O salto livre operacional é uma modalidade de paraquedismo militar praticado por pequenas frações de tropas, e proporciona ao elemento paraquedista uma flexibilidade maior que o salto enganchado. Grandes contingentes saltam na modalidade de salto enganchado, que força a abertura do paraquedas assim que o indivíduo deixa a aeronave, evitando desta forma que o caos e a confusão se instalem em uma operação de grandes proporções, devido a abertura tardia dos velames.
No salto livre a abertura dos velames fica a critério de cada indivíduo, devendo ser praticado apenas por aqueles com adestramento apurado. Podendo ser lançado de grande altitude, de dia ou à noite, e com um nível de furtividade superior, proporciona ao paraquedista que se desloque planando em queda livre por grandes distâncias, visando o pouso em áreas restritas com elevado grau de precisão quando dotado de equipamentos modernos e alheio aos olhares do inimigo. Permite ainda que a fração de tropa se reorganize no ar em torno de seu líder, desloque-se por médias distâncias ocultos aos radares e pouse em uma área restrita, que pode ser conjugado com outro processo de infiltração, como o mergulho de combate, por exemplo.
A técnica denominada de HALO (High Altitude Low Opening - lançamento a alta altitude e abertura do velame a baixa) é uma técnica de infiltração praticada por forças de operações especiais que fazem o salto livre operacional atingir sua performance máxima, pois permite que estas tropas cruzem fronteiras em queda livre com possibilidade de detecção mínima, com aeronaves muito altas e longe das áreas de aterragem e abertura dos velames próximos ao solo. Este tipo de saldo é muito perigoso ao seus praticantes, e deve ser executado dentro da técnica que lhe é peculiar, com risco de morte àqueles que o negligenciarem.
No início do século XX acreditava-se que uma queda longa resultaria em uma velocidade elevadíssima, impedindo a respiração e levando a morte. Em 1925 um instrutor do US Army decidiu provar que quando praticada dentro de uma técnica adequada, estas quedas não ofereciam perigo. Saltando de 2.300 metros, ele atingiu a velocidade terminal após 12 segundos. A medida que a gravidade acelera o corpo do paraquedista em queda livre, a resistência do ar aumenta geometricamente com a velocidade que se estabiliza a cerca de 200 km/h e se mantem. Quanto mais alta a altitude, maior o tempo que se leva para atingir a velocidade terminal, e maior será esta velocidade que poderá se reduzir a medida que se atinge camadas mais densas de atmosfera.
Na técnica HALO os paraquedistas enfrentam altitudes comparáveis àquelas praticadas pelos alpinistas de elite. Grandes altitudes, da ordem de 9 km apresentam características singulares como temperaturas de -40 graus Celcius e ar extremamente rarefeito, o que exige do indivíduo equipamento capaz de suportar os rigores do salto. Equipamento inadequado pode causar hipoxia, enrijecimento de extremidades e hipotermia, além de danos ao corpo e ao equipamento pelo choque com o granizo. Somente indivíduos bem adestrados e experientes estão autorizados a praticá-lo, pois exige grande nível de especialização. Saltos acima de 10.700 metros de altitude são considerados não viáveis por equipes que devem estar prontas para o combate.
Além dos conhecimentos de paraquedismo, os praticantes de salto livre operacional deverão ter capacidade de navegação a longas distâncias, equipamento adequados às condições de baixa temperatura e hipoxia e outros fenômenos meteorológicos, como o granizo que poderá danificar equipamento de má qualidade.
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