia ou canhão de carro
de combate pode matar a maioria de seus ocupantes. Por outro lado, se for
muito grande, será necessário dispersar muito os defensores, que não poderão
cobrir todos os acessos ou conseguir uma concentração adequada de fogo que
impeça o inimigo de se aproximar do local. A escolha do edifício ideal
para preparar um reduto é, possivelmente, o mais difícil dos problemas que o
defensor terá.
Ao localizar um edifício das dimensões apropriadas,
deve-se garantir que sua estrutura seja adequada. Deverão ser evitadas
casas com armações de madeira cobertas de argamassa e tijolos. Alguns
edifícios auxiliares rurais e casas de verão são feitos dessa
maneira. Eles são inflamáveis e reduzidos a escombros com facilidade,
especialmente se forem atingidos por uma arma pesada. Também evita-se
bangalôs modernos e pequenas casas de dois andares, que às vezes são feitas de
materiais leves, como madeira e tijolos finos. Algumas partes dessas casas
nem protegem do fogo de armas portáteis. Os edifícios muito altos, cuja
estrutura básica é feita de aço ou concreto, sem paredes importantes e muitas
vezes revestidas com grandes superfícies de vidro, também não são adequados
para defesa. Embora possam ser usados como grandes postos de observação,
existe o perigo de um colapso progressivo se a estrutura for atingida em um dos
seus andares inferiores. Não há dúvida de que os melhores edifícios de defesa
são os mais tradicionais, com paredes grossas levantadas com tijolos ou pedras,
e geralmente com três ou quatro andares de altura. Este tipo de estrutura
foi a mais comum até a primeira metade do século XX, e é caracterizado por
janelas relativamente pequenas, inflamabilidade inferior, e especialmente nas
cidades pequenas por ter porões profundos e bem construídos. Sua versão
mais moderna, construída de blocos de tijolos ou de cimento, com telhados de
uma ou duas águas, tetos e pisos feitos de concreto, também são muito adequados
para defesa.
Os arredores
O entorno do edifício também influenciará a
escolha. Embora seja importante ter bons campos de tiro, também é
importante que não seja muito isolado. Haverá acesso à entrada e saída do
mesmo, e reforços ou suprimentos não podem, muitas vezes, ser recebidos durante
a batalha. Idealmente, no jardim deve haver espaço suficiente para abrir
trincheiras, das quais o inimigo será impedido de se aproximar da casa. Uma vez
que a casa (ou as casas) que se tornem um reduto foram escolhidas, elas devem
estar preparadas para o que se espera delas. Em primeiro lugar, você tem
que trabalhar no exterior. Algumas ruas serão bloqueadas com escombros ou
com veículos derrubados, ou com ambos. Os obstáculos de arame farpado e
outros tipos de barricadas podem ser aumentados. As minas também podem ser
colocadas e armadilhas explosivas preparadas em torno da edificação, o que
desencorajará o inimigo de tentar aplicar cargas explosivas contra suas
paredes. Da mesma forma, setores de fogo mais amplos serão abertos do que
aqueles que podem existir para que o inimigo possa ser adquirido a uma
distância maior e efetiva.
Como reforçar o ponto forte
Em primeiro lugar, a proteção fornecida pelas paredes
deve ser aumentada colocando montes de sacos de areia contra eles. Outros
reforços válidos são baldes cheios de terra, troncos e até
colchões. Barricadas serão preparadas em todas as entradas, exceto por uma
em que os defensores entram e saem da casa. Mas deve-se estar preparado
para bloqueá-la se for necessário. As escadas e corredores também serão
bloqueados. Os defensores mover-se-ão de um lado do prédio para o outro
através de lacunas abertas em divisórias e tetos, que também devem estar
preparados. Para mover-se de um andar para outro através desses buracos,
usam-se escadas portáteis, cordas e até móveis empilhados. Deve-se ter em mente
que todas essas preparações podem aumentar o peso em um determinado ponto da
estrutura. Todas essas estruturas devem ser preparadas contra explosões,
apoiando os telhados com reforços que serão colocados em uma base sólida e
imobilizados por cunhas de madeira pregadas no chão e no teto. Finalmente,
em cada sala deve haver uma oferta generosa de água, coletada em todos os tipos
de recipientes, de baldes a banheiras, pois seu fornecimento será cortado,
assim como o gás e a eletricidade.
Combatentes e armas
Uma vez que o prédio esteja pronto, a próxima tarefa é
distribuir os combatentes e suas armas. Armas automáticas geralmente serão
colocados no nível do solo. Isso ocorre porque as metralhadoras atingem um
alcance maior se suas trajetórias forem paralelas ao chão: sua cobertura
potencial é maior do que se eles fossem colocados para atirar de cima para
baixo. Os franco-atiradores, por outro lado, dedicar-se-ão a pegar alvos
distantes, e é melhor colocá-los em lugares altos a partir dos quais eles podem
ver mais. Orifícios devem ser feitos nos assoalhos superiores, a fim de
seja possível lançar granadas para os cômodos inferiores, caso o inimigo
penetre no edifício. Nos andares superiores, também podem ser colocadas
armas anti-carro portáteis, que poderão então disparar contra a armadura
superior dos blindados, que é mais vulnerável. No entanto, deve-se levar
em conta o sopro provocado pelo disparo dessas armas.
Meios improvisados
A maior ameaça para um reduto defensivo não é a
artilharia, mas o tiro tenso dos blindados e dos lança-chamas. Pouco pode
ser feito contra o último, mas os carros podem ser destruídos a curta distância
com alguns dispositivos improvisados. Lembre-se que as ruas restringem os
movimentos dos carros e que, se a infantaria que acompanha é eliminada, pode-se
abordá-los para atacá-los com esses meios de fortuna. Bombas de combustível gelatinizadas,
detonadas por granadas de fósforo-branco ou outros meios podem ser
moderadamente eficazes se colocadas no motor de um veículo blindado. Estas
cargas são feitas com blocos de explosivos plásticos. Montadas num bastão
longo com um cabo detonador, pode-se colocá-las em um ponto mais vulnerável do
carro ou no topo do compartimento do motor. Qualquer recipiente pode ser usado
para fazer bombas de combustível gelatinizadas. Elas podem ser construídas
com qualquer material que possa ser laminado à mão. Uma caixa de munição
cheia de combustível e com uma granada de fósforo branco em que teremos
enrolado um cabo detonante é um exemplo
As únicas vias que devem permitir o deslocamento de forma
fluida são aquelas que canalizam o inimigo para uma emboscada. Todas as
outras rotas devem ser bloqueadas, seja pela demolição de edifícios inteiros,
seja pela preparação de barreiras efetivas.
Técnicas a serem observadas
Pelotões que tiverem seus efetivos reduzidos deverão ser
agrupados para formar núcleos de resistência fortes. As posições de disparo,
tanto dentro como fora das casas escolhidas, devem poder prestar apoio mútuo.
As ruas e zonas alinhadas são "campos de caça" para ambos os lados,
por isso pague-lhes a devida atenção. As ruas devem ser bloqueadas e negadas ao
inimigo, mas certifique-se de poder cobrir as barricadas com armas automáticas.
Pequenos grupos de reserva devem estar disponíveis, pode ser necessário
bloquear brechas nas defesas ou expulsar o inimigo de qualquer uma das
posições. A troca periódica de posição dificulta a identificação do
dispositivo. A defesa deve ser agressiva. Reinfiltração em edifícios
evacuados anteriormente, colocação armadilhas explosivas, uso generoso de
franco-atiradores e assédio a posições inimigas que estejam se preparando para
atacar.