FRASE

"Quem escolhe a desonra a fim de evitar o confronto, a conseguirá de pronto, e terá o confronto na sequência."

domingo, 24 de março de 2013

A Manobra Estratégico-Operacional #078



Manobra estratégico-operacional é a fase das operações onde as forças que estão prestes a entrar em combate, colocam-se em posição de vantagem em relação ao inimigo, ficando em condições de dar início ao engajamento. 

Nesta fase faz-se a alocação dos meios operacionais e logísticos para o início do contato em posição de vantagem. Entre outras, inicia-se o endereçamento de fogos de preparação pela aviação de apoio e pela artilharia, altera-se o dispositivo das forças de forma adquirir a formação mais adequada ao engajamento sempre procurando surpreender o inimigo, dá-se início às manobras diversionárias a fim de confundi-lo e dividir suas forças, aloca-se suprimentos nos locais onde serão necessários, iniciam-se as ações de guerra psicológica e eletrônica, etc...

Uma batalha se vence com um plano eficaz e bem delineado, fruto de um planejamento cuidadoso e detalhado, seguido de uma execução competente e fiel a este plano, admitindo-se variações consideradas pelos comandantes de campo, que valendo-se de fatores não considerados no plano inicial e que suas experiências pessoais considerem adequados, porém sempre buscando seguir as linhas gerais do plano inicial, considerando que os outros comandantes também o farão.




Busca-se durante esta fase alcançar condições que façam o inimigo a reagir ao plano em execução, procurando frustrar o seu planejamento e desequilibrar suas condições de reação, fazendo-o agir de forma descoordenada e ineficiente.

Uma manobra de combate pode ter duas conotações práticas, ou seja ela poder ter uma natureza ofensiva ou defensiva. 

A manobra ofensiva visa a busca de um objetivo que não está ainda sob o domínio das forças em ataque. Esta manobra deve buscar os pontos mais vulneráveis do inimigo através de ações frontais que visam fixar o inimigo em uma determinada direção, efetuar ações de flanco em seus pontos mais fracos propiciando a penetração em seu dispositivo, podendo ainda acontecer o engajamento pela retaguarda de sua frente principal. Busca-se também o isolamento da área de operações por forças como as aeromóveis, por exemplo, em pontos de estrangulamento, a fim de impedir que retraia ou receba reforços. Deve-se procurar engessar sua capacidade de manobra, restringindo sua mobilidade com bloqueios bem alocados, a divisão e isolamento de suas forças sempre que possível

O assédio pela artilharia e aviação de ataque de suas linhas de comunicações pode evitar a chegada de reforços e suprimentos. Ações violentas e decisivas nos pontos onde se tiver grande superioridade de forças buscando sua captura ou destruição, etc...




A dosagem de cada uma das ações citadas dependerá da situação e será ditada pelo plano de operações. Tropas em fuga ou retirada devem ser contidas sempre que possível, pois poderão ser reorganizadas e voltarem ao combate posteriormente, formando novas linhas defensivas. O engajamento direto com forças superiores deve ser evitado, e se este for iminente, deve-se sempre lançar mão de formas de redução do poderio inimigo, como o assédio de artilharia, escolha de locais que proporcionem vantagem às forças amigas, desdobramento de obstáculos pela engenharia, etc... Forças superiores cobram um alto preço em tempo e baixas, e devem ser tratadas com inteligência e estratégias adequadas.

A manobra defensiva visa a manutenção de áreas ou regiões que não podem ser cedidas por sua importância estratégica. Consiste no desdobramento de um dispositivo flexível constituído de obstáculos fixos e móveis, convenientemente cobertos e aproveitando-se ao máximo das facilidades oferecidas pelo terreno como rios e elevações. Deve ser organizada em profundidade, visando enfraquecer o assédio inimigo de forma gradual e constante a um custo mínimo, sempre utilizando-se de um caráter ofensivo com ações de iniciativa, visando enfraquecer os atacantes através da surpresa e da violência, valendo-se sempre que possível de contra-ataques e evitando o envolvimento em engajamentos de desgaste.

Uma defesa eficaz procura canalizar o ímpeto dos atacantes por eixos previamente definidos, procurando colocá-los diante de obstáculos e direcionando sua manobra, valendo-se das características do terreno, trocando-se espaço por tempo e lançando ações decisivas nos locais e momentos mais adequados.




A manobra, tanto a ofensiva como a defensiva, podem ser divididas em fases e o objetivo final pode ser desdobrado em objetivos menores definindo-se claramente fatores como as necessidades e possibilidades logísticas, a profundidade da operação, o tempo disponível e o necessário, as características da região de operações, e outros aspectos estratégico-tático-operacionais relevantes.

A batalha, que pode ser única ou não é o desfecho tático da manobra estratégico-operacional e consiste no choque violento de forças, valendo-se das vantagens viabilizadas pelas manobras preparatórias. Sua duração é variável e sua decisão se dá pela quebra da capacidade de combate de um dos lados. Deve-se sempre buscar batalhas rápidas e em condições de superioridade tática, evitando-se o desgaste desnecessário.

Deve-se ter sempre em mente que, na guerra, quem toma a iniciativa segue seu plano de operações e tem a surpresa do seu lado, e quem reage a iniciativa segue o plano de operações do inimigo. Deve-se sempre buscar a ação, pois a reação pode se dar em bases não planejadas e resultar em desfechos indesejáveis.




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