FRASE

"Quem escolhe a desonra a fim de evitar o confronto, a conseguirá de pronto, e terá o confronto na sequência."

domingo, 16 de setembro de 2018

Guerra na Montanha - Aspectos *154


Guerra na Paz

A partir de 1945, as conflagrações assumiram uma nova sofisticação; os avanços tecnológicos tornaram o treinamento e a preparação para a guerra muito diferentes do que eram nos anos 40. Mas ficaram ainda certos cenários sobre os quais a tecnologia teve menor impacto.

Um deste cenários mais críticos é a guerra em ambiente de montanha. Desde 1945, alguns dos conflitos mais amplos como a Guerra Civil Grega dos anos 40 e a Guerra no Afeganistão mais recente, foram essencialmente operações deste tipo, enquanto outros conflitos como a Guerra da Coréia e do Vietnam protagonizaram combates em larga escala em terreno montanhoso.

Analisando a experiência acumulada pelo British Army em mais de 40 anos em conflitos localizados envolvendo terrenos muito acidentados, chega-se a conclusão que estas operações são empreitadas foram campanhas mais contra a natureza do que contra exércitos hostis. Embora armas e equipamentos tenham passado por evolução significativa ao longo dos anos, as dificuldades e desafios de operar neste terreno, bem como seus princípios básicos tem se mantido inalterados ou com poucas variações.

No aspecto exclusivamente físico, as montanhas oferecem grandes obstáculos até mesmo para os bem equipados exércitos modernos. Na Guerra da Coréia a escalada da modesta colina 800 (500 m) em 1951, na linha defendida pela 2ª Divisão de infantaria dos EUA consumiu mais de 1 hora até o cume. Ao todo mais de 237 mil sacos de areia, 385 rolos de arame farpado e 6 mil estacas de aço além de outros ítens, foram levados ao topo para completar as defesas.



Durante a guerra fronteiriça entre Índia e China entre setembro e novembro de 1962, tropas indianas levaram 5 dias para ir dos contrafortes a posições defensivas, em altitudes superiores a 4.000 m na fronteira tibetana. Todo o equipamento foi carregado pelos próprios soldados, uma vez que mulas não podem ser utilizadas nestas altitudes; além disso os animais não poderiam cruzar as pontes de cordas finas, bambus ou madeira sobre os rápidos rios não vadeáveis da região.

Estas barreiras físicas são potencializadas pelas condições meteorológicas adversas associadas a grande altitude, especialmente no inverno. Em suas operações na região de Lárisa, na Grécia em abril de 1947, o Exército Nacional grego encontrou os corpos de 120 guerrilheiros, do chamado Exército Democrático (comunista) que não haviam resistido ao frio das montanhas. Também a maioria dos 1.300 soldados do Exército Democrático mortos nas imediações de Piería em março de 1948, pereceram de frio e não em combate.

A 1ª Divisão do Marines dos EUA em sua retirada através das montanhas, do reservatório de Chosin até o mar de Hungnam na Coréia em dezembro de 1950 levou 3 dias para vencer os primeiros 22 km. A evasão de Koto-ri em 6 de dezembro levou 38 horas para vencer 18 km sobre uma espessa geleira à temperaturas de -18º C com ulcerações representando um perigo maior que o próprio inimigo, sendo o número de feridos de 4.000 desta divisão pequeno se comparado aos mais de 7.000 que sucumbiram por outras causas, principalmente congelamento. Em 1962, quando tropas indianas operavam na fronteira tibetana, a falta de aclimatação às altas altitudes causou grande número de vítimas de edema pulmonar, doença quase sempre fatal, a menos que os enfermos sejam retirados para um local de menor altitude.

As montanhas são o terreno ideal para se desdobrar dispositivos defensivos, e por este motivo, desde 1945, tem sido comumente associadas à ações de guerrilha. As tropas do Exército Democrático Greco buscaram abrigo em mais de 100 aldeias montanhosas da Tessália e parte da Macedônia no inverno de 1947 e 1948, concentrando suas bases nas serras de Grammos e Vitsi (1.200 a 2.100 m), perto da Albânia e Iugoslávia. Os guerrilheiros de Fidel Castro refugiaram-se nos 6.500 km² de Sierra Maestra, e na ilha de Chipre os bandos do EOKA, comandados pelo coronel George Grivas, em luta pela união com a Grécia, abrigavam-se nas montanhas Troodos e Kyrenia, até 1.500 m de altitude.



Essas regiões oferecem à guerrilha inúmeras oportunidades de acossar tropas regulares inimigas com tiros de tocaia ou emboscadas, principalmente quando soldados com equipamento convencional se deslocam por desfiladeiros ou vales estreitos. Depois de atacarem os guerrilheiros podem escapar como os partisans de Josip Broz Tito fizeram na Iugoslávia durante a 2ª Guerra Mundial.

O coronel Grivas afirmava que sempre era possível encontrar brechas nas linhas inimigas. Certa vez (junho de 1956) ele escapou de um "cordão" inglês  nas montanhas Troodos, durante um incêndio florestal em que morreram 21 soldados ingleses; em outra ocasião (dezembro de 1956), ele escapou graças ao nevoeiro montês.

Os guerrilheiro gregos acumularam um experiência considerável combatendo as tropas alemãs de ocupação e registrando sucessos, como a destruição com auxílio dos ingleses, do importante viaduto ferroviário sobre a garganta de Gorgopotamos, em novembro de 1942. Esta experiência lhes deu base para as atividades do pós-guerra.

A sabotagem de estradas de ferro tornou-se uma prática constante, por este motivo as locomotivas passaram a ser precedidas por vagões que podiam ser destruídos. Além da colocação de minas no solo, as forças guerrilheiras gregas minavam arvores, soltavam nas encostas mulas conduzindo minas, rolavam feixes de explosivos montanha abaixo e provocavam desabamentos para obstruir caminhos. Os acessos aos seus baluartes nas montanhas Grammos e Vitsi eram bloqueados com toros de madeira e, em meados de 1949, com casamatas de concreto.

Ao mesmo tempo, no entanto, as operações comunistas demonstraram as dificuldades que a montanha pode oferecer a guerrilha. O despovoamento de aldeias montanhesas por decisão do governo e o temos de intimidação por parte dos guerrilheiros reduziram efetivamente o suprimento de alimentos e recrutas. As forças do governo dispunham dos mesmos recursos de outras tropas regulares em circunstâncias semelhantes, com uma linha normal de suprimentos que lhes garantia a provisão de alimentos e agasalhos para o frio. Os rebeldes, ao contrário, dependiam de transporte em lombos de mula, precários e vulneráveis a ataques aéreos.

A capacidade do Exército Nacional de prosseguir as operações no inverno foi um fator decisivo na derrota do Exército Democrático, bem como a exagerada confiança deste em sua capacidade de conservar os baluartes nas montanhas, tentando resistir às ofensivas. Considere ainda que embora florestas montanhosas escondam guerrilheiros, como no caso das montanhas anamitas no Vietnam, ou em Sierra Maestra e em Chipre, as encostas nuas da Grécia ou do Afeganistão fazem com que os guerrilheiros só se movimentem com segurança durante a noite.

Forças convencionais em ação nas montanhas devem observar, ainda hoje, antigos princípios básicos como a ocupação dos cumes, instalação de piquetes e pontos de controle a fim de previnir a incursão não autoriza pelos flancos e permitir melhor observação e domínio da área. Sem estes cuidados a situação pode se tornar muito perigosa. A 2ª Divisão de Infantaria dos EUA perdeu 3 mil homens, vítimas de morteiros e metralhadoras, ao serem surpreendidos no desfiladeiro de Kunuri, durante a retirada para Chongchon, na Coréia em 1950.

De igual modo, admite-se que o Exército de Libertação do Povo (chinês) perdeu muitos homens em imprudentes assaltos frontais nas gargantas do Vietnam do Norte em 1979. As tropas chinesas ignoravam a existência de outro cume na montanha Gao Bao Ling e vários picos vizinhos simplesmente não constavam em suas cartas.

Contudo armas e equipamentos modernos simplificaram muitos dos problemas na luta de montanha.Na Grécia os baluartes de Grammos e Vitsi foram conquistados com o auxílio de 2 esquadrilhas de Spitfire, e a maioria dos 3.128 mortos e 6 mil feridos do Exército Democrático nas operações de Grammos foi vítima de ataques aéreos (1948).

Depois que o restante do Exército Democrático retornou a Grammos no ano seguinte, a ofensiva do Exército Nacional foi liderada por 52 Curtiss Helldiver com artilharia aérea. Nas operações em Áden em 1950-60, o British Army usou carros blindados para disparar contra concentrações nacionalistas alojadas nas encostas fora da visão da infantaria, enquanto helicópteros estabeleciam o controle do alto das colinas.



Durante as operações em Radfan (Iêmen, maio de 1964). por exemplo, homens do comando 45 foram lançado no alto do pico "Cap Badge" de onde puderam dominar as encostas, eliminando os franco-atiradores que detinham o avanço de baixo.

No Vietnam, os helicópteros foram o fator decisivo na solução de problemas logísticos. A Força-Tarefa Remagen, da 1ª Brigada da 5ª Divisão de Infantaria Mecanizada dos EUA, conseguiu manter-se na zona montanhosa desmilitarizada durante os 47 dias da Operação Montana Mauler (março e abril de 1969) graças a pesados helicópteros cargueiros Chinook, com dispositivo especial para deslizar a carga até o solo e assim dispensar a aterrissagem. O progresso em terra firme foi auxiliado por 2 veículos blindados que estendiam pontes (AVLBs) sobre rios onde elas não existiam ou haviam sido destruídas.

Equipamento avançado e potência aérea não oferecem necessariamente todas as soluções. Em 1962, os Fairchild Packet da Força Aérea Indiana não podiam voar lenta ou suficientemente baixo para atingir uma confinada zona na fronteira tibetana, nas poucas horas do dia em que a área não estava encoberta pelas nuvens. Helicópteros só podiam aterrizar um lugares razoavelmente planos e firmes, e mesmo para pairar sobre a superfície eles necessitavam de uma área desobstruída. O desempenho do helicóptero também é afetado pela altitude. A 900 m. um helicóptero requer um ângulo de 20º para se aproximar da área de arerrissagem; já em altitudes superiores a 1.500 m é necessário acesso quase completamente plano.

Helicópteros e aviões também são afetados pela turbulência e correntes de ar existentes em montanhas. Durante a operação Mare`s Nest em Chipre (encerrada em janeiro de 1959), a turbulência atmosférica impediu que helicópteros Sycamore e Whirlwind da RAF pairassem sobre os picos e os soldados não conseguiram descer usando cordas. Em consequência, apenas 2 postos de observação foram estabelecidos.

Também o poderio aéreo nem sempre tem o efeito militar desejado. Em Cuba, as florestas de Sierra Maestra eram de tal forma densas e úmidas, que as bombas, mesmo as de napalm, lançadas pela aviação do governo raramente produziam muitos efeitos além de 45 m do ponto de impacto. O bombardeio das encostas florestais de Aberdare, no Quênia, durante o surgimento dos Mau Mau nos anos 50, revelou-se de eficiência tão duvidosa que foi abandonado como uma medida contraproducente.

Durante a operação Lam Son 719, no Laos em fevereiro-abril de 1971, forças dos EUA e do Vietnam do Sul fizeram o uso extensivo de helicópteros, mas poucas áreas eram adequadas a aterrissagem na área montanhosa; e a chuva, a neblina e as constantes nuvens baixas durante as monções, obrigavam pilotos dos aviões de apoio terrestre a manter altitudes baixa. Em consequência, as baterias antiaéreas  do ENV puderam impedir. em muitos casos, um apoio aéreo eficiente. Os americanos e sul-vietnamitas perderam 108 helicópteros e 7 aviões.

Para os guerrilheiros Mujahidins do Afeganistão, era assustadora a aproximação do Mi-24 soviéticos com lança-foguetes, canhão giratório de 1.000 projéteis por minuto, mísseis e bombas. este helicóptero pode aniquilar uma aldeia inteira  em pouco tempo, mas até mesmo ele não é invulnerável ao fogo do solo, e acredita-se que os afegão conseguiram derrubar cerca de 4 aparelhos deste tipo, durante a incursão soviética no vale Panjshir em agosto-setembro de 1981. Nem mesmo a maciça superioridade soviética em equipamento e potência de fogo consegui derrotar os guerrilheiros, embora a URSS tenha tido, talvez, apenas o objetivo de controlar só as principais cidades e estardas afegãs.

Para o soldado soviético, no entanto, o padrão da guerra de montanha não é muito diferente da experiência do soldado inglês que esteve no Afeganistão, 1 século antes. Um soviético anotou em seu diário: " Houve um duro combate e podíamos ver os Mujahidins, a cavalo, atacando nossas posições de artilharia e disparando contra nossos aviões. Estávamos ficando desesperados ". Outro escreveu à família: " Que lugar horrível, quase sempre congelado ou então insuportavelmente quente, e ainda não sei quando sairemos daqui". estes papeis foram encontrados nos bolsos de 2 soldados mortos pelos guerrilheiros, após um a emboscada bem sucedida na província de Baglan, ao norte de Cabul em meados de 1981.

domingo, 2 de setembro de 2018

O Sistema Artilharia de Campanha #153



A artilharia de campanha é um sistema relativamente complexo, que ao contrário de um grupo de combate de infantaria (GC) ou um pelotão de carros de combate que pode combater de forma isolada, necessita de pelo menos 3 operadores sem os quais não tem como realizar o tiro.

São estes a linha de fogo (LF), o observador avançador (OA) e a central de tiro (C Tir). A artilharia age em proveito da arma-base e posiciona-se a retaguarda desta pronta para atender seus pedidos de fogo. Esta distância depende do alcance do material disponível, que não é empregado no seu limite quando do posicionamento das baterias, pois esta prática sacrificaria a flexibilidade do tiro que tem como uma de suas características a capacidade de ser transportado rapidamente de um ponto a outro sem que os obuses tenham que trocar de posição. Vale lembrar que sempre que existir o risco de fogo de contrabateria deve-se trocar de posição imediatamente após a missão de tiro ter sido concluída.



Uma bateria de artilharia posiciona-se alguns quilômetros à retaguarda da tropa apoiada, geralmente protegida por uma massa de cobertura (elevação) quando esta existir, e dispara seus projéteis em trajetória balística nos alvos que lhes forem designados, muitas vezes por cima das cabeças dos combatentes que estão em contato direto com o inimigo.

Devido a esta distância, é impraticável que as baterias possam visualizar seus alvos, cabendo esta função ao observador avançado. Este acompanha ou não os pelotões da tropa apoiada e em contato com seus comandantes, elabora os pedidos de tiro com base nas necessidades táticas destes. Estes pedidos são transmitidos à central de tiro, que os transforma em elementos de tiro (deriva e elevação), que por sua vez são alimentados nos aparelhos de pontaria das baterias para que as missões de tiro possam ser desencadeadas. Estes pedidos de tiro são transmitidos tradicionalmente via rádio ou telefone, e mais recentemente via link de dados, o que denota a importância de um eficiente sistema de comunicações que apoie o trabalho dos operadores do tiro. Podemos considerar estas ligações de direção de tiro (comunicações) como um quarto operador do sistema de artilharia de campanha.

Uma missão de tiro inicia-se com um pedido de tiro vindo do OA, de um componente da arma-base, da artilharia divisionária, do comando do escalão superior ou outro ator que necessite de apoio de fogo. São repassados neste pedido as coordenadas do alvo no caso de outros "clientes", e em se tratando do OA, cuja posição no terreno é conhecida pela C Tir, do ângulo do alvo em relação ao norte partindo da sua posição e a distância que o alvo encontra-se deste. Utilizando-se de meios modernos esta posição pode ser determinada automaticamente por dados de GPS transmitidos via data-link, e o pedido é inserido automaticamente no computador do coordenador de fogos, seja da artilharia divisionária ou de exército (central de tiro de alto escalão cuja função é administrar a distribuição às diversas linhas de fogo, os pedidos de tiro vindo de inúmeras fontes) ou do próprio grupo de artilharia, dependendo da vinculação operacional em que se esteja inserido.



De posse das coordenadas do alvo, informadas ou calculadas a partir da posição do OA, a C Tir mede a distância do alvo ao centro de bateria obtendo o alcance a ser utilizado, e consultando tabelas de tiro pré-calculadas para cada alcance obtém a alça (ângulo de tiro) a ser alimentando na peça de artilharia, assim como determina a carga necessária (quantidade de carga de projeção - pólvora a ser utilizada). Mede também o ângulo horizontal (deriva) em relação ao ponto de referência que está sendo utilizado para a pontaria da bateria. Calcula ainda o ângulo de sítio que é negativo se a bateria estiver em um plano mais alto que o alvo e positivo em caso contrário. Podemos visualizar o ângulo de sítio imaginando um triângulo-retângulo no plano vertical e cujas extremidades da hipotenusa sejas as posições do alvo e do centro de bateria. O ângulo formado pela hipotenusa e o plano horizontal é o ângulo de sítio. Este ângulo de sítio é somado a alça anteriormente calculada pela tabela de tiro, resultando na elevação a ser alimentada no aparelho de pontaria da bateria.




Este elementos de tiro (elevação e deriva) são informados ao comandante de linha de fogo (CLF) que os utiliza para efetuar a pontaria das peças. Utilizando-se de meios modernos todo este processo pode ser automático, visto que as peças, o alvo e o OA tem suas posições determinadas por GPS e são de conhecimento do computador balístico. Este pode apontar a peça ou auxiliar na sua pontaria. O OA informa ainda as características do alvo para que a C Tir determine a modalidade de tiro e o tipo de munição a ser usada, bem como a especificação da espoleta para aquela missão, e o número de disparos a ser desencadeado por cada peça.





O CLF após apontar sua bateria e comandar que as peças sejam carregadas autoriza o disparo de acordo com a modalidade de tiro. O tiro, após cumprir sua trajetória balística e ser informado ao OA seu desencadeamento, impacta na área do alvo, é observado pelo OA que comanda a C Tir sua correção, para a esquerda ou direita, mais longo ou mais curto até que satisfaça as especificações de letalidade e precisão, quando é desencadeado na sua forma final de eficácia.

Todo este processo pode se dar por comandos manuais ou de forma altamente automatizada, dependendo da tecnologia disponível. Modernamente utiliza-se localizadores GPS, binóculos com telêmetros eletrônicos para a determinação de distâncias, computadores de coordenação de fogos e balísticos que calculam de forma rápida e precisa os elementos de tiro, tudo interligado por enlaces de dados (NCW). Os alvos são alimentados a partir de uma infinidade de fontes nos computadores de coordenação de fogos, selecionados e priorizados em centrais especialmente dedicadas como as centrais das artilharias divisionárias e de exército, e autorizados conforme sua prioridade.

Uma vez que a linha de fogo está sob a comando do CLF, cabe ao comandante da bateria a tarefa de reconhecimento de rotas e posições de troca, de forma que a bateria conta com um plano de emprego constantemente atualizado. Neste reconhecimento o oficial comandante leva em consideração as facilidades de acesso e espaço para desdobramento, resistência do terreno e sua capacidade de suportar o desdobramento da bateria, cobertura e ocultação, contaminação, distâncias e tempo para as percorrer, obstáculos e forças inimigas. Uma equipe, que pode contar com o CLF, pode chegar a nova posição e apontar a bateria, mesmo ela não estando lá ainda.

Um sistema completo de artilharia de campanha envolve ainda elementos de busca de alvos mais sofisticados que podem incluir meios aéreos como drones, operadores de topografia e meteorologia, componentes logísticos e de comando e controle tático. Se houver tempo de realizar um trabalho de topografia, as baterias contarão com elementos de tiro bem mais precisos. Esta descrição procura apenas explicitar de forma simplificada o funcionamento do sistema de observação e fogo, que são o mínimo para que o tiro se realize.