FRASE

"Quem escolhe a desonra a fim de evitar o confronto, a conseguirá de pronto, e terá o confronto na sequência."
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quinta-feira, 30 de março de 2017

Aviação do Exército - Aspectos Táticos #133



A via aérea permite aos comandantes táticos posicionar tropas leves a grandes distâncias de suas posições ou linhas de contato em tempo reduzido, transpondo áreas hostis, inserindo frações por brechas e corredores não defendidos através do território dominado pelo inimigo, a fim de ocuparem pontos sensíveis e posições de importância tática, inatingíveis por terra.

O domínio destes locais pode refletir em valiosa ferramenta tática e apresentam grande efeito multiplicador à manobra, pois a partir deles pode-se, por exemplo, assegurar sua posse para permitir a passagem de tropas mais convencionais como pontes e pontos de estrangulamento de tráfego e bloquear a retirada de forças inimigas em movimento retrógrado.

A guerra moderna, como a conhecemos hoje, é fruto dos ensinamentos colhidos no desastre tático que aconteceu na Primeira Guerra Mundial. Posições nitidamente definidas, delineadas por trincheiras, conferiam ao conflito uma imobilidade tática total, fazendo-o estender-se por um tempo longo sem que qualquer dos contendores alcançassem progressos, a um custo humano inaceitável. Fruto tanto da falta de tecnologia quanto de doutrina adequada, a realidade desta guerra serviu para que mudanças significativas viessem a ser implementadas nos conflitos posteriores. A Segunda Grande Guerra, através do conceito alemão da “blitzkrieg”, é o melhor exemplo a ser citado, onde se fez largo uso de manobras aeroterrestres, sendo a inexistência da asa rotativa neste período um grande limitador destas manobras.

Operações aeroterrestres são aquelas em que se usam unidades pára-quedistas, geralmente saltando de aeronaves de asa fixa para o posicionamento de tropas no solo. A tropas deixam as aeronaves em pleno ar à grande altura, e a partir deste momento não podem mais retornar a ela. Se a área de aterragem apresentar uma condição desfavorável às tropas que ali saltaram, ou se a missão vier a fracassar, não existe a possibilidade de que sejam prontamente recolhidas ou a operação possa ser abortada. Na Segunda Grande Guerra estas operações foram implementadas em grande escala, com divisões inteiras sendo lançadas do ar simultaneamente. Um grande inconveniente que se observou nestas ações foi a dispersão alcançada pelos pára-quedistas, com unidades fragmentadas que demandavam um tempo precioso para se reunir e alcançar uma condição tática satisfatória.




A mobilidade tática proporcionada pelas aeronaves de asas rotativas, vieram para complementar, senão substituir, a maior parte das operações aeroterrestres praticadas até então, em situações onde o uso de pára-quedistas era imprescindível. Denominadas de aeromóveis, envolvimento vertical ou operações de assalto aéreo, a manobra de posicionar tropas com o uso de helicópteros viabilizou-se tão logo esta tecnologia surgiu de forma mais amadurecida durante a Guerra da Coréia, atingindo sua capacidade plena na Guerra do Vietnam, onde foi usada em larga escala. Embora os exércitos modernos continuem a manter seus efetivos pára-quedistas, eles foram reduzidos e passaram a ser empregados dentro deste novo conceito em complemento às aeronaves convencionais, nas missões de perna mais curta devido ao alcance limitados dos helicópteros. Parte das vantagens do helicóptero, antes do seu aparecimento, era alcançada com o uso de planadores, que podiam manter coesas as frações e seu equipamento.

De cunho ofensivo, estas operações podem ser usadas tanto em manobras ofensivas quanto defensivas, que modernamente se dão também valendo-se da iniciativa, fundamental na guerra moderna. Livres de frentes e linhas de contato, tropas aeromóveis forçam o inimigo a dispersar seus efetivos a fim de manter presença em todos os locais mais vulneráveis ao seu assédio, enfraquecendo as demais tropas, minando a aplicação do princípio tático da massa. O uso do meio aeromóvel acentuou a flexibilidade deste tipo de manobra.

Em comparação ao assalto pára-quedista, o aeromóvel é mais facilmente detectado devido a assinatura acústica destes meios. Os pára-quedistas podem lançar uma grande quantidade de meios a partir de cargueiros aéreos como os C-130, C-17 ou KC-390; porém necessitarão dos meios helimóveis para a evacuação de feridos. Uma força pura de helicópteros pode desempenhar a mesma missão em alcances mais curtos e continuar a apoiar a força nos locais de operações com suporte de fogo, suporte logístico e embarques e desembarques sucessivos com exfiltrações e infiltrações em seqüência. Aeronaves convencionais necessitam de locais de pouso apropriados para efetuarem manobras semelhantes, enquanto que os helicópteros tem poucas restrições quanto ao terreno, podendo pousarem até em cima da laje de habitações e fazerem uso da técnica do rapel.

Denominado envolvimento vertical, a manobra que agrega helicópteros e infantaria leve consiste em embarcar e desembarcar tropas de forma sucessiva ou não em locais diversos e por vezes inacessíveis por terra. Estas tropas estão submetidas a grandes restrições quanto ao peso do equipamento transportado, sendo sua operacionalidade muito mais perecível que o das tropas aeroterrestres que são dimensionadas para sustentarem combate de forma independente por cerca de 72 horas, enquanto aquelas o fazem por período de até 48 horas. Artilharia de 105 mm e morteiros de 120 mm podem acompanhar estas tropas usando dos mesmos meios, embora helicópteros mais pesados possam deslocar obuseiros de até 155 mm.




Em 1946 os fuzileiros norte-americanos viram nas recém-nascidas bombas nucleares um grande limitador a suas manobras de assalto anfíbio, devido a necessidade de concentrar grande quantidade de navios e outros meios em cabeças de praia restritas, e viram no helicóptero uma maneira de dispersar seus meios em áreas maiores, reduzindo a vulnerabilidade de suas tropas. As primeiras experiências na Coréia usaram o helicóptero nas missões de ligação e observação, evacuação aeromédica e ressuprimento, sendo o primeiro uso tático no assalto a colina 884 com o desembarque de 224 fuzileiros e 8 toneladas de suprimentos em 65 voos durante 4 horas. Em 1954 realizou-se um assalto com um batalhão inteiro. 

No Vietnam os assaltos começaram com a chegada dos primeiros aparelhos e as perdas sofridas logo no início levaram a adoção de unidades armadas de escolta. Devido ao terreno difícil para a progressão por terra, o helicóptero revelou-se ideal para o posicionamento de tropas de forma rápida e eficaz. A cavalaria aérea norte-americana foi concebida para atuar em guerras convencionais em ações de retardamento, emboscadas, mobilidade da infantaria e apoio de fogo; mas a primeira oportunidade de emprego real se deu no sudeste asiático, transpondo selvas e atuando na contra-insurgência.


Tentou-se inicialmente a escolta com asas fixas o que se mostrou inadequado, chegando-se ao conceito de uma aeronave com metralhadoras e foguetes disparados pelo piloto e metralhadoras laterais complementares, disparadas por atiradores dedicados. Blindagem adicional mostrou-se necessária o que resultou no aumento de peso e necessidade de maior potência, além de velocidade e autonomia compatível com as aeronaves escoltadas. Os primeiros modelos usados (UH-1) não podiam servir de escolta e transporte ao mesmo tempo. A mobilidade aérea multiplicou por 6 a disponibilidade das tropas e permitiu que o poder de fogo andasse de mãos dadas com a capacidade de manobra em terrenos como o do sudeste asiático.

Conflitos de alta intensidade requerem superioridade aérea para que o uso de helicópteros não se dê de forma limitada. Lentos e vulneráveis a aeronaves de alto desempenho, devem voar em espaços que ofereçam segurança relativa. Tanto egípcios como israelenses fizeram amplo uso destas aeronaves na guerra do Yom Kippur, onde consolidou-se sua capacidade de infiltração de tropas armadas de armas leves e potentes como ATGWs e SAMs portáteis e mostrou sua vulnerabilidade a caça inimiga.



Foram realizados vários assaltos de helicópteros, incluindo uma emboscada audaciosa contra um comboio bem dentro Egito feita pelos Israelenses. Comandos egípcios Al Saaqa foram transportados por helicópteros Mi-8 atrás das linhas inimigas no Sinai para atacar reforços, durante o ataque inicial, e para tomar pontos estratégicos como o Passo de Mitla e Gidi, e nesta operação 14 helicópteros foram derrubados pela Força Aérea Israelense e os outros comandos foram cercados antes de atingir o objetivo ou chegar reforços. Os primeiros comandos egípcios foram treinados por assessores alemães e faziam raids contra as defesas israelenses no Sinai. Em 1969 estes raids ocorriam todas as noites e eram muito temidos por Israel, sendo responsáveis pelo deslocamento de tropas adicionais para defesa de pontos. A Força Aérea Israelense também usou helicópteros para infiltrar comandos atrás das linhas atrás da localização de mísseis SAM e alerta de seu lançamento para os pilotos de caça. Pelo menos dois helicópteros foram derrubados nestas missões. Pára-quedistas sírios os usaram para capturar o monte Hermon e comandos foram usados para atacar blindados com mísseis Sagger pela retaguarda.

Em 25 de Abril de 1982, os britânicos recuperaram as Geórgia do Sul dos argentinos. Precedido de um consistente fogo naval, realizaram um assalto aeromóvel com 120 fuzileiros navais, que rapidamente dominaram a guarnição Argentina de poucas dezenas de homens.

Os russos iniciaram operações com forças aeromóveis na década de 1970 com suas Forças de Assalto Aéreo, unidades do porte de uma Brigada. No Afeganistão realizaram ataques de surpresa de forma independente em locais remotos ou de difícil acesso ou apoiando outras forças, atuando em ações de controle de terreno dominante ou junções de estrada. A vantagem russa no ar se manteve até aparecer o míssil Stinger.

Os russos desenvolveram várias táticas. Na preparação do assalto as armas leves entram por último e saem primeiro. As naves de assalto pousam e decolam juntas para não dar alerta e usam a rota mais segura. Zonas de pouso de reserva são sempre consideradas. Devem ficar por tempo mínimo no solo, pouco mais de um minuto. As de ataque cobrem a subida e o cominho de volta. O helicóptero permitia pousar direto ou próximo do alvo, geralmente com supressão anterior de artilharia ou ataque aéreo antes do desembarque. Os helicópteros de ataque continuavam a circular a zona de pouso depois do ataque. As tropas eram equipadas para atuar por 3 ou 4 dias, e levavam cada um 2 a 3 recargas para a armas individuais, 4 granadas, 1 RPG-18 para cada dois soldados, 5 granadas fumígenas, 5 flares, 200g de blocos de TNT, 4 projeteis de morteiro de 82 mm ou uma caixa de munição de lança-granadas automático AGS-17, ração e 2-3 cantis com um peso total de 35-40kg. Este peso podia diminuir se fosse garantido o ressuprimento.

Outra limitação do helicóptero é a operação em grandes altitudes. Os Mi-8MT russos podem levar normalmente mais de 25 soldados, mas operando em uma altitudes de 2 mil metros ficam limitados a 6 soldados carregados e apenas 4 ou 5 quando operando entre 3 mil a 4 mil metros. Acima destas altitudes sua operação, devido ao ar rarefeito, fica seriamente comprometida.

Depois do Vietnã o assalto aéreo foi realizado com mais freqüência para infiltração e exfiltração de forças especiais e CSAR, com os grandes assaltos aeromóveis sendo raros. No Iraque, depois de três anos de operações foram 40 helicópteros perdidos sendo metade para fogo inimigo. Uma aeronave derrubada significa CSAR a caminho. Os inimigos costumam fazer emboscada para os helicópteros e não se interessam apenas no piloto derrubado. Esta prática era muito usada no Vietnã quando os vietnamitas percebiam que havia baixas em terra.

Operar helicópteros em frentes de combate tem seu preço. De 167 helicópteros usados na invasão do Panamá em 1989, 45 foram atingidos com quatro derrubados. Todos eram helicópteros leves AH-6 ou OH-58 sendo que um bateu em fios de alta tensão. Um UH-60 não teve condições de ser reparado. No Vietnã o número total de perdas foi alto, 2.281 helicópteros perdidos sendo cerca da metade em acidentes, mas em número de horas de voo foi um para 6.629 horas, bem menor que o esperado.



Entre as vantagens do assalto aéreo temos:


  • Velocidade, mobilidade e manobrabilidade superior;
  • Flexibilidade - pode ser usado continuamente após o assalto e não apenas durante ele;
  • Surpresa e despistamento - as aeronaves decolam de zonas muito distantes  das zonas de pouso, podem usar o terreno para ocultação e ficam pouco tempo expostas sobre a área de trânsito;
  • Tem capacidade orgânica de evacuação aeromédica (EVAM), SAR e resgate. Levam os feridos de volta após desembarcar outras tropas ou cargas;
  • Tem poder de fogo orgânico, seja da própria aeronave ou de helicópteros de escolta;
  • As zonas de pouso não se limitam a frentes e pode desembarcar sem tocar o solo (rappel);
  • Complicam o problema de defesa do inimigo. A área a ser defendida é imensamente maior. Nos deslocamentos de terra ou mar os dispositivos de defesa podem mais facilmente ser desdobrados nos eixos de progressão prováveis. No assalto aéreo é bem provável de se encontrar as defesas dispersas e menos densas e o inimigo precisará de sistemas avançados para agir com eficiência.
  • Nos desembarques anfíbios, eles podem começar um dia antes do no dia D com a inserção de precursores e com desembarques "secos" onde a aeronave toca o solo e não desembarca tropas. O objetivo é dispersar as tropas inimigas na procura de tropas que não existem.



Entre as desvantagens temos:


  • Limitação de carga (peso e volume). As embarcações de desembarque e veículos terrestres podem carregar um volume e peso muito superior aos helicópteros incluindo tanques pesados. São mais eficientes a longo prazo após o desembarque inicial e por isso não são descartados;
  • Dependente das condições ambientais. Os helicópteros tem problemas para voar com mal tempo e a noite exigem equipamentos especiais de visão noturna;
  • Vulnerabilidade. Os helicópteros são extremamente frágeis a danos de combate se comparados com veículos que possuem blindagem;
  • Precisam reabastecer com frequência muito maior e em locais próprios. Um ponto de reabastecimento é um modo de diminuir esta necessidade de viagens até a base;
  • Necessidade de supressão de defesas aéreas (artilharia antiaérea, mísseis superfície-ar e armas leves). Por ser vulnerável os helicópteros precisam de um preparo da região a ser sobrevoada para eliminar as defesas especializadas e os armamentos normais encontrados no campo de batalha;
  • Disponibilidade. Devido a complexidade mecânica dos helicópteros, sua disponibilidade é menor que a de outros veículos e embarcações. Estes outros têm condições de operarem normalmente com equipamentos danificados;
  • Navegação. Devido a alta velocidade de trânsito, os helicópteros têm o problema de navegação mais complexo e intenso sendo necessário maior treinamento e equipamentos especializados
  • O consumo de combustível dos helicópteros é muito maior do que os outros veículos o que aumenta os problemas logísticos.

Entre as missões dos helicópteros durante um assalto temos:


  • Assalto - transporta tropas e equipamentos até os pontos de desembarque;
  • Logística de combate - transporte de munição, combustível, víveres e outras cargas;
  • Mobilidade. Permite que as tropas se desloquem mais rápido aos pontos onde sejam necessárias;
  • Escolta - É feito por helicópteros armados ou especializados ou por aeronaves de asa fixa. Devem defender inimigos tanto no solo quanto no ar;
  • Apoio aéreo aproximado. É feito por helicópteros armados ou por aeronaves de asa fixa;
  • Evacuação médica - EVAM;
  • Busca e salvamento - SAR;
  • Reconhecimento visual e armado;
  • Controle aéreo para operações de assalto aéreo;
  • C3 para operações de assalto de perna longa.

domingo, 20 de novembro de 2016

Helicópteros Navais #125



A década de 1950 confirmou a tendência do uso de aeronaves de asas fixa embarcadas cada vez maiores e mais pesadas. A aviação embarcada da Segunda Grande Guerra com suas aeronaves leves ficara para trás. Frente a este fato, a maioria das marinhas de guerra do mundo se viu impossibilitada de contar com navios aeródromos dedicados, mesmo em um futuro previsível de longo prazo. O desenvolvimento do helicóptero naval veio de encontro aos anseios destas frotas com recursos limitados, e constituí-se até os dias de hoje no componente de aviação naval de todas as marinhas, sejam as mais modestas como componente único, seja nas mais abastadas fazendo parceria com as aeronaves de asa fixa.

Equipados com vasta gama de equipamentos, eles podem ser operados em quase todos os tipos de navios, mesmo aqueles que não dispõem de aparelhos de parada e catapultas, bastando-lhes uma plataforma de pouso e um hangar de manutenção, viável de serem instalados em fragatas, destróieres e outros navios que as marinhas possuem. Os pioneiros foram os ingleses com seu limitado Wasp para ASW, capaz apenas de transportar um torpedo controlado pelo navio, sem qualquer tipo de sensores ou sistemas dedicados. Foram logo seguidos por franceses e italianos, tendo os norte-americanos demorado mais a adotar o conceito, talvez pelo fato de possuírem grandes navios-aeródromo e terem se envolvido no mal sucedido programa DASH e confiados no limitado míssil ASROC., adotando no inicio dos anos 1970 o Sea Sprite. O tempo mostrou a validade deste conceito, sendo que grande escoltas capazes de operar até 3 deles foram construídos por japoneses e canadenses.




Tal como no combate terrestre, o moderno helicóptero naval embarcado é um meio de combate de altíssimo valor. Todas as belonaves de superfície da atualidade são configuradas para operá-lo, ou em algumas de menor capacidade pelo menos para recebê-lo.

Eles são operados a partir dos navios-aeródromos (porta-aviões), sejam eles de apoio anfíbio ou de núcleo da frota em quantidades maiores, e em número de uma até três unidades em fragatas e destróieres, navios de patrulha e outros navios de apoio. Também existem belonaves especialmente configuradas para operarem com porta-helicópteros que também dão conta de um maior número deles.

Os helicópteros navais embarcados devem ser plataformas versáteis e capazes de operação em mais de um tipo de missão, pois freqüentemente operam sozinhos devido a limitação de espaço dos conveses de voo (convoo) da maioria de seus navios plataforma. Recentemente, devido aos avanços da tecnologia, estão se tornando cada vez mais uma realidade a presença de veículos aéreos não tripulados que podem ser aeronaves de asas rotativas, que, devido a não necessitarem de embarcar tripulantes, podem ter tamanhos menores e operarem em quantidades maiores que uma ou duas unidades nos mesmos convoos que seus similares tripulados operam.




Os helicópteros são um componente significativo no poder de combate de um navio moderno, sendo uma extensão de seus sensores e sistemas de armas. São construídos desde modelos mais leves como os Super Lynx europeu aos mais pesados como os Seahawk norte-america e NH-90, também europeu, e seu tamanho determina a quantidade de sistemas que poderá operar, bem como em que plataforma poderá ser embarcado, e em que quantidade. Podem, devido a sua alta velocidade em relação à velocidade do navio, serem lançados para identificar contatos além-horizonte com rapidez e engajarem em combate de forma autônoma ou integrada ao seu navio-mãe ou a outro componente da frota.




Dentre suas tarefas mais usuais, eles executam a busca e o ataque anti-submarino. Durante uma operação desta natureza, podem permanecer no convoo em condições de responderem imediatamente a um contato qualquer dos sensores do navio, podendo voar rapidamente até suas proximidades para identificação mais apurada, empreender localizações mais precisas e colocar suas armas dentro do alcance operacional delas. Podem ainda em cenários de contato inimigo iminente, voarem a frente da frota, executando a varredura das águas adjacentes e proporcionando segurança aos navios de superfície.

No combate a meios de superfície, podem voar em missões de esclarecimento além do horizonte (OTH), realizando vigilância e reconhecimento, localizando meios inimigos e fornecendo guiagem de meio curso à mísseis antinavio lançados dos navios amigos, ou mesmo atacando alvos com mísseis e torpedos orgânicos, além de atuar na designação e aquisição de alvos para mísseis de cruzeiro, seja contra alvos navais ou terrestres.




No combate terrestre a partir do mar, podem transportar tropas dos navios até posições no litoral, fornecer apoio de fogo se devidamente equipados e proporcionar observação, seja de esclarecimento ou para controle de fogo de artilharia naval. Podem ainda, no apoio ao combate anfíbio, servirem de mulas de carga entre o navio e as posições de terra, abastecendo as tropas com munições e outros suprimentos.

Podem atuar ainda em proveito da segurança dos meios de superfície, posicionado em grande altitude, fornecer alerta aéreo antecipado (AEW) ampliando o horizonte-radar das belonaves, detectando a presença de aeronaves ou mísseis hostis. Outra missão usual é a transferência de carga entre navios, ou ainda portarem sistemas de engodo a mísseis antinavio inimigos que voam rente a superfície, atraindo-os como se fossem o próprio navio, que passando por baixo das aeronaves imunes a eles, acabam perdendo-se no mar.




Completando suas possibilidades pode lançar minas ou participar de sua varredura, efetuar evacuação aeromédica (EVAM), empreender operações de guerra eletrônica (EW) como a triangulação de emissores e retransmissão de comunicações, realizar busca e salvamento (SAR) e busca e salvamento de combate; em busca, por exemplo, de pilotos abatidos (CSAR), além de combater outras aeronaves de vôo lento. Em operações de baixa intensidade pode apoiar a abordagem de navios como escolta de lanchas de abordagem e outros helicópteros, ou transportando comandos, devendo ser equipados com metralhadoras e foguetes.




Estas capacidades estão presentes em diferentes helicópteros em variadas configurações, sendo improvável que uma única aeronave agregue todas elas ao mesmo tempo.

Desde a década de 1960 que este tipo de aeronave tem se mostrado presente em todos os conflitos com componente naval, atuando ativamente em episódios como a guerra do Vietnam, das Falklands-Malvinas, no Golfo-Pérsico e Guerra-Fria por exemplo.




Os modernos helicópteros navais são equipados com toda uma gama de sistemas defensivos que lhe garante um capacidade ótima de sobrevivência em combate, como blindagens de baixo peso, sensores alerta-radar(RWR) e alerta contra mísseis (MAWS), chaffs e contramedidas contra guiagem infravermelha (FLARES). Alguns podem carregar ainda mísseis ar-ar IR para combate contra outros helicópteros. Dentre os sensores que esta aeronave pode transportar temos dos radares de abertura sintética (SAR), o FLIR e outros eletroópticos, radares de vigilância e complexos sistemas de ESM que lhe permitem o desempenho das variadas missões já mencionadas. Para ASW ele pode transportar sonares de profundidade variável, MAD e sonobóias.




A operação dos sonares a partir do helicóptero pode ser dar sem problemas em modo ativo sem denunciar a posição dos meios de superfície, podendo dar pistas falsas sobre estas posições.

Outras capacidades que uma aeronave deste tipo deve ter para operar com proficiência sobre o ambiente marítimo são: sistema de pouso automático e enganchado, proteção contra a corrosão marítima, capacidade de absorver com tranqüilidade os choques contra o convés durante pousos e decolagens decorrente do balanço do navio, sistema de flutuação, capacidade de ser reabastecido em vôo pelo navio, ter rotores e cauda dobráveis para reduzir seu tamanho a facilitar sua hangaragem, amplo espaço para tropas e equipamentos, possuir guincho de carga. Outra característica desejável mas não essencial é ser bimotor para o caso de falha de uma das turbinas.

Para operar helicópteros os navios devem ter hangar se o mesmo for orgânico e convoo, que devem ser amplos o bastante para o modelo de aeronave utilizado. Quanto mais ao centro e mais baixo forem, menor será o balanço neste ponto. Deve ter a capacidade de pouso enganchado para momentos em que o mar está alterado, paiol para o armamento da aeronave e suprimento de combustível.



sábado, 8 de fevereiro de 2014

Aviação do Exército - Possibilidades #088


A não linearidade dos combates modernos veio a enaltecer o papel da aviação orgânica das forças terrestres, que desempenham um papel de grande importância na atualidade, seja como burros de carga, plataformas de fogo, olhos de tudo veem ou táxis de campo de batalha. Seja apoiando operações com linhas de contato definidas ou totalmente dispersas, a flexibilidade proporcionada pela aviação do exército constitui fator imprescindível aos comandantes modernos.

A aviação orgânica dos exércitos permite as estes a ampliação da área de interesse para a manobra terrestre, sem depender da disponibilidade dos meios da força aérea, nem sempre presentes. Possuir meios aéreos próprios permite aos exércitos flexibilidade e prontidão em suas respostas a demanda dos combates modernos.



Os meios aéreos de um exército constituem-se em fator multiplicador do poder de combate, podendo atuar em profundidade dentro de área de operações, possibilitando um grande número de opções táticas aos comandantes militares, desembarcando tropas e as recolhendo em pontos capitais afastados, efetuando bloqueios e combatendo em pontos chave inacessíveis a forças que se deslocam por terra, antecipando sua ocupação ao inimigo. Áreas com características restritivas de mobilidade como selvas tropicais, áreas montanhosas ou regiões com grande extensões alagadiças demandam o apoio de meios aéreos para o rápido deslocamento de tropas e outros meios e recursos. A infiltração e exfiltração de forças especiais e pequenos contingente cumprindo missões especiais de grande importância são missões especialmente adequadas a aviação do exército.

Outra possibilidade tática dos meios aéreos de grande valor para a força terrestre é a capacidade de observação a partir do alto, dispensando a necessidade de posse de elevações que podem estar em poder do inimigo, permitindo a avaliação da situação tática em tempo real, e a constate vigilância dos meios aéreos os torna aptos a prover alerta antecipado ao esforço principal do inimigo, com grande antecedência. Comandar do alto é de grande valia para qualquer comandante militar e a capacidade se estabelecer postos de comando aeromóveis traz grandes facilidades a esta função, fazendo com que os comandantes possam deslocar-se enquanto dirigem uma manobra, simplificando as ligações de combate e inteligência eletrônica.



De posse de uma mobilidade sem igual, as forças aéreas de um exército podem de uma forma rápida redirecionar a pressão sobre o inimigo a partir de uma nova possibilidade tática decorrente da evolução do combate, aproveitando os erros do inimigo ou corrigindo os reveses da própria força, flexibilizando a manobra.  Atuando como artilharia aérea pode prover apoio de fogo a tropas em dificuldades ou que solicitem seu apoio a fim de facilitar o cumprimento de sua missão, bem como engajar forças inimigas a partir do alto, como colunas blindadas ou não em avanço.

Outra função muito útil é a capacidade de reorganizar rapidamente os meios de apoio ao combate, como morteiros e artilharia, radares de vigilância e equipamentos leves de engenharia. Auxiliar na transposição de grandes cursos d`água, transpondo tropas para a outra margem para assegurar a cabeça de ponte necessária a esta operação, que de outra forma teria que ser feita pelo vulnerável método de transposição com barcos. Além destas tarefas pode ainda atuar na suplementação do apoio logístico a forças mais afastadas e de paraquedistas por exemplo, que podem estar isoladas em território inimigo, e ainda reforçando eixos de suprimento interrompidos pelo inimigo até que possam atuar por conta própria. Pode ainda prover ressuprimento imediato a tropas sob pressão e que necessitem de munição urgente.