FRASE

"Quem escolhe a desonra a fim de evitar o confronto, a conseguirá de pronto, e terá o confronto na sequência."

sábado, 18 de agosto de 2012

Combate em Ambientes Urbanos #035




O Combate em ambientes urbanos está cada vez mais presente nos conflitos modernos, e as forças armadas tem orientado seu treinamento cada vez mais para este ambiente. Diferentemente do combate em campo aberto, esta modalidade de combate apresenta dificultadores adicionais. É a forma de combate mais difícil de ser implementada na atualidade. Os defensores estão muito familiarizados com o terreno e podem organizar um sem número de emboscadas e posições defensivas.

Devido as cidades concentrarem hoje a maior parte da população, sua importância de faz sentir. Nelas estão os centros políticos, industriais, de comunicações, de armazenamento, usinas de energia e reservatórios de água, meios de transporte, centros de saúde, de comando e controle. Manter os centros urbanos a margem do combate dá ao inimigo uma fonte de recursos inestimável e que invariavelmente pesa muito no desfecho das operações.


  • População Civil


Nas cidades encontramos um grande número de pessoas que não desejam se envolver nos combates e invariavelmente são envolvidos por ele. Temos civis de toda ordem, mulheres, crianças e idosos. O uso de civis como escudos humanos é frequente, quando são colocados próximos a alvos importantes, inviabilizando seu bombardeio e usados como propaganda a favor dos defensores. O soldados deparam-se com um grande número de milicias armadas e gangues de criminosos, que oferecem perigo real. Os defensores muitas vezes se misturam com população civil ficando difícil saber quem é quem.


  • Ambiente de Combate


Veículos blindados tem pouco espaço para manobrar, devendo restringir-se às ruas e avenidas cercadas de edificações, e frequentemente entulho. As edificações mais altas abrigam observadores e franco atiradores. Escombros prestam-se facilmente a instalação de posições defensivas, o posicionamento de armas anticarro e antiaéreas. Os defensores dominam bem o terreno, e conhecem subterrâneos como túneis de metrô e galerias de esgoto, podendo deslocar-se por elas rapidamente e surgir em locais inesperados. Os campos de tiro são restritos, tanto para fuzileiros como para os carros de combate, a fumaça e o fogo podem estar em todo lugar dificultando ainda mais a obervação e o tiro. As comunicações podem encontrar um grande número de obstáculos físicos a sua propagação. O apoio da artilharia é perigoso as tropas amigas pois os impactos podem se dar muito próximos a estas.




  • Apoio Aéreo


O fogo aéreo fica restrito pelas edificações, que dificultam a designação de alvos e observação, e presença de civis, que tem suas moradias destruídas e suas vidas postas em risco. Fiação elétrica dificultam a extração de tropas e ressuprimento através de helicópteros e paraquedas. Armas antiaéreas podem ser posicionadas na cobertura dos prédios mais altos. Helicópteros são vulneráveis a mísseis antiaéreos portáteis e armas anticarro, como ficou demonstrado em Mogadíscio em 1993, quando dois Black Hawk foram derrubados e três danificados. Armas leves também oferecem perigo aos helicópteros operando a baixa altura.

  • Questões humanitárias


Os soldados frequentemente deparam-se com tragédias humanitárias em meios as operações, e o ímpeto natural de dar assistência a estas pessoas pode prejudicar o foco das operações.




Operando no Ambiente Urbano:

Cuidados adicionais devem ser tomados quando se opera em ambiente urbano. Devido ao grande número de baixa potenciais neste tipo de combate, não se deve iniciar estas operações sem que se tenha efetivo e meios substancialmente superiores, pois o desgaste do combate pode rapidamente esgotar a força invasora antes de alcançados os objetivos, acarretando em derrotas de nível estratégico.

O isolamento total da cidade deve ser buscado logo no primeiro momento, privando os defensores de ressuprimento e entrada de reforços, seja por meios terrestres, navais ou aéreos. Disto pode depender o desfecho de toda a operação.




Uma maneira moderna de operar nos ambientes urbanos é através do chamado "enxameamento", onde se evita o combate linear rua por rua e se vale de uma prática já provada pelo Exército Israelense. Pequenas unidades são infiltradas verticalmente ou por terra mas discretamente, em locais estratégicos previamente definidos, com o apoio maciço de atiradores nos pontos mais altos, em estreita ligação com as forças nas ruas, orientando e cobrindo-as. Num movimento aparentemente aleatório, estas unidades se movimentam em ziguezague atacando em pontos não esperados, debilitando o defensor, desaparecendo em seguida e reaparecendo em outros locais, confundindo os defensores e inviabilizando seu entrincheiramento, atacando de dentro para fora. Esta prática exigem total coordenação entre os meios de combate, alta eficiências dos meios de C2 e eficaz uso dos sistemas de comunicações. Quando o defensor estiver altamente desorganizado se inicia, com auxilio de blindados o movimento a partir das bordas do perímetro. Deve se evitar o movimento através das ruas, passando-se de parade em parede com o uso de explosivos, evitando-se dessa forma a exposição aos atiradores do inimigo e as armadilhas colocadas em vias de acesso óbvio. Edifícios devem ser tomados de cima para baixo, através de tropas ali colocadas por helicópteros.


  • Veículo blindados


Carros de combate (CC) são úteis por fornecem apoio de fogo em locais onde a artilharia enfrenta severas limitações, mas devem ser empregados em conjunto com infantaria, pois devido a restrição de mobilidade nestes ambientes, ficam altamente vulneráveis. Veículos transportadores de infantaria devem acompanhar os CC. Deve-se evitar ruas estreitas e formações em coluna, pois a imobilização do primeiro e último veículo, imobiliza toda a coluna. Veículos blindados devem operar sempre em avenidas largas, onde possam ter certa liberdade de manobra.

Também apresentam limitações quanto ao ângulo que suas armas podem elevar, muitas vezes ficando impotentes de atirarem em andares mais elevados, dependendo da distância. O acompanhamento de armas antiaéreas de tiro rápido pode amenizar este problema.


  • Helicópteros

São muitos úteis nestas operações, sendo usados para infiltrar tropas em áreas diversas e no alto das edificações, evacuar feridos e ressuprir as forças, proporcionar apoio de fogo, efetuar missões de vigilância e reconhecimento, além de proporcionar excelente posição em tarefas de comando e controle, podendo inclusive transmitir e retransmitir imagens do combate para os postos de comando.

São vulneráveis ao fogo de armas portáteis, mísseis anticarro e antiaéreos, armas não guiadas anticarro e devem ser usados com planejamento e prudência quando em baixas altitudes. Linhas de distribuição elétricas também representam perigo.


  • Aeronaves de Asa Fixa

Menos adequadas que os helicópteros, podem ser usadas para fogo de apoio, desde que dotados de munição de precisão, a fim de evitar o fogo a alvos indesejados. Podem ainda ser usados na interdição de alvos grandes e proporcionar observação aérea em altitudes maiores. Aeronaves especializadas podem prover eficientes centros de C2.


  • Artilharia

Mesmo com as limitações impostas pelo ambiente, não se pode prescindir dela. Posicionada fora do perímetro da cidade, pode bater alvos bem definidos e prover apoio aos escalões de ataque quando a situação assim o permitir. Seu uso indiscriminado pode resultar e excessiva destruição e baixas civis, grande número de escombros que dificultam o avanço de blindados e servem de abrigo aos defensores. E existência de edifícios altos interfere na trajetória dos projéteis e dificulta a observação do tiro, fator este que não pode ser desconsiderado.


  • Infantaria

A infantaria é quem realmente decide o combate urbano, fazendo a limpeza de casa em casa, desalojando aqueles que ali estiverem. Devem ser eficientemente coordenadas e se operando em pequenas frações tomar muito cuidado para não serem isoladas. Devem carregar potente apoio de fogo orgânico e possuirem alto grau de iniciativa e eficiente ligação com o comando e tropas adjacentes. As técnicas de movimentação de infantaria serão explicitadas em página própria de Combate em Ambientes Fechados (CQB - Close Quarter Combat). Deve usar armas curtas de grande cadência de fogo. Armas longas são desnecessárias pois os alvos são de curta distância e dificultam a mobilidade em ambientes restritos.


  • Comando e Controle

Uma perfeita integração dos meios de comando e controle e as tropas em operação é fundamental, pois além do acompanhamento e cumprimentos dos objetivos, tem-se que tomar máximo cuidado para que pequenas frações não sejam isoladas e neutralizadas. Meios de inteligência devem atuar constantemente juntos aos meios de C2 a fim de proporcionarem quadros de situação constantemente atualizados e realistas.





quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Controlador Aéreo Avançado #034





Controlador Aéreo Avançado (Forward Air Controllers - FAC) é uma tropa especialmente treinada para guiar o fogo de aeronaves táticas em missões de apoio aéreo aproximado. Operando contra tropas inimigas, muitas vezes em contato com as forças amigas, os pilotos tem dificuldade de identificar quem é quem, e as chaces de fratricídio são grandes.

A função do FAC é detectar, localizar e identificar alvos visualmente em terra, orientando as aeronaves contra estes alvos, de forma a maximizar sua eficiência e minimizar riscos operacionais. Estas tropas, normalmente compostas por soldados das forças especiais da própria força aérea ou mesmo pilotos experientes, altamente treinados, especialmente nesta função, operam juntos as forças em terra e em contato com seus comandantes, tendo pleno conhecimentos das intenções destes e de todos os detalhes das linhas de contato que os batalhões tem a disposição. O FAC também pode ser um observador de artilharia e coordenar fogos da artilharia terrestre e naval.

O FAC não opera sozinho, mas em equipe, portando armamento para autodefesa e equipamento de comunicações para ligação com os batalhões e com as aeronaves e satélites, bem como equipamento especializado em observação como terminais táticos, telêmetros, e equipamento óticos diversos. Todos este equipamento não pode ser carregado por uma única pessoa, daí a razão de operar em equipe. Pode operar em terra ou aeroembarcado em aeronaves lentas que permitam a observação, e devem ter contato direto também com as demais aeronaves de C2 e AEW operando na área.



Pode cooordenar missões como o pouso de assalto de helicópteros e paraquedistas, lançamento de carga aérea e ressuprimento. O número de FAC é variável em cada situação, seu treinamento é caro, mas dependendo da situação pode-se ter até um por companhia. São alvos de alto valor para os franco-atiradores inimigos, e altamente vulneráveis devido a suas constantes emissões rádio.

O FAC tem como funções básicas:

  • Assessorar os comandantes em terra quanto ao uso do poder aéreo, tal qual faz um oficial de ligação de artilharia, visualizando oportunidades e limitações deste em cada situação específica.
  • Orientar a missão das aeronaves de apoio aéreo, transmitindo-lhes detalhes do alvo e as intenções dos comandantes terrestres.
  • Usar os vários meios disponíveis a fim de determinar as posições dos alvos de forma precisa e clara, marcando-os, se possível, para melhor visualização pelas aeronaves.
  • Auxiliar os pilotos quando do disparo das armas, em coordenação com outros meios.
  • Avaliar os efeitos dos ataques e pedir sua repetição se for necessário.
  • Contribuir com os serviços de informações das tropas, repassando as informações que coletar a fim detalhar seus quadros de situação.
  • Auxiliar nas missões de resgate de pilotos abatidos (CSAR)


terça-feira, 14 de agosto de 2012

Ataque Aéreo #033




As missões de ataque à superfície são a componente ofensiva da aviação de combate. Poderosa e invariavelmente temida por aqueles que estão no solo, rios e mares, a aviação de ataque é uma das maiores ameaças presentes nos modernos TO, desde os tempos da Segunda Grande Guerra. O meio aéreo proporciona aos que lá operam uma excelente condição de observação, busca de alvos e inteligência, além de um magnífico campo de tiro para as letais e cada vez mais precisas munições aéreas.

As missões de ataque aéreo são classificadas em três modalidades distintas, de acordo com a sua finalidade e os alvos que buscam. Estas modalidades são o Bombardeio Estratégico, a Interdição de Campo de Batalha e o Apoio Aéreo Aproximado (CAS -Close Air Suport), esta conhecida no Brasil como missões de Cobertura. Dependendo da situação, estas missões eminentemente ofensivas, poderão contar com a escolta de caças interceptadores a fim de garantir sua segurança.





  • Bombardeio Estratégico

O Bombardeio Estratégico visa atacar a capacidade do inimigo de sustentar a guerra, assediando suas áreas industriais e infraestrutura logística de alto escalão, usinas de energia e grandes depósitos de combustível e munição. Frequentemente considerada uma campanha independente, as missões de Bombardeio Estratégico  não interagem com as forças de superfície e valem do melhor que a aviação militar tem a disposição, pois demandam missões de longa duração a distâncias consideráveis, exigindo aeronaves com grande autonomia e capacidade de carga, podendo se utilizar de mísseis balísticos e de cruzeiro, com ogivas nucleares ou não.

É a primeira fase de uma campanha aérea e se inicia bem antes das forças terrestres entrarem em ação, operando initerruptamente até o fim da campanha, porém sua atuação isolada não garante o resultado final, visto que as forças aéreas não são capazes de ocupar o terreno, e seu resultado pode demorar para ser sentido na frente de batalha se o enfrentamento for contra um oponente bem preparado. Exemplos de Bombardeio Estratégico temos nas incursões aliadas contra a Alemanha Nazista onde bombardeiros Lancaster e B-17 a assediavam constantemente. No Vietnam temos as devastadoras missões Rolling Thunder e seus B-52, também heranças da Segunda Guerra.

veja: O Raid aéreo israelense na Guerra dos Seis Dias
veja: Operaçao Black Buck






  • Interdição Aérea


As missões de Interdição Aéreo ou Interdição de Campo de Batalha (Air Interdiction - AI) visam destruir, atrasar ou inviabilizar as forças inimigas que estão a frente da linha de contato, procurando assedia-las antes que entrem em contato com as forças amigas. São conduzidas contras alvos de alto valor nas áreas de retaguarda do inimigo, aprofundando o combate e impedindo que inimigo intensifique a pressão nas linhas de contato, através da destruição de seus depósitos de munição e combustível, pontes, estradas e linhas ferroviárias, comboios logísticos e centros de comando e controle, além das vitais redes de comunicação e outros alvos de alto valor.

Estas missões, por se darem além da linha de contato não necessitam de coordenação com as forças em terra, e como o Bombardeio Estratégico podem ser conduzidas livremente pela força aérea. Seus resultados não são imediatos e seu planejamento ocorre com certa antecedência, geralmente seguindo um plano geral de fogos de alto escalão.



  • Apoio Aéreo Aproximado


As missões de Apoio Aéreo Aproximado (Close Air Support - CAS), são executadas em proveito das forças de superfície, e executados em total coordenação com estas, sendo seus efeitos imediatos. Estas missões visam complementar as ações de apoio de fogo às forças terrestres executadas por meios orgânicos como artilharia de campanha e morteiros. A proximidade destes bombardeios com as forças amigas requer cuidados especiais como o uso da controladores aéreos avançados (FAC), em terra ou aeroembarcados, a fim de prover fogo preciso e minimizar a ocorrência de fratricídio.

Estas missões devem apoiar a manobra terrestre ou naval, atuando como artilharia de ação rápida, permitindo as tropas manobrarem livremente, frequentemente sob o comando destas. Podem ser usadas para abrir brechas, manter o inimigo de "cabeça abaixada", aliviar as pressão sobre as forças amigas, retardar o avanço do inimigo em contato próximo, impedir sua manobra e outros. São executadas tanto por aeronaves de primeira linha (caças de alto desempenho) como por outras especificamente desenvolvidas para esse fim, como Caças Super-Tucano e A-10, helicópteros de ataque e aeronaves de pilotagem remota. Seus alvos primordiais são as tropas inimigas como infantaria e carros de combate, e uma prática frequente é manter as aeronaves voando próximas as linhas de contato, sendo acionadas por solicitação das tropas de superfície.




A algum tempo estas aeronaves prescidiam de cobertura aérea para operam, sendo frequentemente alvos do fogo terrestre e aéreo. Nos dias atuais, sua vulnerabilidade diminuiu, pois podem lançar armas guiadas a distâncias seguras, de dia ou à noite, sob quaisquer condições meteorológicas e mesmo contra alvos móveis como carros blindados e lanchas de alto desempenho. Sistemas de C2 modernos também facilitaram esta tarefa. A letalidade destes sistemas aéreos cresce de forma mais rápida que a capacidade das forças terrestres em se defender. Terrenos urbanos e alvos furtivos ainda apresentam problemas para este tipo de missão.

As aeronaves, em missão de apoio aéreo aproximado devem ser capazes de abater posições de defesa antiaéreas pois representam uma ameaça real, fustigar as forças de combate, debilitar as estruturas de apoio logístico que acompanham as tropas, fazer fogo anticarro e contra-artilharia, sendo que estes alvos podem ser móveis e demandarem munição especializada, fazer reconhecimento armado portando armas para todos os tipos de alvos possíveis de ser encontrados, interceptar helicópteros e UAVs, além de fazer patrulhas de combate aéreo (CAP) acima das tropas caso possuam capacidade para tal (multifuncionais) e efetuar reconhecimento tático.



domingo, 12 de agosto de 2012

Reconhecimento e Vigilância #032


Este artigo está sendo atualizado em breve

O reconhecimento e a vigilância constituem-se nas mais importantes tarefas executadas por forças em combate e estão intimamente relacionados à segurança destas, condição fundamental a sua integridade e consequente eficiência em combate. A vigilância é a prática que permite ao comandante manter-se atualizado do que acontece ao seu redor, e o reconhecimento a ação que visa aprimorar o nível de conhecimento sobre determinada situação. Complementam-se mutuamente e não podem ser separados.

Operadores em combate executam operações de reconhecimento constantemente, seja qual for a missão que devem cumprir, pois deste reconhecimento virão as decisões mais realistas à situação. A vigilância garante aos comandantes que não serão surpreendidos pelo inimigo, sendo o reconhecimento, mesmo que com outras finalidades, uma forma de vigilância. Sabendo que ameaças estão ou podem se fazer presentes, as unidades em combate podem tomar as medidas necessárias a garantir sua segurança, planejando a segurança de sua posição como defesa imediata e/ou lançando operações ofensivas contra unidades inimigas que representem grande ameaça, como por exemplo baterias MLRS.



Numa situação hipotética um comandante de infantaria envia uma patrulha para reconhecer um possível alvo, sobre o qual pretende lançar uma operação de conquista (um ataque). Esta patrulha de reconhecimento deverá avaliar o dispositivo inimigo, seus números e equipamento, porém evitando ao máximo envolver-se com este (engajar-se em combate). Ao realizar sua missão, detecta que o inimigo está na iminência de atacá-los (a unidade que enviou a patrulha), posicionando-se no terreno de forma habilmente furtiva, de uma maneira que as sentinelas não poderiam detectar. Ao perceber a armadilha que se forma, os batedores alertam seu comandante que toma as providências adequadas e evita a surpresa de ações inimigas às suas tropas. Este pequeno exemplo ilustra como uma operação de reconhecimento de cunho ofensivo, contribuiu para o dispositivo de vigilância desta unidade que tinha como missão garantir a segurança dos infantes.

Ao empreender operação que vise exclusivamente a segurança de uma área (uma operação de vigilância), uma unidade em combate pode atuar de forma ofensiva, agindo preventivamente contra ameaças potenciais e recolhendo informes que poderão subsidiar planos do escalão superior, executando operações de reconhecimento involuntárias que podem ser de grande valia.

O reconhecimento é uma ação conduzida de modo a colher subsídios de inteligência sobre o inimigo e a área de operações, podendo ser realizado por todos os meios, terrestres, aéreos e navais. É orientado para colher informes sobre as tropas e unidades inimigas, os acidentes capitais do terreno e suas características, os pontos sensíveis, localidades, rotas, áreas específicas ou zonas de atuação. Buscam sempre os informes necessários a missão a qual devem subsidiar, porém repassam ao seu comando qualquer informação que for considerada relevante, o que deve ser feito em tempo real e na forma de fatos, isentando-se de opniões subjetivas.



A tropa em reconhecimento deve evitar engajar-se em combate, salvo se este engajamento for necessário ao cumprimento da missão ou a autodefesa. Esta tropa deve manter o contato uma vez adquirido, que deve ser o quanto antes, só o abandonando por ordem superior, nem que seja pela simples observação. Qualquer obstáculo encontrado deve ser esclarecido de pronto, com seus limites estabelecidos e características tabuladas, cabendo ao comandante do reconhecimento decidir quanto ao engajamento, de acordo com suas diretrizes e de seus superiores, e do tempo disponível. As unidades mais vocacionadas à esta missão na força terrestre são as de cavalaria ligeira, porém quase todas as unidades em combate tem condição de realizá-la. Submarinos são muito usados para reconhecimento marítimo, assim como aeronaves em todos os teatros.

A vigilância é a contínua e sistemática observação do espaço de batalha, com foco nos pontos de maior ameaça como estradas, pontes, áreas de lançamento e aterragem, terreno restrito e outras áreas críticas. É o principal meio para detecção de atividade inimiga, e diretamente influenciada pelas condições de visibilidade, pelas características do terreno, pela defesa antiaérea e possibilidades do equipamento de vigilância. É rotina de todas as unidades em todos os tipos de operação, e tem como grande potencializador equipamentos de alta tecnologia como NVGs, Câmeras de TV e IR, radares SAR e equipamento ESM, aeronaves RPV, radares de vigilância aérea, entre outros.



Visa proteger as unidades contra a operações de inquietação, a surpresa e a observação por parte do inimigo, preservando o sigilo das operações, condição para a manutenção da iniciativa a liberdade de ação. Cabe aos operadores dos dispositivos de vigilância o alerta antecipado e preciso sobre a atividade inimiga, de forma que o comandante possa reagir pró-ativamente em favor da superioridade tático-estratégica-operacional, dependendo do seu escalão. As sentinelas deverão estar postadas distantes da tropa a qual protegem, de forma a permitirem a esta espaço para manobrar depois do alerta dado, adotando a solução tática mais adequada. Elas mantêm-se em contínuo reconhecimento de sua área de responsabilidade, de forma agressiva e com constante fluxo de informes, mantendo o contato continuamente, só o rompendo por ordem superior. Sentinelas próximas proporcionam uma segurança mais pontual  e reagem ao contato.

Toda unidade é responsável por sua segurança, mesmo que outras a estejam protegendo. Não se justifica a adoção de medidas extremas de segurança, no entanto, que causem impacto negativo no cumprimento de suas missões. Forças de segurança devem ser suficientemente fortes para engajar-se com o inimigo pelo tempo suficiente para que as tropas protegidas possam assumir condição adequada, mantendo o engajamento apenas pelo tempo necessário à missão.


Estas forças podem agir em cobertura, engajando o inimigo pelo tempo necessário; em proteção, atuando fragmentariamente sobre ações de flanco e de contra-observação; e em vigilância, onde limita-se a ações de observação e alerta antecipado.

Estar alerta é vital e preserva o poder de combate, razão de ser das forças em campanha.