Através da identificação das ameaças que um país poderá vir a enfrentar, define-se a estratégia militar nacional, que é o conjunto de normas e preceitos concebidos a fim de nortear o planejamento do sistema de defesa de um país. Baseada na doutrina militar vigente e na doutrina militar específica de cada nação, se constituem em planos de pronto emprego consolidados.
O primeiro elemento componente da estratégia militar é um estudo minucioso de alto nível de todas as ameaças e desafios que o sistema de defesa de um país terá de enfrentar. Este sistema deverá estruturar-se a fim de atender suas demandas principais, bem como àquelas que por afinidade lhes são pertinentes, aqui denominadas demandas secundárias, por exemplo:
Demandas Principais:
- Agressão externa por potências estrangeiras a fim de fazer valer sua política global,
- Agressão externa por vizinhos próximos,
- Agressão interna por forças subversivas,
- Ameaça ao comércio externo vital ao país e sua atividade de extrativismo marítimo,
- Prevenção a ações externas decorrentes de conflitos potenciais ou existentes em áreas de interesse da nação ou próximo às fronteiras,
- Vigilância constante ao que acontece no país e no mundo e possa afetar as atividades nacionais,
- Vigilância e monitoramento constante de fronteiras e espaço marítimo e aéreo de interesse do país,
Demandas Secundárias:
- Apoio a demandas internas de manutenção da lei e da ordem,
- Atendimentos a catástrofes naturais e ajuda humanitária dentro e fora do país,
- Busca e resgate,
- Defesa de cidadãos lotados fora das fronteiras do país em crises pelo resto do mundo,
- Participação ativa na política internacional através de missões além-fronteiras, como por exemplo as forças de manutenção da paz,
- Repressão ao uso das fronteiras do país para praticar ilícitos como tráfico de drogas e de armas,
- Outras situações que se configurem e que demandem a atuação da estrutura militar.
Este estudo deverá citar quem poderá criar cada situação, com que forças e poderes, porquê faria isso, qual a probabilidade de cada situação acontecer, o que buscaria, quais suas prováveis linhas de ação e outras informações consideradas relevantes.
Um segundo elemento componente seria a elaboração de planos para enfrentar cada uma das ameaças imaginadas, citando as medidas a serem tomadas a fim de que tais planos possam serem postos em prática quando e se a situação se configurar. Deve ser dada prioridade às situações mais prováveis e potencialmente perigosas. Estas medidas incluem a constituição de tropas e a consecução de seu treinamento, a busca de tecnologia necessária, a instalação de cadeias de comando eficientes, e consecução de doutrinas pontuais a cada situação e sua assimilação pelas forças constituídas, a criação de agências e organismos especializados em atividades específicas como , por exemplo, as agências de inteligência, e outras medidas julgadas necessárias.
Um terceiro elemento seria a adequação das estrutura logística necessária a consecução dos planos, como a distribuição eficiente das tropas pelo território, a alocação nos locais corretos de bases aéreas e navais, a instalação de estruturas de vigilância, comando e controle; a proteção antiaérea de pontos capitais, a distribuição eficaz de malhas viárias, portos e aeroportos, depósitos de suprimentos, a instalação das industrias de cunho estratégico e seus planos de mobilização, a garantia de matérias primas para suprir estas industrias, a confecção e teste de planos eficazes de mobilização e gerenciamento de recursos.
Toda esta estratégia definida deve ser constantemente praticada a fim de que, em caso de necessidade os elementos envolvidos possam dar pronta resposta a suas respectivas missões.
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