FRASE

"Quem escolhe a desonra a fim de evitar o confronto, a conseguirá de pronto, e terá o confronto na sequência."

domingo, 24 de março de 2013

A Manobra Estratégico-Operacional #078



Manobra estratégico-operacional é a fase das operações onde as forças que estão prestes a entrar em combate, colocam-se em posição de vantagem em relação ao inimigo, ficando em condições de dar início ao engajamento. 

Nesta fase faz-se a alocação dos meios operacionais e logísticos para o início do contato em posição de vantagem. Entre outras, inicia-se o endereçamento de fogos de preparação pela aviação de apoio e pela artilharia, altera-se o dispositivo das forças de forma adquirir a formação mais adequada ao engajamento sempre procurando surpreender o inimigo, dá-se início às manobras diversionárias a fim de confundi-lo e dividir suas forças, aloca-se suprimentos nos locais onde serão necessários, iniciam-se as ações de guerra psicológica e eletrônica, etc...

Uma batalha se vence com um plano eficaz e bem delineado, fruto de um planejamento cuidadoso e detalhado, seguido de uma execução competente e fiel a este plano, admitindo-se variações consideradas pelos comandantes de campo, que valendo-se de fatores não considerados no plano inicial e que suas experiências pessoais considerem adequados, porém sempre buscando seguir as linhas gerais do plano inicial, considerando que os outros comandantes também o farão.




Busca-se durante esta fase alcançar condições que façam o inimigo a reagir ao plano em execução, procurando frustrar o seu planejamento e desequilibrar suas condições de reação, fazendo-o agir de forma descoordenada e ineficiente.

Uma manobra de combate pode ter duas conotações práticas, ou seja ela poder ter uma natureza ofensiva ou defensiva. 

A manobra ofensiva visa a busca de um objetivo que não está ainda sob o domínio das forças em ataque. Esta manobra deve buscar os pontos mais vulneráveis do inimigo através de ações frontais que visam fixar o inimigo em uma determinada direção, efetuar ações de flanco em seus pontos mais fracos propiciando a penetração em seu dispositivo, podendo ainda acontecer o engajamento pela retaguarda de sua frente principal. Busca-se também o isolamento da área de operações por forças como as aeromóveis, por exemplo, em pontos de estrangulamento, a fim de impedir que retraia ou receba reforços. Deve-se procurar engessar sua capacidade de manobra, restringindo sua mobilidade com bloqueios bem alocados, a divisão e isolamento de suas forças sempre que possível

O assédio pela artilharia e aviação de ataque de suas linhas de comunicações pode evitar a chegada de reforços e suprimentos. Ações violentas e decisivas nos pontos onde se tiver grande superioridade de forças buscando sua captura ou destruição, etc...




A dosagem de cada uma das ações citadas dependerá da situação e será ditada pelo plano de operações. Tropas em fuga ou retirada devem ser contidas sempre que possível, pois poderão ser reorganizadas e voltarem ao combate posteriormente, formando novas linhas defensivas. O engajamento direto com forças superiores deve ser evitado, e se este for iminente, deve-se sempre lançar mão de formas de redução do poderio inimigo, como o assédio de artilharia, escolha de locais que proporcionem vantagem às forças amigas, desdobramento de obstáculos pela engenharia, etc... Forças superiores cobram um alto preço em tempo e baixas, e devem ser tratadas com inteligência e estratégias adequadas.

A manobra defensiva visa a manutenção de áreas ou regiões que não podem ser cedidas por sua importância estratégica. Consiste no desdobramento de um dispositivo flexível constituído de obstáculos fixos e móveis, convenientemente cobertos e aproveitando-se ao máximo das facilidades oferecidas pelo terreno como rios e elevações. Deve ser organizada em profundidade, visando enfraquecer o assédio inimigo de forma gradual e constante a um custo mínimo, sempre utilizando-se de um caráter ofensivo com ações de iniciativa, visando enfraquecer os atacantes através da surpresa e da violência, valendo-se sempre que possível de contra-ataques e evitando o envolvimento em engajamentos de desgaste.

Uma defesa eficaz procura canalizar o ímpeto dos atacantes por eixos previamente definidos, procurando colocá-los diante de obstáculos e direcionando sua manobra, valendo-se das características do terreno, trocando-se espaço por tempo e lançando ações decisivas nos locais e momentos mais adequados.




A manobra, tanto a ofensiva como a defensiva, podem ser divididas em fases e o objetivo final pode ser desdobrado em objetivos menores definindo-se claramente fatores como as necessidades e possibilidades logísticas, a profundidade da operação, o tempo disponível e o necessário, as características da região de operações, e outros aspectos estratégico-tático-operacionais relevantes.

A batalha, que pode ser única ou não é o desfecho tático da manobra estratégico-operacional e consiste no choque violento de forças, valendo-se das vantagens viabilizadas pelas manobras preparatórias. Sua duração é variável e sua decisão se dá pela quebra da capacidade de combate de um dos lados. Deve-se sempre buscar batalhas rápidas e em condições de superioridade tática, evitando-se o desgaste desnecessário.

Deve-se ter sempre em mente que, na guerra, quem toma a iniciativa segue seu plano de operações e tem a surpresa do seu lado, e quem reage a iniciativa segue o plano de operações do inimigo. Deve-se sempre buscar a ação, pois a reação pode se dar em bases não planejadas e resultar em desfechos indesejáveis.




domingo, 17 de março de 2013

Forças Navais #077



O mar tem importância significativa na vida das nações. Desde a antiguidade ele é usado como a principal meio de ligação e comércio entre as elas. Dele se extrai componente importante a alimentação dos povos, através da atividade pesqueira, assim como outros recursos biológicos. Do mar também são extraídos outros recursos como o petróleo e o gás natural, vital na vida moderna e fonte de riqueza para muitos países com economia pouco ou muito diversificada.

Apesar do desenvolvimento da aviação em todos os níveis, o mar continua sendo responsável pela grande tonelagem do comércio transportada através do mundo. A simples hipótese de paralisação das atividades marítimas pela vontade imposta por outras nações, paralisaria de forma catastrófica a vida interna da maioria das nações do mundo. Toda essa atividade reflete também na atividade das pessoas contribuindo na geração de empregos. O Fato da maior parte da população mundial estar alocada a menos de 100 km do litoral é um dado significativo e traduz a influência que o mar exerce na vida da humanidade.

Cabe a cada nação a proteção de seus interesses neste meio, através da posse de meios e sistemas efetivos de vigilância e intervenção, pois as fronteiras marítimas são traçadas apenas em cartas náuticas e tratados internacionais, não se mostrando fisicamente na superfície sempre igual da vastidão marítima que cobre a maior parte do globo terrestre. É da natureza humana buscar seus interesses, muitas vezes em detrimento do direito dos outros, e a presença efetiva de meios navais efetivos e respeitados é que fazem valer a manutenção destas fronteiras de papel, bem como a garantia do livre deslocamento através de águas internacionais pelo mundo todo dos vetores marítimos do comércio internacional.




Para esta grandiosa e complexa missão se faz necessário a constituição de forças navais poderosas e balanceadas, de forma a fazer frente às diferentes ameaças que possam a se configurar. Uma nação pode ter sua atividade marítima assediada por ameaças de características muito diversas que vão desde piratas atuando em águas localizadas, até forças navais hostis de portes diferenciados procurando obter dividendos políticos ou mesmo ameaçando diretamente a sua integridade territorial.

É através do poder naval que uma nação faz valer seus interesses no mar, e este tem que ser efetivo e não apenas de vitrine, podendo atuar em áreas extensas e por períodos de tempo prolongados, adotando posturas tanto defensivas como ofensivas, impondo ao oponente um grau de risco e credibilidade significativo, que force a este mante-se resguardado em sua integridade física, sabendo que a ameaça que oferece pode ser contrabalançada por outra que pode inflingir-lhe custos consideráveis. A esquadra britânica demonstrou tal capacidade em 1982, quando viabilizou a retomada de seu arquipélago austral das Falklands/Malvinas a grande distância de seu território, tarefa que exigiu seu emprego no limite de suas possibilidades, fazendo a esquadra argentina recolher-se as suas bases diante da ameaça submarina.




Uma esquadra moderna deve possuir características de mobilidade, permanência, versatilidade e flexibilidade. A mobilidade significa a capacidade de deslocar-se por grandes distâncias em condições de responder a qualquer ameaça prontamente durante este deslocamento. A permanência implica na capacidade de operar por períodos longos e em grande áreas de locais distantes, de forma independente e continuada. A versatilidade é a capacidade de aplicar seu poder na medida da ameaça de forma a cumprir sua missão sem desperdício de meios nem causar efeitos desnecessários. A flexibilidade é a capacidade de organizar grupos operacionais adequados a cada missão.

Para alcançar esta operacionalidade desejada, uma esquadra moderna deve ser devidamente balanceada com meios diversos que possam ser combinados a fim cumprirem da forma mais efetiva as tarefa que lhes forem designadas. Navios-patrulha, fragatas e destróieres, helicópteros de diversos tamanhos, submarinos de tipos diversos, porta-aviões, aviação de patrulha, aviação de caça e bombardeio, mísseis e torpedos de variados tipos, sistemas eletrônicos variados, infantaria de marinha, navios mineiros, aeronaves de pilotagem remota, navios logísticos de todos os tipos, navios de guerra anfíbia, e outros meios de menor importância são os recursos de que as diversas marinhas lançam mão para cumprirem sua missão.

Um navio de superfície pode se posicionar em uma área conflituosa para se antepor a uma força inimiga, fazer disparos de advertência e sobrevoar seus objetivos com seus meios aéreos orgânicos. Os submarinos permanecem ocultos para disparar mísseis e torpedos, e a simples suspeita de sua presença, mesmo que não esteja lá, faz a força inimiga empenhar-se em um grande esforço para resguardar-se dessa ameaça. Porém são armas que partem diretamente para o conflito, cabendo as naves de superfície graduar o uso da força.




Uma força naval deve ser capaz de projetar seu poder sobre terra, através do bombardeio partindo do mar ou da projeção de tropas diretamente sobre o território, sejam pequenas frações cumprindo missões puntuais, sejam grandes efetivos consolidando uma cabeça de praia. Porém aproximar-se da costa é muito perigoso, pois fica-se sujeito a aviação de ataque baseada em terra e a artilharia de costa, o que faz com que as esquadras possuam capacidade de projeção a grande distâncias, sejam de seus sensores, sejam de seus meios aéreos e de desembarque. Devem ter capacidade ainda, uma vez que a cabeça-de-praia esteja segura, de aportar seus navios anfíbios diretamente junto a praia a fim de desembarcar seus recursos logísticos e o grosso de suas tropas.




Forças anfíbias, de transporte e de porta-aviões são vulneráveis e devem ser escoltadas por fragatas e destróieres, provendo-lhes segurança antisubmarino, antisuperfície e antiaérea, conferindo a estes um grau de segurança operativa aceitável. Submarinos podem navegar a frente destas forças para antecipar a presença de outros submarinos e navios inimigos. Aeronaves de patrulha e de alerta aéreo antecipado, baseadas em porta-aviões e se possível em bases terrestres podem prover o alerta de grandes distâncias localizando o inimigo antecipadamente.

Navios patrulha são meios mal armados e servem para manter a presença em águas jurisdicionais, sendo seu armamento apenas de autodefesa, não podendo engajar-se em combate com unidades mais poderosas. Alguns navios menores podem atuar contra meios mais poderosos se equipados com mísseis antinavio. Navios mercantes, vitais a manutenção da atividade econômica das nações devem ser escoltadas por navios de superfícies, quando navegando em áreas de ameaça.

Forças costeiras são efetivas na defesa de litoral, sendo lanchas rápidas e caças baseados em terra com mísseis um fator a se considerar. navios mineiros capazes de liberar áreas restritas infestadas com minas ou mesmo minar áreas para restringir os movimentos do inimigo valiosos nesta situações, principalmente liberando a saída de portos e canais e criando corredores seguros para desembarques anfíbios.

Cabe ao poder naval induzir a realização de atividades favoráveis pelos outros atores do teatro de operações marítimo, e dissuadir as desfavoráveis e aplicar seu poder quando for necessário, de forma balanceada ás ameaças que se apresentem.




A crise precede a guerra e muitas vezes decidem o conflito sem que um único tiro seja disparado. Posicionar uma força naval com credibilidade em águas internacionais próximas ao país alvo pode induzir a uma solução negociada sem inflingir o direito internacional. A manobra de crise serve para dizer ao oponente o que se pretende fazer, e preparar as forças para um eventual envolvimento direto, nesse momento os meios navais ganham preponderância. Neste momento o submarino permanece submerso, em posição incerta, pronto para disparar, se necessário.

As quatro tarefas básicas do poder naval são: o controle de áreas marítimas, a negação do uso do mar ao inimigo, a projeção de poder sobre terra e a dissuasão a agressão.

Controlar áreas marítimas é uma tarefa clássica da aviação naval onde a patrulha constante permite a força naval saber tudo o que acontece nas áreas controladas e desloque os meios de superfície e submarinos para onde forem necessários. Este controle permite a manutenção das zonas econômicas exclusivas livre de atividades não autorizadas, a manutenção da segurança da navegação nesta áreas mantendo livres as comunicações marítimas, o alerta contra forças navais que ameacem a integridade do território que se deseja proteger, o combate a pirataria, o provimento de áreas seguras para lançar operações anfíbias e outras tarefas menores.




Como o mar é monótono e não tem acidente capitais, ele também não admite frentes de combate ou fronteiras precisas, tornando difícil seu controle absoluto, o que só pode ser conseguido por breves períodos e em pequenas áreas. Controlar uma área marítima junto ao território que se deseja proteger é o mais eficaz meio de defender este território, pois se o inimigo não desembarcar não será necessário o empenho de forças terrestres para contê-lo.

A negação do uso do mar se dá em tempos de guerra e visa colocar obstáculos tático-operacionais a forças navais inimigas, impedindo que estas controlem uma área marítima. É empregada contra forças superiores quando não se pode estabelecer o controle da área marítima. Esta caracterização por buscar o assédio e a destruição dos meios inimigos e de seu bem como de suas linhas de comunicações marítimas. Para tal tarefa o submarino de ataque vem a ser a arma por excelência.




A projeção de poder sobre terra é uma forma de guerra de crescente importância na atualidade e visa proporcionar a força naval a capacidade de intervir de diversas formas junto a territórios não dominados, ou ainda apoiar tropas amigas lá operando. Pode ser através de bombardeio naval, bombardeio aeronaval ou operações anfíbias. Se dá para alcançar os seguinte propósitos: reduzir o poder do inimigo através da destruição de instalações importantes, conquistar áreas estratégicas para uma campanha seja ela terrestre ou não, negar ao inimigo uma área capturada, apoiar operações em terra, proteger a vida humana ou resgatá-la, resgatar materiais de interesse.

Dissuadir a agressão é o resultado da credibilidade da força naval e visa manter a condição de paz, através da premissa de que uma aventura militar pode resultar em consequências duras e desagradáveis a qualquer um que se apresente, mesmo uma força mais poderosa. Se dá através da presença naval ou manobras de demonstração de força. O submarino nuclear é um importante meio de dissuasão e deve sempre ser empregado .

Aviação baseada em terra é eficiente na defesa do litoral, assim como uma força naval costeira de navios patrulha armados com mísseis antinavio. Porém aviação embarcada é o único meio que pode estar presente em qualquer lugar a qualquer hora, sem as limitações de alcance daquela, como por exemplo na defesa das plataformas de petróleo. Posta-aviões são alvos prioritários pela ameaça que representam e devem ser convenientemente defendidos por escoltas com capacidade antiaérea, antissuperfície e antisubmarino. Submarinos de ataque também podem participar desta defesa atuado bem a frente das frotas.




A ameaça aérea é hoje um dos maiores perigos que uma força naval enfrenta, como ficou demonstrados no conflito das Falklands/Malvinas. Contar apenas coma  aviação baseada em terra para defender uma força naval, significa condicionar sua atuação próxima as bases aéreas dotada de inteceptadores, limitando-a e suprimindo sua própria razão de ser, tirando dela uma de suas principais características que é a mobilidade. Aviação embarcada necessita de porta-aviões, alvos de alto valor ao inimigo e de construção cara, que tem que ser bem defendidos, por escoltas competentes.

Todos os meios navais não se sustentam por muito tempo se não  forem convenientemente apoiados por meios logísticos como navios-tanques e de transporte de suprimentos, navios oficina, navios de assistência hospitalar e outros meios de suporte ás operações. Também são igualmente importantes na projeção de poder sobre terra adequados meios anfíbios como os navios capazes de desembarcar carros de combate diretamente na praia e aqueles transportadores de plataformas de desembarque com docas inundáveis, bem como os imprescindíveis helicópteros navais que cumprem uma variada gama de missões e devem ser lançados de plataformas adequadas. 

Uma marinha balanceada e bem adestrada é necessária ao efetivo exercício do poder naval, possuindo meios oceânicos e costeiros, capazes de combinados cumprirem a missão do efetivo exercício do poder naval.



domingo, 10 de março de 2013

RADAR - Desenvolvimento e Emprego #076





Fonte: Revista de Villegagnon 2009 e marinha do Brasil/DHN

O RADAR, do inglês, “RADIO DETECTION AND RANGING”, é um sensor que utiliza ondas eletromagnéticas para detecção de objetos a grandes distâncias. Capaz de operar independentemente da luz do dia, pode medir com precisão a posição e a velocidade de objetos no ar, no mar e em terra; detectar e monitorar tempestades e massas climáticas; prevenir colisões e prover alerta antecipado a longas distâncias, entre outras.

Tem origem antiga. A formulação matemática básica é encontrada nas Equações de Maxwell, apresentadas em 1871, que permitiram um estudo amplo e profundo dos fenômenos de propagação das ondas eletromagnéticas.

Os trabalhos de Maxwell foram confirmados por Hertz, em 1888. Em 1904, o alemão Hulsmeyer patenteava uma invenção denominada “Método para informar ao observador a presença de objetos metálicos com ondas eletromagnéticas”. Em 1922, Guglielmo Marconi apresentou um trabalho em que descrevia as possibilidades da rádio–detecção usando a reflexão das ondas eletromagnéticas.

Na década de 1930, com as ameaças de guerra, houve um acentuado impulso nas pesquisas em torno do RADAR. A Inglaterra tomou a dianteira, ultrapassando os Estados Unidos e, em 1936, produzia um RADAR com alcance de 35 milhas náuticas. Em 1938, foi instalada na costa leste da Inglaterra uma cadeia de estações–radar, destinadas a detectar aviões inimigos e orientar as aeronaves de defesa aérea. Esse recurso possibilitou a vitória na “Batalha da Inglaterra”. Em 1940, foi desenvolvida pela Universidade de Birmingham uma válvula capaz de produzir pulsos de elevada potência, trabalhando com comprimento de onda de 9 cm. Estava criada a Magnetron, que tornou possível a construção de equipamentos RADAR de pequeno tamanho, para instalação a bordo de navios e aeronaves.

Após a 2ª Guerra Mundial, o RADAR, até então de uso exclusivamente militar, passou a ser empregado em outras atividades e a ser fabricado comercialmente.



O radar pode fornecer os dados de posicionamento necessários ao desempenho de uma vasta gama de atividades que vão desde a navegação e a segurança de voo até a monitoração ou o engajamento de alvos como aeronaves, navios, viaturas, estruturas de terra, mísseis e satélites. Pode ainda ser usado no acompanhamento de tempestades e no sensoriamento remoto de grandes áreas a partir de satélites. Portanto, o radar constitui peça fundamental de vários sistemas relevantes para sociedade atual, empregado desde a defesa militar até a prevenção de acidentes em aeroportos, rodovias e hidrovias.
As principais informações fornecidas pelo radar são a distância, a direção (marcação), a altitude e a velocidade de alvos acima d’água, no ar e em terra, ou até mesmo no espaço, caso o radar seja adequado. O seu funcionamento baseia-se na reflexão das ondas eletromagnéticas nas superfícies dos objetos. Seu transmissor emite periodicamente um conjunto de ondas, denominado pulso, para a direção em que está apontada sua antena.

A antena do radar gira para que seja possível determinar a marcação do alvo, ou seja, sua direção. No instante em que a antena alinha-se com esse alvo, ela pode percebê-lo pela recepção do eco do pulso de ondas eletromagnéticas emitidas originalmente pelo radar.
Por sua vez, a distância do alvo (D) é obtida a partir da medição do período de tempo (T) que esse pulso de ondas leva para viajar até o alvo e voltar para a antena do radar, bastando aplicar a fórmula: D = T x V/2, onde D é a distância radar-alvo, T é o tempo de ida e volta do pulso e V é a velocidade das ondas eletromagnéticas.
O processo de medida da distância é praticamente instantâneo, pois essas ondas se propagam simplesmente na exorbitante velocidade da luz. Uma chave seletora dos circuitos do radar permite que a antena transmita e receba tais pulsos, bloqueando o receptor enquanto transmite e inibindo a transmissão enquanto recebe.

Os radares podem ter seu funcionamento perturbado ou mesmo impedido por meio de específicas ações de Guerra Eletrônica, denominadas Medidas de Ataque Eletrônico (MAE), executadas a partir das mais diversas plataformas como navios, aeronaves, submarinos, foguetes, mísseis, satélites, veículos terrestres e até mesmo equipamentos portáteis das tropas.



Os principais tipos de radar são:

RADAR DE BUSCA DE SUPERFÍCIE, destinado a detectar alvos de superfície e determinar com precisão suas distâncias e marcações. As ondas eletromagnéticas são emitidas na direção da superfície do mar e, por isso, o Radar de Busca de Superfície é capaz de detectar não só embarcações, mas também aeronaves voando em baixa altitude. Ademais, o Radar de Busca de Superfície pode, também, prover informações para navegação. Também pode ser usado no cenário terrestre para busca de alvos para sistemas de artilharia de campo. 

RADAR DE BUSCA AÉREA, cujas funções principais são detectar alvos aéreos e determinar suas distâncias e marcações, a longa distância, pela manutenção de uma busca de 360° em torno do emissor, até altitudes elevadas. Suas ondas eletromagnéticas são emitidas de modo a detectar alvos aéreos voando em altitudes médias e elevadas. Os Radares de Busca Aérea são de alta potência, maior do que a dos Radares de Busca de Superfície, para permitir a detecção de alvos pequenos a grandes distâncias, a fim de possibilitar alarme antecipado e garantir um tempo de reação adequado.

RADAR DE BUSCA COMBINADA, que pode comportar-se ora como sendo de busca de superfície e ora como sendo de busca aérea.

RADAR DETERMINADOR DE ALTITUDE (“THREE–COORDINATE RADAR” ou “HEIGHT–FINDING RADAR”), cuja função principal é determinar com precisão a distância, a marcação e a altitude de alvos aéreos detectados pelo Radar de Busca Aérea. Por isso, os Radares Determinadores de Altitude também são conhecidos como RADARES 3–D. Estes radares também podem ser usados pelos controladores aéreos para vetorar aeronaves da defesa aérea durante interceptação de alvos aéreos inimigos.



RADAR DE DIREÇÃO DE TIRO, cujas principais funções são a aquisição de alvos originalmente detectados e designados pelos radares de busca, e a determinação de marcações e distâncias dos referidos alvos, com elevado grau de precisão. Alguns Radares de Direção de Tiro são usados para dirigir canhões, enquanto outros são empregados para dirigir mísseis. Uma vez adquirido pelo Radar de Direção de Tiro, os movimentos do alvo passam a ser automaticamente acompanhados.

RADAR DE APROXIMAÇÃO DE AERONAVES, instalado em aeródromos para orientar o pouso de aeronaves, especialmente em condições de má visibilidade. Os Radares de Aproximação têm curto alcance e buscam apenas em um setor. São particularmente úteis para guiar o pouso de aeronaves em navios-aeródromos em condições de má visibilidade (geralmente voltado para a popa do navio-aeródromo).

RADAR DE NAVEGAÇÃO, cujas principais finalidades são a obtenção de linhas de posição (LDP) para determinação da posição do navio, na execução da navegação e a detecção e medição de distâncias e marcações para outras embarcações, a fim de evitar colisões no mar.

RADAR DE ALERTA, (RWR) sistema destinado a identificar a iluminação por radar inimigo e alerta sobre sua presença. De operação passiva é um importante meio defensivo, principalmente para aeronaves.

Além destes, os navios e aeronaves militares, orgânicas ou não, podem dotar outros tipos de RADAR, tal como o Radar de Alarme Aéreo Antecipado, conduzido pelas aeronaves AEW (“Airborne Early Warning”). As aeronaves AEW mais novas utilizam um único RADAR 3–D para executar tanto a busca, como a determinação de altitude de alvos. Os interceptadores normalmente utilizam um único equipamento RADAR, combinando busca e direção de tiro. As funções desse RADAR são detectar aeronaves inimigas e possibilitar sua interceptação e destruição.

Os navios mercantes e demais embarcações normalmente dispõem apenas de equipamentos RADAR destinados à navegação e ao acompanhamento de outros navios, de modo a evitar riscos de colisão. Nos navios de guerra menores, especialmente do porte de Contratorpedeiro para baixo, muitas vezes um único RADAR DE BUSCA DE SUPERFÍCIE desempenha também as funções de RADAR DE NAVEGAÇÃO.




domingo, 3 de março de 2013

Navegação de Submarinos *075



Fonte: Marinha do Brasil/DHN

As principais diferenças entre a navegação de navios de superfície e de submarinos são:


  • O submarino opera em três dimensões; muitas vezes, é necessário, por exemplo, navegar submerso a 8 nós, a 15 metros do fundo, por períodos prolongados de tempo. Os perigos inerentes a esta situação somente podem ser comparados ao de um navio deslocando-se a 8 nós, com visibilidade restrita, em um canal estreito, com uma folga de apenas 15 metros para cada lado;
  • Normalmente,único instrumento de navegação no passadiço do submarino é uma repetidora da giro; todos os demais auxílios à navegação estão no compartimento do Comando (“control room”), que é separado do passadiço por uma escada vertical de cerca de 10 metros de altura. Por esta razão, é necessário ter uma comunicação e um entrosamento muito bons entre o passadiço e o Comando, em especial em navegação costeira e em águas restritas; A razão calado/comprimento é, em geral, maior nos submarinos; o calado de um SSBN (submarino portador de mísseis balísticos nucleares) ou de um grande submarino de ataque é de cerca de 10 metros; o calado de um submarino classe “Tupi” é de 6 metros, para um comprimento de 60 metros;
  • As correntes de fundo (oceânicas e de maré) são menos conhecidas e mais difíceis de prever que as correntes de superfície.



NAVEGAÇÃO DE SUBMARINO NA SUPERFÍCIE EM ÁGUAS COSTEIRAS RESTRITAS

Tal como na navegação de navios de superfície, a rota deve ser traçada com antecedência, utilizando-se as cartas náuticas de maior escala, que representam a área em que se vai navegar com maior riqueza de detalhes; além disso, devem ser compiladas todas as informações relevantes das publicações de segurança da navegação (Roteiros, Lista de Faróis, Lista de Auxílios-Rádio, Tábuas das Marés, Cartas-Piloto, Cartas de Correntes de Maré, etc.) e preparado um sumário sobre a navegação na área em que se vai transitar.

É essencial que o Encarregado de Navegação promova um “briefing” sobre o assunto, com todos os componentes da equipe de navegação e os demais envolvidos na manobra (incluindo o pessoal que guarnece o passadiço), antes de cada travessia, entrada e saída de porto, exercício ou operação em águas restritas e costeiras.

Durante a navegação, o procedimento normal é manter a carta náutica na mesa de navegação localizada no compartimento do Comando, onde o plotador marca as posições do submarino, usando marcações visuais (tomadas pelo Oficial que guarnece o periscópio), distâncias radar (enviadas pelo operador do radar), além de informações do ecobatímetro e de outros equipamentos eletrônicos de navegação (GPS, Inercial, etc.).

O Encarregado de Navegação mantém o Oficial de Manobra, no passadiço, informado da distância e do bordo de afastamento da rota prevista, sugere rumos para corrigí-la, informa a distância ao próximo ponto de guinada, hora da guinada, rumo do próximo segmento de rota, existência de perigos, marcação e distância de auxílios à navegação, e todas as demais informações relevantes para a segurança da navegação.

As marcações visuais são tomadas pelo periscópio (o operador deve ter experiência na sua utilização, que pode ser dificultada pelo balanço e caturro do submarino).

É recomendável tomar marcações visuais dos alinhamentos notáveis (naturais ou artificiais), tanto para manter o rumo como para definição dos pontos de guinada.

O Oficial de Manobra acompanha o Comandante no passadiço, tendo em mãos cópias das cartas de maior escala, com a rota traçada, e todas as anotações que possam facilitar a condução da navegação (pontos e alinhamentos notáveis, rumos a seguir, marcações de guinada, etc.). Deve-se considerar a conveniência de proteger as cartas com um envelope plástico, para mantê-las limpas e secas.

No caso de visibilidade restrita, exigindo a adoção apenas de navegação radar, as informações de posição, rumos, etc. também fluirão para o passadiço a partir do compartimento do Comando, onde estará o Encarregado de Navegação do submarino. A equipe de navegação deverá dispor de cópias das cartas de maior escala da área em que se vai navegar, com a rota traçada, nas quais devem estar assinalados todos os pontos notáveis para o radar, previamente selecionados. Tais pontos serão utilizados como apoio à determinação da posição, durante a execução da rota pelo radar. A navegação paralela indexada deve ser usada sempre que possível.

Durante a navegação radar, o Encarregado de Navegação deverá proporcionar ao Comandante um fluxo contínuo de informações sobre a navegação e a segurança do submarino. As bóias demarcadoras de canal e os demais auxílios à navegação deverão ser identificados pelo radar e informados ao Oficial de Manobra, que procurará avistá-los quando o submarino deles se aproximar. Além disso, o Oficial de Manobra, munido de um cronógrafo, deverá procurar identificar qualquer sinal luminoso ou sonoro de cerração detectado.

O intervalo de tempo entre posições, normalmente, é de 3 minutos. No entanto, em canais estreitos ou quando as condições o exigirem, este intervalo pode ser reduzido, para até 1 minuto entre posições. O operador do ecobatímetro deverá informar a profundidade de todas as posições determinadas, para comparação com as sondagens da Carta Náutica; além disso, deverá alertar se a profundidade diminuir perigosamente.
 

Com visibilidade restrita, a velocidade deve ser reduzida para um valor seguro (geralmente abaixo de 6 nós).
 
Periodicamente, deve ser feita uma verificação em uma escala longa do radar, para detectar alvos que se aproximam e evitar surpresas.

Para atender às necessidades do passadiço e da equipe de navegação, o submarino deve dispor de, pelo menos, dois exemplares de cada carta náutica a ser utilizada na navegação costeira e em águas restritas.





NAVEGAÇÃO DE SUBMARINO SUBMERSO (PRINCIPAIS DIFICULDADES)

A navegação de submarino submerso apresenta dificuldades especiais (algumas já citadas), pelas seguintes razões:


  • O submarino está operando em três dimensões;
  • Há uma falta geral de conhecimento das correntes de fundo, oceânicas ou de maré; além disso, o conhecimento da topografia do fundo é, ainda, bastante imperfeito;as oportunidades para determinação da posição são muito limitadas;
  • O submarino sempre reluta em efetuar quaisquer emissões de sonar ou ecobatímetro, que podem denunciar sua presença;Obstáculos como cascos soçobrados, picos submarinos e bancos, que não constituem perigos para os navios de superfície e cujas existências não são conhecidas, não estão, por esta razão, representados nas cartas náuticas, significando perigos de colisão para submarinos submersos; deve-se recordar sempre que grandes extensões dos oceanos, mares e zonas costeiras do nosso planeta não estão adequadamente levantadas e cartografadas; um elevado número de cartas náuticas serve apenas, quando muito, para navegação de superfície, deixando de incluir detalhes essenciais do relevo do fundo, omitindo muitos acidentes perigosos para a navegação de submarinos. Ademais, em diversas regiões da Terra, atividades vulcânicas submarinas resultam em extrusões e protuberâncias posteriores à preparação das cartas náuticas da área; exemplos recentes são a formação de novas ilhas e baixios (alguns tendo novamente desaparecido após um curto período de tempo) ao largo da Islândia, Açores, Japão e outras regiões do oceano Pacífico;
  • Qualquer falha humana ou de equipamento pode resultar em uma colisão do submarino com o fundo;Navios de superfície também representam perigo para submarinos submersos que desconhecem sua presença; um superpetroleiro de 500.000 toneladas cala até 24 metros e, com balanço e caturro forte, este calado pode ser aumentado para cerca de 33 metros. Isto significa que um submarino deve manter uma cota (profundidade da quilha) de pelo menos 60 metros ( para safar-se desses navios (200 pés é, normalmente, a cota de segurança dos submarinos).

A melhor salvaguarda contra esses perigos é manter, quando navegando submerso, uma substancial folga, tanto da superfície como do fundo do mar. Além disso, qualquer falha, humana ou material, na manutenção da profundidade tem um efeito muito maior em altas velocidades; então, quando a separação vertical é limitada pela profundidade, a velocidade do submarino deve ser reduzida. O mesmo deve ocorrer em áreas inadequadamente cartografadas.




SOMATÓRIO DE ERROS (“POOL” DE ERROS) 

Por causa dos problemas especiais inerentes à navegação de submarino submerso, é importante que todos os erros possíveis na avaliação da posição estimada sejam apreciados e levados em conta. 

A precisão de uma navegação estimada e das posições estimadas plotadas depende:


  • Da precisão da última posição determinada (que deu origem à plotagem estimada);
  • Do intervalo de tempo decorrido desde a última posição determinada;
  • Dos erros de rumo (que combinam desvios da agulha não detectados ou mal  de-terminados e erros de governo);
  • Dos erros na distância navegada (devidos, principalmente, às imprecisões do odômetro); e
  • Dos elementos da corrente de fundo (direção e velocidade).


O somatório desses efeitos, alguns fixos e outros variáveis, resulta em que não se pode considerar a posição estimada como um ponto, mas sim como uma área de posições possíveis do submarino (zona de incerteza da posição). Para determinar a área em que a posição do submarino está localizada, todos estes fatores devem ser considerados. Esta área é, também, denominada de “pool” de erros.

Em geral, não é necessário seguir todas as etapas adiante descritas para o traçado do “pool” de erros, bastando ao navegante experiente estimar, com base nos seus conhecimentos e na sua prática, o efeito combinado de todos os erros que afetam a posição e estabelecer as dimensões da área que engloba todas as posições possíveis do submarino. Entretanto, as explicações seguintes mostram como o “pool” de erros pode ser traçado, apresentando, ainda, algumas indicações sobre o tamanho do “pool”:

Para o traçado do “pool” em torno da posição estimada, consideram-se os seguintes efeitos:


  • Erro do rumo: é a diferença entre a linha de rumo da plotagem estimada e o rumo em que realmente se navegou; é causado por desvios da agulha e erros de governo. O erro do rumo deve ser estimado como um número de graus de erro possível para cada lado do rumo ordenado e resulta em uma área triangular. 
  • Erro da distância navegada: é a diferença entre a distância estimada e a distância realmente navegada (em relação à água); é, normalmente, igual ao erro do odômetro, sendo estimado como o número de milhas de erro possível, para adiante ou para trás da posição estimada. Quando aplicado em conjunto com o erro do rumo fica formado um trapézio de erro assumindo-se que os limites do erro da distância navegada podem ser traçados como uma linha reta, perpendicular à rota, e não como arcos de círculo.
  • Deriva: Representa uma estimativa da deriva possível, em todas as direções, por efeito de correntes de maré, correntes oceânicas ou movimento da água devido ao vento presente (este último fator só afetará submarinos na superfície ou em esnórquel). Correntes de maré são normalmente variáveis em direção e velocidade. Uma leitura cuidadosa das Cartas de Correntes de Maré e Cartas-Piloto, e das informações sobre correntes constantes das Cartas Náuticas e dos Roteiros, permitirá estimar as possíveis variações em direção e velocidade das correntes que afetarão a navegação.
Entretanto,é necessário plotar a posição estimada corrigida do submarino, porque esta é sua posição mais provável. A posição estimada corrigida do submarino estará, obviamente, dentro do “pool” de erros, mas não necessariamente no seu centro.




NAVEGAÇÃO DE SUBMARINO SUBMERSO NAS PROXIMIDADES DA COSTA

O maior problema para a navegação na cota periscópica é o horizonte visual e radar extremamente curto, em virtude da pequena elevação tanto do periscópio como da antena do radar. Além disso, são poucas as oportunidades de emissão radar ou de observação com o periscópio. Assim, é difícil determinar a posição e o submarino, freqüentemente, deve confiar na sua navegação estimada, que deve ser mantida com o máximo possível de precisão.

Quando o periscópio é equipado com repetidora da giro, marcações visuais podem ser observadas com 0,5º de precisão. Periscópios sem repetidoras permitem apenas a leitura de marcações relativas que, se forem tomadas com cuidado, podem ser convertidas em marcações verdadeiras com o mesmo grau de precisão acima citado. As repetidoras devem ser freqüentemente verificadas, a fim de certificar-se de sua sincronia com a agulha principal.

O radar, quando usado na cota periscópica, tem um alcance limitado. Isto reduz severamente a distância de detecção de pequenos objetos e dificulta a navegação quando a costa é baixa. O uso de “pulsos longos” proporcionará maiores distâncias radar que o de “pulsos curtos”.

Algumas distâncias típicas de detecção, com bom tempo, são:


  • Farol (com 40 metros de altitude) – 14 milhas;
  • Navio (com altura do mastro de 12 m) – 7 milhas; e
  • Bóia (com refletor radar) – 2 milhas.

Estas distâncias poderão ser consideravelmente aumentadas se houver duto de superfície.

O retorno do mar (“clutter”) em um radar de submarino é considerável em distâncias pequenas, com, praticamente, qualquer estado do mar. Assim, a distância mínima de detecção será de cerca de 300 jardas.

Quando operando o radar na cota periscópica, a manutenção da profundidade (cota do submarino) é muito importante. Embora existam recursos para prevenir avarias no motor da antena se esta mergulhar, a imagem radar ficará prejudicada se houver borrifo forte ou mar quebrando sobre a antena.

As informações sobre correntes subsuperficiais de maré são poucas, mas sabe-se que elas diferem significantemente das correntes de superfície, em especial nas proximidades do estofo de enchente e de vazante.

Previsões baseadas nas correntes de superfície podem conduzir a erros consideráveis, principalmente em áreas de fundos irregulares, próximo a estuários e em regiões onde correntes de maré interagem com correntes oceânicas. Nestas condições, o efeito das correntes de maré na navegação de submarino submerso nas proximidades da costa deve ser considerado com todo o cuidado.




NAVEGAÇÃO DE SUBMARINO SUBMERSO EM MAR ABERTO

A navegação oceânica de um submarino submerso está se tornando progressivamente mais fácil com a introdução de novos sistemas, como a navegação inercial e o próprio GPS (que exige a exposição de uma antena, que pouco afeta a discrição do submarino).

Para a prática da navegação astronômica, a maior restrição é que o periscópio deve ser usado o mínimo possível para determinação da posição; isto significa que a hora da observação deve ser calculada com muita precisão e que as medidas de altura devem ser feitas rapidamente, sem perda de tempo. O sextante do periscópio nem sempre proporciona luminosidade suficiente para observação de estrelas; por esta razão, o navegante submarinista pode ter que empregar apenas o Sol, a Lua e os planetas mais brilhantes, quando submerso.

O sextante de periscópio pode ser de horizonte natural ou de horizonte artificial. O sextante de horizonte natural é instalado no periscópio de ataque, formando parte integral do seu sistema ótico.

Normalmente, só pode ser usado para observações do Sol. Por não ser estabilizado, o navegante deve tomar o cuidado de manter o horizonte entre as linhas limites dos retículos do instrumento. Se uma grande inclinação da linha de visada for inevitável, existem tábuas para correção das alturas e azimutes.

O sextante de horizonte artificial é instalado no periscópio de observação e consiste de um pêndulo amortecido montado sobre uma plataforma giroscópica, com um espelho fixado na suspensão vertical de giro. A luz do astro observado é trazida para este espelho através de uma abertura do sextante próxima do tope do periscópio e, também, por um dispositivo com retículos.

O observador usa vários controles para fazer as linhas do retículo na ocular coincidirem com a imagem do astro. Devido aos efeitos dos movimentos do submarino sobre o pêndulo, uma única leitura não é suficiente, pois é possível que contenha grandes erros; por isso, um pequeno computador mecânico é incorporado ao equipamento, para totalizar um número de leituras feitas em um período de 2 minutos, e fornecer a média.

Este sextante pode ser usado a qualquer hora, inclusive à noite, quando estrelas de primeira e segunda magnitudes, além dos quatro planetas utilizados em navegação astronômica, podem ser observados. Com boas condições, pode-se obter uma precisão de ± 2 minutos de arco nas alturas observadas.

O sextante de horizonte artificial é estabilizado apenas na linha de visada; por esta razão, se o submarino estiver balançando ou caturrando atravessado com relação à linha de visada, deve ser aplicada uma correção às leituras, em função do ângulo médio de caturro ou balanço no período da observação. Esses ângulos podem ser obtidos nos indicadores de balanço e caturro do Sistema Inercial ou lidos no clinômetro, e a correção é fornecida em tábuas especiais. Além disso, velocidades acima de 6 nós causam vibrações que tornam muito difíceis e imprecisas as visadas com este sextante.

Em virtude de não haver referências externas (como, por exemplo, o Sol, as ondas, o vento, etc.), em um submarino submerso o rumo deve ser constantemente verificado em todas as agulhas disponíveis (os submarinos têm, normalmente, pelo menos duas agulhas giroscópicas, sendo uma principal e uma auxiliar, ou de emergência).

As correntes oceânicas de fundo também são muito pouco conhecidas, mas alguns comentários, baseados na experiência prática, podem ser feitos. Quando a direção da corrente subsuperficial é a mesma que a da corrente de superfície, sua velocidade diminui com a profundidade. Há diversas áreas no mundo onde, devido à proximidade da plataforma continental ou da calota polar, ou devido à transferência de água de um oceano para outro, a direção da corrente de fundo difere da corrente superficial de até 180º. Nestes casos, a corrente de fundo é, normalmente, constante por longos períodos.

Muitas vezes, um navio de superfície pode constatar que entrou em uma corrente de superfície pela medida da temperatura da água do mar, sendo a Gulf Stream e a Cor-rente do Labrador exemplos significativos de corrente quente e corrente fria, respectivamente. Do mesmo modo, um submarino pode ser alertado da presença de uma corrente de fundo pelo lançamento do batitermógrafo, capaz de detectar uma camada de água do fundo associada a uma corrente. Embora isto não dê indicações de velocidade ou direção, pode constituir uma informação de valor para o navegante.

sábado, 2 de março de 2013

Elementos de Combate, de Apoio ao Combate e de Apoio Logístico #074



Ao contrário dos tempos antigos, onde os combates se davam pelo enfrentamento direto de dois ou mais exércitos ou frotas, os combates modernos seguem objetivos predeterminados, matematicamente calculados, procurando obter a superioridade militar através do fogo e da manobra, lançando mão do engodo e da ciência a fim de atingir estes objetivos com o menor custo pessoal e material.

Não mais a destruição do oponente é buscada, mas sim a sua incapacitação como força de combate fazendo-o que procure perder o ímpeto e a vontade de combater. Lança-se mão de forma intensiva de ações de cunho psicológico como primeiro ato de qualquer guerra ou crise, com propaganda intensiva por todas as mídias possíveis, sendo a verdade sempre a primeira vítima de qualquer conflito. Mobilizar a opinião pública tornou-se fator de primeira importância no esforço de guerra, procurando apoio popular e unir a população em torno de uma causa legítima ou supostamente legítima. Assim foi na Guerra da Falklands/Malvinas de 1982, onde usou-se uma guerra para desviar a atenção de problemas internos, e na invasão do Iraque de 2003, que sob o pretexto de neutralizar arsenais de destruição de massa que poderiam ser usados no terrorismo mundial, nunca encontrados, iniciou-se um dos primeiros grandes conflitos do século XXI.

Uma vez deflagradas as ações de combate deve-se procurar neutralizar o poder inimigo no menor espaço de tempo possível, pois quanto mais uma guerra durar, maiores serão os malefícios humanos, políticos e econômicos das nações envolvidas. Um exemplo recente destes malefícios se vê nos próprios Estados Unidos da América, onde a nação mais poderosa do mundo vem enfrentando um déficit orçamentário de proporções gigantescas, se vendo  obrigado a reduzir seu fantástico poder militar de forma contundente num momento que países como a China aumentam exponencialmente o seu.




Para tal esforço, os governos e suas forças militares lançam mão de estruturas complexas e altamente especializadas a fim obterem informações vitais em tempo real, sem as quais todo o esforço de combate pode ser em vão e ineficaz; travar contato com o inimigo em condições de superioridade a fim de alcançar o sucesso em tempo reduzido e minimizar as chances de fracasso; proporcionar facilitadores, suporte a condições ideais a este contato a fim de que recursos vitais não faltem no momentos em que forem necessários. Estas estruturas são resumidas em três elementos: de combate, de apoio ao combate e de apoio logístico.

Elementos de combate são aqueles que travam o contato direto com o inimigo, e através da combinação de fogo e movimento (manobra) buscam alcançar a superioridade militar. A caracterização de um elemento como sendo de combate depende muito do contexto em que está inserido, podendo um mesmo elemento ser de combate em determinada situação e de apoio em outra.

Os elementos de apoio ao combate são aqueles que atuam como facilitares a ação dos elementos de combate, através de ações que visem debilitar o inimigo como por exemplo executar ações de bombardeio e contra-mobilidade, prover inteligência a fim de apoiar as estruturas de comando e controle, facilitar as ligações de comando e controle através do desdobramento de redes de comunicações de todos os níveis e atividades de guerra eletrônica, proporcionar condições de mobilidade as forças em movimento através de obras de engenharia, criar condições de segurança e cobertura a outras forças em combate através do desdobramento de bloqueios terrestres e navais, aéreos e anti-aéreos, por exemplo. 




Os elementos de apoio logístico são todos aqueles que proporcionam apoio administrativo aqueles envolvidos nas operações. Cabe aos elementos de apoio logístico proporcionar treinamento e recompletamento de pessoal, suprimento de combustíveis e munições, reposição de equipamento perdido ou desgastado, fornecimento de equipamentos novos, fornecimento de alimentação, assistência religiosa, serviços médicos e de saúde, banho e lavanderia, serviços funerários, tratamento de prisioneiros de guerra, triagem e encaminhamento de salvados de guerra, fornecimento de água potável, construção e manutenção de estradas e vias de acesso, construção de instalações e terminais, transporte de todos os níveis, desdobramento e manutenção de serviços de reparos e conservação de equipamentos de todos os tipos, etc...

A seguir listamos os diversos atores presentes em teatros de operações de todo o mundo e que participam como elementos de combate, apoio ao combate e apoio logístico:


  • Postos e Graduações
    • Cabos e soldados: São a mão de obra braçal das unidades de combate. Possuem instrução militar básica e geralmente são especializados em uma atividade específica como fuzileiro, rádio-operador, motorista, mecânico de armamento, etc... Os cabos são soldados mais especializados e possuem alguma capacidade de comando de pequenas frações de tropa.
    • Sargentos: São a mola mestra das unidades militares. Cabe a eles fazer com que as ordens vindas dos oficiais sejam cumpridas pela tropa. Possuem alta especialização nas atividades da unidade a que pertencem e nível de instrução próximo ao dos ofíciais subalternos, podendo substituir estes quando de sua ausência.
    • Oficiais subalternos (tenentes): São oficiais começando a carreira que valem-se da experiência de seus sargentos mais antigos para aprimorar sua formação. São o primeiro nível de planejamento na hierarquia militar e comandam pequenas frações de 20 ou 30 militares. Cabe aos tenentes as decisões corriqueiras do dia-a-dia das unidades e das ações táticas imediatas quando em combate. Integram também os "grosso" das fileiras de pilotos de aeronaves.
    • Oficiais intermediários (Capitães): São o primeiro nível de comando realmente experiente de qualquer unidade. Comandam subunidades de nível companhia em todas as armas e serviços, atuando no estado maior das unidades quando providos dos cursos de aperfeiçoamento. São os responsáveis pela maior parte das decisões tático-operacionais quando em combate.
    • Oficiais superiores (majores e Coronéis): São os integrantes dos estados-maiores e comando das unidades e responsáveis por todo o planejamento das atividades e ações destas. Comandam batalhões, navios e unidades aéreas. Atuam quando detentores dos cursos de aperfeiçoamento, nos estados-maiores das grandes unidades comandadas por oficiais-generais.
    • Oficiais generais: São a elite de qualquer força armada. As comandam em seus mais alto nível e são responsáveis por todas as decisões estratégicas, administrativas e operacionais das forças. Quando em combate são os planejadores das estratégias gerais. São designados almirantes nas marinhas e brigadeiros nas forças aéreas.
  • Tropas 
    • Infantaria: Caracterizada pelo soldado e seu fuzil como elemento básico. São uma tropa capaz de cumprir as missões relativas a ocupação do terreno, seja para conquistar ou mantê-lo. Possuem alta mobilidade tática proporcionada pelo deslocamento a pé, mobilidade operacional de acordo com sua constituição, e mobilidade estratégica proporcionadas por qualquer meio que lhes seja posto a disposição como aeronaves e navios. Podem ser amplamente fracionadas para emprego e transporte. São a tropa mais numerosa, de menor custo e com o maior índice de baixas em combate. Juntamente com a cavalaria são denominadas armas-base.
      • Infantaria motorizada, mecanizada e blindada: Tropa de infantaria dotada de meios orgânicos deslocamento, possuem alta mobilidade operacional, podendo deslocar-se por longas distâncias com meios próprios. Podem ser equipadas com veículos blindados que lhe proporcionam proteção e apoio em combate. Carecem de estradas e terrenos que permitam o deslocamento motorizado.
      • Infantaria das forças aéreas: Tropa destinada a prover segurança a bases aéreas e instalações de sua força.
    • Cavalaria: Tropa dotada de meios para combate caracterizado pela velocidade e deslocamento. São as operadoras dos carros de combate e as tropas especializadas em reconhecimento e busca de informações.
      • Cavalaria ligeira: Tropa dotada de meios de alta velocidade capaz de se deslocarem a frente das formações a fim de manterem seus comandantes informados do que encontrarão pela frente, evitando surpresas. Operam veículos rápidos, carros de combate leves e entram em combate em ações de apoio a forças principais.
      • Cavalaria de choque: Tropas operadoras de carros de combate pesados e a mais potente das forças terrestres. São ponta de lança de ações que exijam alto poder de choque.
    • Artilharia de campanha: Tropa dotada de meios de bombardeio balístico, e opera em apoio a a manobra da infantaria e cavalaria, e a pedido destas. É a responsável pela maior parte das baixas inimigas em combate e vital para a manobra das armas-base (infantaria e cavalaria). Podem também efetuar bombardeio estratégico em escalões superiores, como fazem as unidades dotadas de foguetes balísticos. Operam sempre a retaguarda das armas-base.
    • Artilharia anti-aérea: Tropa dotadas de radares, mísseis superfície-ar e canhões de tiro rápido endereçados por radar, que destina-se a prover proteção contra assédio da aviação inimiga. São desdobradas principalmente na proteção de instalações importantes, bases logísticas, bases aéreas e navais, grandes formações blindadas e mecanizadas, centros de comando e controle, industrias e usinas e outras instalações importantes.
    • Artilharia de costa: Tropa destinada a proteção de faixas de litoral contra a aproximação de forças anfíbias e forças de bloqueio próximas ao litoral.
    • Comunicantes: Tropa altamente especializada em sistemas eletrônicos e reponsável por todas a ligações de comando e controle das demais unidades militares. Geralmente esta tropa também opera os sistemas de guerra eletrônica. Vitais em qualquer estrutura militar, sem elas não existe interação, coordenação e transmissão de ordens.
    • Engenharia de combate: Tropa especializada em serviços de engenharia e infraestrutura. Conservam estrada, constroem instalações e apoiam as forças em campos construindo obstáculos ou removendo-os, como campos minados e barreiras. Praticam demolições, constroem pontes temporárias e permanentes e outras estruturas. Tropas de engenharia especializada em infraestruturas são denominadas engenharia de construção.
  • Tropas com Características Especiais
    • Fuzileiros navais: Também conhecida como infantaria de marinha, estas tropas são especializadas em assaltos a partir do mar, e tem por missão fundamental consolidar as chamadas cabeças de praia para que o "grosso" das tropas possam desembarcar em segurança.
    • Guerrilheiros: Tropas de combatentes não convencionais que lutam por uma causa e não pertencem a exército nenhum. Podem auxiliar um exército constituído ou lutar contra um. Valem-se da surpresa,  pequenas ações, e artimanhas subterrâneas como sequestros e saques para levarem sua luta adiante.
    • Mercenários: Soldados que lutam por dinheiro, sem compromisso com a causa. Podem facilmente mudar de lado se lhe for oferecido mais que estão ganhando. Geralmente servem a regimes autoritários de países periféricos.
    • Tropas aeromóveis: Tropas similares as tropas paraquedistas em constituição (tropas leves), destinadas a serem deslocadas por aeronaves de asas rotativas e ocuparem objetivos a retaguarda inimiga.
    • Tropas de montanha: Tropas leves especialmente ambientadas ao combate em ambiente montanhoso, seja pelo terreno íngreme e difícil, seja pela atmosfera rarefeita e baixas temperaturas.
    • Tropas de selva: Tropas ambientadas para combate na selva tropical, local dominados por cursos d´agua e falta de estradas, animais perigosos, mosquitos e doenças endêmicas, falta de pontos de referência e dificuldade de suporte logístico, além de grande umidade ambiente e altas temperaturas.
    • Tropas paraquedistas: Tropas especializadas em assaltos aeroterrestres. Operam a retaguarda do inimigo, isoladas das demais forças a fim de garantir objetivos importantes até que as tropas convencionais cheguem. Não se sustentam por muito tempo devido ao seu isolamento e devem ser substituídas em pouco tempo. Não possuem armamento pesado e seus veículos são poucos ou nenhum. Seus integrantes devem ter grande resistência física a fim de suportarem grandes deslocamentos a pé carregando todo o seu equipamento.
  • Tropas Auxiliares
    • Quadros de material bélico: Tropas especialmente constutuídas no quesito técnico  e destinam-se a prover apoio de manutenção ao equipamento dos demais. Integram esta tropa mecânicos, armeiros, técnicos de sistemas especializados e todos aqueles afins.
    • Serviços de saúde: Tropa constituída por médicos, paramédicos, enfermeiros e afins, como a finalidade de prover serviços de saúde preventiva e curativa as demais tropas. São responsáveis pelo desdobramento de hospitais de campanha, prevenção de doenças próprias das áreas de combate como aquelas transmitidas por mosquitos, exposição a radiação e agentes químicos e tratamentos médicos em geral.
    • Capelães: Tropa destinada a dar apoio espiritual e psicológico aos combatentes, constituída por rabinos, padres, pastores, e religiosos em geral.
    • Quadros de intendência: Tropa destinada a operar todo o apoio administrativo a tropa em campo, proporcionando os serviços de ressuprimento e material e pessoal, transporte, armazenamento, triagem, tratamento de prisioneiros de guerra, serviços funerários, banho, padaria, lavanderia, correspondência, registro e controle e demais atividades administrativas.
    • Aguadeiros: Tropa destinada a prover água potável aos demais. Em algumas forças esta função é executada pelas tropas de engenharia ou podem fazer parte dos serviços de Intendência.
  • Unidades Aéreas
    • Aviação de combate: Denominação do "grosso" da aviação de combate de uma força. Opera aeronaves de interceptação, ataque ao solo e bombardeio estratégico.
    • Aviação de caça e interceptação: Ramo da aviação de combate destinada a combater outras aeronaves em voo, proporcionando proteção de espaço aéreo e escolta de aeronaves de bombardeio. Aeronaves de ataque geralmente são denominadas também como aeronaves de caça, uma vez que uma mesma aeronave muitas vezes desempenha as duas funções.
    • Aviação de ataque: Ramo da aviação de combate destinada a atacar o campo de batalha, geralmente em proveito da tropa em terra e a pedido desta.
    • Aviação de bombardeio estratégico: Ramo da aviação de combate destinada a bater alvos de valor estratégico que vise diminuir a capacidade de combate do inimigo. Geralmente objetivos de apoio logístico e valor estratégico como usinas, pontes, terminais, áreas logísticas, fábricas, etc...
    • Aviação de transporte: Unidades especialidades em prover transporte aéreo, lançamento de carga aérea, lançamento de paraquedistas e funções afins. Em algumas forças operam as funções de reabastecimento de aeronaves em voo.
    • Aviação de asas rotativas: Aviação constituída pelos helicópteros militares e destina-se a prover o resgate de pilotos abatidos (combate-SAR), transporte tático de tropas e suprimento e outras tarefas como ligação, por exemplo.
    • Aviação naval: Aviação que opera em proveito da força naval e é subordinada a esta. Pode operar embarcada em porta-aviões e outros navios, ou com bases em terra.
    • Aviação naval de asas rotativas: Ramo da aviação naval que opera aeronaves de asas rotativas, principalmente no combate antissubmarino. Nas forças desprovidas de porta-aviões são o elemento aéreo embarcado e os olhos da força.
    • Aviação de patrulha marítima: Ramo da aviação naval, geralmente de asas fixas, que destina-se a patrulhar em tempos de paz ou guerra grandes extensões marítimas a fim de manter o alerta sobre estas áreas. Podem combater naves de superfície e submarinas, sendo que para estas devem ser especialmente constituídas.
    • Aviação do exército: Aviação subordinada a força terrestre e que opera em proveito desta. Geralmente utiliza-se de asas rotativas nas missões de transporte, reconhecimento, apoio de fogo e combate anticarro.
    • Aviação de instrução: Destina-se a formação dos pilotos militares.
    • Aeronaves sem piloto: Aeronaves de pequeno porte que operam um grande número de missões, geralmente de vigilância e reconhecimento, pilotadas remotamente com capacidade de manterem-se no ar por longos períodos.
  • Unidades Navais
    • Fragatas e destróieres: Navios de guerra convencionais dotados de capacidades anti-aérea, anti-submarina e anti-superfície, geralmente com ênfase em uma delas. Os navios assim denominados confunde-se e sua distinção tem se torna cada vez menos clara.
    • Corvetas: Navios semelhante as fragatas, porém com deslocamento muito menor e sistemas de armas mais limitados.
    • Navios Anfíbios: Navios de vários tipos destinados a apoiar o desembarque da tropa anfíbia.
    • Navios de guerra de minas: Pequenas embarcações especialmente construídas para limpar águas minadas e/ou proceder a minagem destas. Também denominadas navios mineiros.
    • Navios logísticos: navios de vários tipos destinados a dar apoio logístico ás frotas. Desempenham tarefas de transporte, reabastecimento de combustível, oficinas, etc...
    • Porta-aviões: Grandes navios destinados a servir como aeródromos flutuantes. São o tipo de navio mais poderoso da atualidade.
    • Submarinos de propulsão convencional: Submarinos propulsados por motores diesel-elétricos. Dependem do ar atmosférico para sua operação o que os obriga a virem a tona em intervalos regulares de tempo, expondo-os. São muito difíceis de detectar e representam grande ameaça, principalmente em águas costeiras, mas também em ambiente oceânico.
    • Submarinos de propulsão nuclear: Submarinos propulsados por reatores nucleares. São independentes da atmosfera e só tem que vir a tona para o reabastecimento de víveres e armas. Produzem sua própria atmosfera, água e eletricidade por tempo indefinido. São mais barulhentos que os diesel-elétricos, porém devido a sua exposição sensivelmente menor que aqueles são tão ou mais perigosos.
    • Submarinos lançadores de mísseis estratégicos: Submarinos destinados a portarem mísseis estratégicos.
  • Operadores
    • Atiradores de precisão: também denominados snipers, franco-atiradores ou caçadores, são atiradores capazes de acertar seus alvos a distâncias muito grandes. Atuam em apoio a uma força de infantaria batendo alvos de oportunidade multiplicando seu poder de combate, ou sozinhos cumprindo missões específicas.
    • Comandos: Forças altamente treinadas que atuam em missões de difícil execução.
    • Controladores avançados: Observadores especialmente treinados para dirigir o fogo da aviação de ataque e os tiros das baterias de artilharia, geralmente a partir de posições no solo.
    • Controladores de tráfego aéreo: Pessoal especialmente treinado para manter a coordenação e segurança do tráfego aéreo.
    • Forças especiais: tropas altamente treinadas em missões atrás das linhas inimigas, geralmente de coleta de informações. São capazes de operar isoladas do resto da força e com apoio mínimo.
    • Mergulhadores de combate: Modalidade de forças especiais especializadas em operações de mergulho.
    • Mergulhadores de marinha: Mergulhadores destinados a cumprirem missões inerentes ás marinhas de guerra que exijam operações de mergulho, como por exemplo o resgate de artefatos nucleares perdidos no mar, o resgate de submarinos sinistrados e o reparo de embarcações abaixo da linha d´agua.
  • Sistemas
    • Satélites de comunicações: São satélites destinados a prover links de comunicações entre estações terrestres. A comunicação via satélite é impossível de ser interceptada, como demonstraram os ingleses nas Falklands/Malvinas.
    • Satélites de navegação: São satélite posicionados em órbita baixa que destinan-se a prover sinais que auxiliem sistemas de navegação e psoicionamento na superfície terrestre.
    • Satélites de sensoriamento: São os chamados satélites espiões e destinam-se monitorar a superfície do globo através de fotografias, filmagens, imagens radar e de exploração de outras faixas do espectro como infravermelho e ultravioleta a fim de coletar informações demandadas. Orbitam em órbita baixa.
    • Sítios de radar: Estações fixas de radar destinadas a compor as redes de vigilância aérea.
  • Outras
    • Forças de foguetes estratégicos: Unidades estratégicas operadores de mísseis de longo alcance dotados de ogivas nucleares. Servem de forças de dissuasão e não se envolvem com a manobra tática-operacional.