A década de 1950 confirmou a tendência do uso de aeronaves de asas fixa embarcadas cada vez maiores e mais pesadas. A aviação embarcada da Segunda Grande Guerra com suas aeronaves leves ficara para trás. Frente a este fato, a maioria das marinhas de guerra do mundo se viu impossibilitada de contar com navios aeródromos dedicados, mesmo em um futuro previsível de longo prazo. O desenvolvimento do helicóptero naval veio de encontro aos anseios destas frotas com recursos limitados, e constituí-se até os dias de hoje no componente de aviação naval de todas as marinhas, sejam as mais modestas como componente único, seja nas mais abastadas fazendo parceria com as aeronaves de asa fixa.
Equipados com vasta gama de equipamentos, eles podem ser operados em quase todos os tipos de navios, mesmo aqueles que não dispõem de aparelhos de parada e catapultas, bastando-lhes uma plataforma de pouso e um hangar de manutenção, viável de serem instalados em fragatas, destróieres e outros navios que as marinhas possuem. Os pioneiros foram os ingleses com seu limitado Wasp para ASW, capaz apenas de transportar um torpedo controlado pelo navio, sem qualquer tipo de sensores ou sistemas dedicados. Foram logo seguidos por franceses e italianos, tendo os norte-americanos demorado mais a adotar o conceito, talvez pelo fato de possuírem grandes navios-aeródromo e terem se envolvido no mal sucedido programa DASH e confiados no limitado míssil ASROC., adotando no inicio dos anos 1970 o Sea Sprite. O tempo mostrou a validade deste conceito, sendo que grande escoltas capazes de operar até 3 deles foram construídos por japoneses e canadenses.
Tal como no combate terrestre, o moderno helicóptero naval embarcado é um meio de combate de altíssimo valor. Todas as belonaves de superfície da atualidade são configuradas para operá-lo, ou em algumas de menor capacidade pelo menos para recebê-lo.
Eles são operados a partir dos navios-aeródromos
(porta-aviões), sejam eles de apoio anfíbio ou de núcleo da frota em
quantidades maiores, e em número de uma até três unidades em fragatas e
destróieres, navios de patrulha e outros navios de apoio. Também existem
belonaves especialmente configuradas para operarem com porta-helicópteros que
também dão conta de um maior número deles.
Os helicópteros navais embarcados devem ser plataformas
versáteis e capazes de operação em mais de um tipo de missão, pois freqüentemente
operam sozinhos devido a limitação de espaço dos conveses de voo (convoo) da
maioria de seus navios plataforma. Recentemente, devido aos avanços da
tecnologia, estão se tornando cada vez mais uma realidade a presença de
veículos aéreos não tripulados que podem ser aeronaves de asas rotativas, que,
devido a não necessitarem de embarcar tripulantes, podem ter tamanhos menores e operarem em quantidades maiores que uma ou duas unidades nos mesmos convoos que
seus similares tripulados operam.
Os helicópteros são um componente significativo no poder
de combate de um navio moderno, sendo uma extensão de seus sensores e sistemas
de armas. São construídos desde modelos mais leves como os Super Lynx europeu aos mais
pesados como os Seahawk norte-america e NH-90, também europeu, e seu tamanho determina a quantidade de
sistemas que poderá operar, bem como em que plataforma poderá ser embarcado, e
em que quantidade. Podem, devido a sua alta velocidade em relação à velocidade
do navio, serem lançados para identificar contatos além-horizonte com rapidez e
engajarem em combate de forma autônoma ou integrada ao seu navio-mãe ou a outro
componente da frota.
Dentre suas tarefas mais usuais, eles executam a busca e
o ataque anti-submarino. Durante uma operação desta natureza, podem permanecer
no convoo em condições de responderem imediatamente a um contato qualquer dos
sensores do navio, podendo voar rapidamente até suas proximidades para
identificação mais apurada, empreender localizações mais precisas e colocar
suas armas dentro do alcance operacional delas. Podem ainda em cenários de
contato inimigo iminente, voarem a frente da frota, executando a varredura das
águas adjacentes e proporcionando segurança aos navios de superfície.
No combate a meios de superfície, podem voar em missões
de esclarecimento além do horizonte (OTH), realizando vigilância e
reconhecimento, localizando meios inimigos e fornecendo guiagem de meio curso à
mísseis antinavio lançados dos navios amigos, ou mesmo atacando alvos com
mísseis e torpedos orgânicos, além de atuar na designação e aquisição de alvos
para mísseis de cruzeiro, seja contra alvos navais ou terrestres.
No combate terrestre a partir do mar, podem transportar
tropas dos navios até posições no litoral, fornecer apoio de fogo se
devidamente equipados e proporcionar observação, seja de esclarecimento ou para
controle de fogo de artilharia naval. Podem ainda, no apoio ao combate anfíbio,
servirem de mulas de carga entre o navio e as posições de terra, abastecendo as
tropas com munições e outros suprimentos.
Podem atuar ainda em proveito da segurança dos meios de
superfície, posicionado em grande altitude, fornecer alerta aéreo antecipado
(AEW) ampliando o horizonte-radar das belonaves, detectando a presença de
aeronaves ou mísseis hostis. Outra missão usual é a transferência de carga
entre navios, ou ainda portarem sistemas de engodo a mísseis antinavio inimigos que voam rente a superfície, atraindo-os como se fossem o próprio navio, que passando por baixo das aeronaves imunes a eles, acabam perdendo-se no mar.
Completando suas possibilidades pode lançar minas ou
participar de sua varredura, efetuar evacuação aeromédica (EVAM), empreender
operações de guerra eletrônica (EW) como a triangulação de emissores e retransmissão de comunicações, realizar busca e salvamento (SAR) e busca e
salvamento de combate; em busca, por exemplo, de pilotos abatidos (CSAR), além
de combater outras aeronaves de vôo lento. Em operações de baixa intensidade
pode apoiar a abordagem de navios como escolta de lanchas de abordagem e outros
helicópteros, ou transportando comandos, devendo ser equipados com metralhadoras e foguetes.
Estas capacidades estão presentes em diferentes
helicópteros em variadas configurações, sendo improvável que uma única aeronave
agregue todas elas ao mesmo tempo.
Desde a década de 1960 que este tipo de aeronave tem se
mostrado presente em todos os conflitos com componente naval, atuando
ativamente em episódios como a guerra do Vietnam, das Falklands-Malvinas, no
Golfo-Pérsico e Guerra-Fria por exemplo.
Os modernos helicópteros navais são equipados com toda
uma gama de sistemas defensivos que lhe garante um capacidade ótima de
sobrevivência em combate, como blindagens de baixo peso, sensores alerta-radar(RWR) e alerta contra mísseis (MAWS), chaffs e contramedidas contra guiagem
infravermelha (FLARES). Alguns podem carregar ainda mísseis ar-ar IR para
combate contra outros helicópteros. Dentre os sensores que esta aeronave pode
transportar temos dos radares de abertura sintética (SAR), o FLIR e outros
eletroópticos, radares de vigilância e complexos sistemas de ESM que lhe
permitem o desempenho das variadas missões já mencionadas. Para ASW ele pode
transportar sonares de profundidade variável, MAD e sonobóias.
A operação dos sonares a partir do helicóptero pode ser
dar sem problemas em modo ativo sem denunciar a posição dos meios de
superfície, podendo dar pistas falsas sobre estas posições.
Outras capacidades que uma aeronave deste tipo deve ter
para operar com proficiência sobre o ambiente marítimo são: sistema de pouso
automático e enganchado, proteção contra a corrosão marítima, capacidade de
absorver com tranqüilidade os choques contra o convés durante pousos e
decolagens decorrente do balanço do navio, sistema de flutuação, capacidade de
ser reabastecido em vôo pelo navio, ter rotores e cauda dobráveis para reduzir
seu tamanho a facilitar sua hangaragem, amplo espaço para tropas e
equipamentos, possuir guincho de carga. Outra característica desejável mas não
essencial é ser bimotor para o caso de falha de uma das turbinas.
Para operar helicópteros os navios devem ter hangar se o
mesmo for orgânico e convoo, que devem ser amplos o bastante para o modelo de
aeronave utilizado. Quanto mais ao centro e mais baixo forem, menor será o
balanço neste ponto. Deve ter a capacidade de pouso enganchado para momentos em
que o mar está alterado, paiol para o armamento da aeronave e suprimento de
combustível.
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