A distribuição de forças na AO se dá através de propósitos definidos. Elas desdobram-se de acordo com as ações que irão executar, dentro de três categorias de operações: decisivas, de apoio e de suporte, sempre atendendo um propósito único que são os objetivos operacionais e estratégicos. Cada unidade desempenhará uma parcela do esforço tido como necessário na busca de tais objetivos, empreendendo ações decisivas, de apoio as ações decisivas ou no suporte para que estas aconteçam. Estas decisões formam a base do conceito de operações. Em situações lineares e contíguas, onde os espaços e a força inimiga estão claramente definidos, a AO pode ser loteada em frente, flancos e áreas de retaguarda.
Operações decisivas são àquelas que promovem diretamente as ações necessárias a consecução dos objetivos designados pelo escalão superior. O sucesso ou não destas operações determinam o resultado das campanhas. Só há uma operação decisiva para qualquer operação principal. A operação decisiva pode incluir ações múltiplas administradas simultaneamente ao longo da AO. A intensidade de cada uma destas operações será inversamente proporcional a intensidade das operações de apoio, que são as operações multiplicadoras do poder de combate.
Uma reserva é uma porção de um corpo de tropas mantida à retaguarda e disponível para um movimento decisivo. Até ser empregada, a reserva constituí um elemento indefinido ao inimigo pela sua disposição dentro da AO. Por exemplo, o posicionamento ou movimento de reservas enganam o inimigo sobre a intenção da operação decisiva e o influenciam no desdobramento de suas forças, atuando neste caso em uma manobra de apoio. Quando comprometidas, elas executam ou reforçam a operação decisiva, estando sempre preparadas para conquistar e reter a iniciativa conforme uma situação se desenvolve. São usadas para influenciar circunstâncias ou aproveitar oportunidades que se criam. Altos graus de incerteza tendem a reter uma maior porção da força em reserva.
Operações de apoio são àquelas que desempenham o papel de multiplicadoras de força, com a finalidade de criar e preservar as condições favoráveis ao sucesso das operações decisivas, economizando seu esforço. Elas incluem ações de natureza letal e não-letal, administradas ao longo da AO, afetando a capacidades inimiga e suas forças, ou influenciando suas decisões. Nestas ações todos os elementos do poder de combate são usados para neutralizar ou reduzir as capacidades inimigas, podendo acontecer antes, concomitantemente ou depois do começo da operação decisiva. Envolvem qualquer combinação de forças julgada adequada e se dão por toda a AO. Elementos capazes de desempenhar operações de apoio nunca posicionam-se como reserva e estão em atividade constante, salvo se não se fizerem necessários.
Alguns operações de apoio, especialmente àquelas que acontecem simultaneamente com a operação decisiva, são ações de economia de forças. Se a força disponível não permitir simultaneidade entre as operações decisivas e de apoio, o comando de campo decidirá sua seqüência. Embora não sejam o mesmo tipo de operação, uma operação de apoio pode ser tão próspera quanto uma operação decisiva. Operações de segurança são um exemplo de operações de apoio. Elas permitem às forças engajadas nas operações decisivas tempo e espaço para reagirem a atividades inimigas, dificultam àquelas a coleta de informações, e as protegem da observação e fogos inimigos.
Operações de suporte tem propósito de sustentar o poder de combate. Elas permitem que operações de apoio e decisivas sejam desencadadas, provendo apoio de serviço de combate, segurança de bases e áreas de retaguarda, controle de movimento, administração do terreno, e desenvolvimento de infra-estrutura.
Apoio de serviço de combate são as ações que cercam atividades em todos os níveis, gerando e sustentando o poder de combate. Provêem as capacidades essenciais e executam as funções, atividades, e tarefas necessárias ao suporte de todas as forças no teatro.
Segurança de bases e áreas de retaguarda incluem medidas destinadas a permitir que unidades militares e instalações se protejam de ações projetadas para prejudicar a suas efetividade, pelo inimigo ou por civis. Incluem defesa anti-aérea, segurança de perímetro, segurança de comunicações e informações, escolta de comboios, proteção NBC, operações de contra-informação e outras.
Controle de movimento inclui o planejamento e ações que visem o controle do movimento de pessoal e veículos, tráfego aéreo e naval, unidades militares, tráfego logístico e trânsito local, dentro e fora de uma AO. O controle de movimento deve manter LCs abertas de forma a evitar "gargalos" de trânsito de qualquer nível que venham a prejudicar às operações. O apoio de nação anfitriã é crítico no controle de movimento.
Administração de terreno é o planejamento que inclui alocação e designação de áreas de reunião e estacionamento para unidades e atividades.
Desenvolvimento de infra-estrutura constitui na construção de instalações fixas e permanentes no apoio às forças militares, e inclui controle de danos de área e consertos em geral, preservação de estradas e vias e outras obras necessárias.
Estas operações são inseparáveis e indispensáveis para operações decisivas e de apoio, porém raramente são decisivas. Acontecem ao longo da AO, e não só nas áreas de retaguarda, e seu fracasso normalmente resulta no fracasso da missão. As operações de suporte determinam como forças rápidas se reconstituem e como forças distantes podem explorar o sucesso. A nível operacional, elas focalizam-se em preparar a próxima fase da campanha ou operação principal. A nível tático, subscrevem o tempo da operação global; elas asseguram a habilidade para se tirar proveito de qualquer oportunidade.
Esforço principal é a atividade designada como a tarefa mais importante do momento. Ele pode ser uma operação decisiva, de apoio ou de suporte conforme as circunstâncias, e pode ser alternado a todo momento.Uma operação de apoio pode ser o esforço principal antes da execução da operação decisiva, porém a operação decisiva se torna o esforço principal quando em execução.
Assimetria é a diversidade em organização, equipamento, doutrina, capacidade e valores entre as diversas forças aliadas, sendo que estas devem ser empregadas de acordo com sua vocação e na forma que se sintam mais "à vontade", tirando proveito das vulnerabilidades inimigas e preservando sua liberdade de ação. É muito significativa, talvez decisiva, quando o grau de diversidade existente cria nítidas vantagens exploráveis, que podem ser extremamente letais quando o inimigo não está preparado para fazer frente a elas, e tendem a perder importância ao longo do tempo a medida que o inimigo vai se adaptando.
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