FRASE

"Quem escolhe a desonra a fim de evitar o confronto, a conseguirá de pronto, e terá o confronto na sequência."

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Caçadores de Submarinos - Parte 1 #089



Fonte: Caçadores de Submarinos - Guias de Armas de Guerra

Mais do que qualquer outra época, os oceanos tem hoje uma decisiva importância militar. Isto é devido, principalmente, devido ao grande número de submarinos com mísseis balísticos (SSBN) que as potências militares mantêm nos mares, com armas nucleares capazes de destruírem países inteiros. Como a detecção de um submarino é algo ainda muito impreciso, os SSBN são um meio de intimidação perfeito, pois são capazes de sobreviver, devido a sua localização incerta aos ataques nucleares de grande intensidade. Equipados com mísseis balístico lançados de submarinos (SLBM) com ogivas de reentrada manobráveis, possuem altíssima precisão e capacidade de atingir seus alvos logo no primeiro ataque. A introdução em grande escala de mísseis cruzadores com ogivas nucleares  (SLCM) para ataques de superfície a antinavio os torna ainda mais mortíferos.

Os submarinos de ataque com  propulsão nuclear (SSN) representam um perigo um perigo ainda maior para outros submarinos e meios de superfície por poderem viajar grandes distâncias a grande velocidades, sendo muito difíceis de serem localizados e engajados com expectativa de êxito. Submarinos modernos, em alguns casos podem ser mais rápidos que torpedos tradicionais lançados contra eles, excetuando-se é claro os moderníssimos torpedos  de supercavitação, disponível para poucos.



O poderio dos SSN ficou demonstrado no conflito das Falklands/Malvinas em 1982, quando uma flotilha de 5 SSN britânicos manteve toda a armada argentina próxima a seus portos durante a maior parte da guerra, depois da desastrada incursão do cruzador General Belgrano que resultou em seu torpedeamento pelo SSN Conqueror.

No entanto, apesar da supremacia dos SSN, os modernos submarinos diesel-elétricos (SSK) possuem ainda importância e constituem ameaça em águas mais próximas da costa, tanto aos meios de superfície com aos próprios SSNs, por serem mais silenciosos que estes, além de existirem em muito maior número devivo a seu custo mais acessível a maioria das marinhas.



Para combate as ameaças que vem do fundo do mar, as marinhas de todo o mundo tem empenhado cada vez mais recursos em meios de guerra antisubmarina (ASW), destinando-os a 5 áreas principais:

  • Vigilância: satélites de monitoramento, meios de detecção posicionados no fundo do oceano em locais de passagem obrigatória, acompanhamento permanente por outros submarinos principalmento do SSBN, espiões que vigiam os atracadouros e informam quando cada nave sai ou chega ali, e outros.
  • Submarinos: São ainda o meios antisubmarino mais eficaz neste tido de combate.
  • Patrulha Marítima por meios aéreos: Cada vez mais caras e sofisticadas, patrulham permanentemente as costas procurando por submarinos e fornecendo alerta antecipado a movimentação de outras naves de guerra que possam estar nas proximidades.
  • Aeronaves baseadas em navios: Com capacidades mais modestas que as anteriores devido ao seu menor tamanho, podem ser de asa fixa ou rotativa.
  • Sistemas combinados de plataformas eletrônicas, que produzem um quantidade brutal de informações, exigindo um processamento de dados de altíssima velocidade.
Os problemas enfrentados pelas diversas nações, no entanto podem se configurar de maneira das mais diversas. Fatores geográficos colocam questões distintas a cada uma. Os EUA por exemplo, operando no âmbito da OTAN precisa de meios ASW capazes de defender comboios de ressuprimento ao continente europeu, tal qual aconteceu na Segunda Guerra Mundial, além de descobrir o paradeiro dos SSBN inimigos. A Rússia, por sua vez, não depende tanto de sua marinha para a defesa de seu território, e seu principal problema é defender seus próprios SSBN e achar o paradeiro dos do inimigo. Para alcançar mar aberto, os submarinos russos tem que passar por estreitos como o estreito GIRU (groelândia-Islândia-Reino Unido), e os estreito de bósforo e Dardanelos na Turquia.



Até pouco tempo, a ASW resumia-se a perseguições táticas, pois apenas os torpedos representavam ameaça real. na segunda grande guerra eles alcançavam meros 10 km, o que determinava a distância que devia-se descobrir a presença do inimigo. esta quadro logo mudou com o advento de 3 fatores: Os torpedos começaram a ir mais longe. O Mk 48 dos EUA, por exemplo, alcançavam 48 km; os submarinos passaram a ser equopados com mísseis cruzadores com função antisubmarino e posteriormente com ogivas nucleares, tendo como exemplo o SS-N-21 russo com alcance de 3000 km; os SLBM passaram a ter alcance suficiente para que seus lançadores (SSBN) não precisassem deixar suas águas territoriais. Enquanto na Segunda Guerra Mundial a ASW se dava em uma circunferência de 30 ou 40 km, hoje todo o oceano tem que ser coberto.

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