FRASE

"Quem escolhe a desonra a fim de evitar o confronto, a conseguirá de pronto, e terá o confronto na sequência."

domingo, 10 de fevereiro de 2013

A Batalha de Kursk - parte 2 - As máquinas 069



Por Reinaldo V. Theodoro

Os alemães depositaram grandes esperanças em suas novas máquinas. A principal delas, sem dúvida, era o Panzer VI Ausf.E “Tigre”, o tanque pesado que havia sido peça fundamental no contra-ataque de Manstein poucos meses antes. O“Tigre” I que participou da batalha de Kursk pesava 56 toneladas, tinha blindagem de até 100 mm e era armado com o canhão KwK 36 L/56 de 88 mm, além de duas metralhadoras de 7,92 mm.


O Panzer V Ausf.D “Pantera” chegou a Kursk mais como uma promessa do que como uma ameaça real, pois ele ainda sofria de sérios problemas mecânicos. Ele equipou um batalhão da Grossdeutschland e a 10ª Brigada Panzer (a 2ª Divisão SS Das Reich também recebeu algumas unidades dele). Era armado com um canhão KwK 42 L/70 de 75 mm e 2 metralhadoras de 7,92 mm. Seu peso era de 45,5 toneladas e sua blindagem máxima era de 100 mm.

O cavalo-de-batalha da arma blindada alemã, porém, continuava sendo o Panzer IV, então nos modelos G e H. Este era armado com um canhão KwK 40 L/48 de 75 mm e 3 metralhadoras de 7,92 mm. Pesava 23,5 toneladas e sua blindagem máxima era de 80 mm, além de placas verticais de 5 mm fixadas nas laterais do chassi e da torre, para evitar armas anti-tanques de carga oca.


Apesar de obsoleto, mais de 460 Panzer III ainda estavam em serviço como tanques de 1ª linha, nas versões J, L e M, armados com o canhão de 50 mm longo. De fato, a batalha de Kursk marcou o último emprego do Panzer III como tanque de batalha, sendo relegado depois apenas para a função de apoio, tendo uma versão, a N, especialmente produzida para essa função. Era armado com um canhão KwK 39 L/60 de 50 mm e 3 metralhadoras de 7,92 mm. Pesava 22,3 toneladas e sua blindagem máxima era de 50 mm, tendo recebido também placas verticais extras de 5 mm no chassi e na torre. A sua versão de lança-chamas (Flammpanzer) também participou da batalha.


O canhão autopropulsado “Ferdinand”, baseado no protótipo recusado da Porsche para o “Tigre”, pesava 65 toneladas e sua blindagem chegava a 200 mm. Era armado com o devastador canhão Pak 43/2 L/71 de 88 mm, que podia penetrar 226 mm de blindagem a 30º à distância de 450 metros. Porém, ele não tinha armamento secundário, o que fazia dele uma presa apetitosa para os grupos de destruidores de tanques soviéticos.


O Sturmpanzer “Brummbär” era um canhão de assalto pesadamente blindado destinado à destruição de fortificações. Era armado com um obuseiro StuH 43 L/12 de 150 mm, pesava 28,2 toneladas e sua blindagem chegava a 100 mm.


Também participaram da batalha de Kursk os canhões autopropulsados de campanha “Wespe” e “Hummel”, presentes em bons números pela primeira vez, o estreante caça-tanques “Hornisse”, ao lado de modelos mais antigos como o Marder II, e o canhão de assalto StuG III.


Os aviões alemães ainda eram os mesmos tipos que participaram da “Barbarossa” dois anos antes, embora em modelos mais recentes. Os caças alemães eram principalmente o Fw 190A-5 e o Me 109G-6 “Gustav”. Entre os aviões de ataque ao solo, enquanto o novo Henschel Hs 129B, avião anti-tanque, fazia a sua estréia em bons números, o veterano Ju 87 Stuka (nas versões D e G) fazia a sua despedida da função de bombardeiro de mergulho, pois ele só podia sobreviver onde a Luftwaffe tinha a supremacia aérea, o que já estava se tornando coisa do passado. Os bombardeiros de nível ainda eram o He 111 e o Ju 88, nas versões H-16 e A-4, respectivamente.


Do lado soviético, o T-34 foi o tanque onipresente em toda a batalha. Em Kursk, o Modelo 1942, de torre hexagonal soldada, já se fazia presente em grandes números. Ele pesava 27,8 T e era armado com 1 canhão F-34 Modelo 1940 de 76,2 mm e 2 metralhadoras de 7,62 mm. Sua blindagem máxima, na torre, era de 65 mm.


Apesar de menos numeroso (cerca de 200 unidades em Kursk), o KV-1 ainda estava em serviço em meados de 1943, embora já estivessem em vias de produção o KV-85 (um KV com uma nova torre e um canhão de 85 mm) e seu sucessor definitivo, o JS. Ele pesava 42,5 toneladas, tinha blindagem máxima de 82 mm e era armado com 1 canhão F-34 Modelo 1940 de 76,2 mm e 3 metralhadoras de 7,62 mm.


Os soviéticos depositaram uma grande parcela da tarefa de deter os alemães às suas armas antitanques. Embora fossem utilizados calibres de 45 e 57 mm, o canhão anti-tanque mais importante dos soviéticos nessa ocasião era o ZiS-3 de 76,2 mm, que participou da batalha em carreta de campanha ou na versão autopropulsada, o SU-76. Este pesava 11,2 toneladas e sua blindagem máxima era de 35 mm. Equipava os regimentos de canhões AT autopropulsados e podia atuar como antitanque ou como apoio de infantaria. Lançado em janeiro de 1943, o SU-122 era um canhão de assalto baseado no chassi do T-34. Inicialmente, equipou com pequenos números os regimentos de SU-76. Era excelente contra pontos-fortes, mas não tinha bom desempenho como antitanque. Ele era armado com 1 canhão M-30S de 122 mm, tinha blindagem máxima de 45 mm e pesava 30 toneladas.


Kursk também marcou a estréia do SU-152, um SU-122 armado com canhão de 152 mm, que esteve presente em pequena quantidade. Os soviéticos contavam também com tanques leves T-70 (inúteis contra tanques) e alguns modelos fornecidos pelos aliados ocidentais, em particular o tanque médio M3 “Lee” americano e o tanque pesado Churchill britânico. Considerados muito inferiores aos seus próprios modelos, foram mesmo assim lançados em batalhas importantes como em Stalingrado e Kursk, às vezes em unidades de Guardas.


A aviação soviética finalmente começava a apresentar aparelhos tão bons quanto seu inimigo. Entre os caças, o Yak-3 fazia a sua estréia, combatendo ao lado de aparelhos como o Yak-1M, o Yak-9D e o La-5FN. O Il-2m3 “Shturmovik” era então considerado o melhor avião de ataque ao solo do mundo, armado com dois canhões antitanques de 37 mm e bombas. O versátil Pe-2 era o bombardeiro leve padrão da Força Aérea Vermelha e o Pe-8 e o DB-3F, bombardeiros de nível da Força Aérea Estratégica, também deram sua contribuição.

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